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quarta-feira, 20 de maio de 2015

A MATÉRIA DE HOJE FALA SOBRE O SURTO DE GRIPE E A FALTA DA DOSE DA INJEÇÃO INFLUENZA, PARA AMENIZAR A SITUAÇÃO DOS IDOSOS E PORTADORES DE ALGUMAS DOENÇAS ESPECIAIS.

A GRIPE


    Doença muito comum entre os humanos, que a depender do grau e da falta dos devidos cuidados, pode levar a algo mais grave e até mesmo à morte, isso por que de uma gripe mal curada pode vir uma pneumonia, uma bronquite aguda e aí, a coisa fica mais difícil de ser debelada com facilidade. O fator decisivo mesmo de uma gripe forte, como as que costumo contrair, acredito que é minha determinação de não me entregar facilmente, mesmo assim, quando essa desgraceira vem, praticamente me derruba de tal maneira que fico arriado, corpo mole, indisposição e todos os sintomas inerentes de uma gripe qualquer, que em muitos casos, pode até não se tratar de uma mera gripe.
   Por várias vezes no decurso de minha, escapei de várias doenças perigosas. Quando criança, tive uma doença que me deu uma febre dos diachos (diziam que era febre tifo), e que escapei por sorte. Os meios de tratamento e atendimento eram por demais precários. O único Posto de Saúde existente em Buíque, era o chamado Posto Tracoma, que ficava localizado onde hoje fica o que denominam de Casa de Saúde, mas que na verdade, é apenas um quebra-galho que sequer em muitas ocasiões serve para primeiros socorros e dificilmente se encontra médicos nos finais de semana e algumas vezes, durante à semana. Quem atendia no Posto Tracoma, era Dr. Zé Cursino, pessoa por quem aprendi a ter grande admiração, pelo médico simples que era, apesar de ser proprietário de grandes áreas de terras em Buíque, mas nunca deixou de atender qualquer pessoa do povo, mesmo no meio da rua e prescrevendo a medicação até mesmo em papel de embrulho. Essa minha doença, sei que era uma das mais perigosas da minha época de criança. Morava no Sítio Cigano e meu irmão Miltinho, foi quem me trouxe para à cidade para ser medicado, na garupa de um jumento, todo envolto por um reles cobertozinho. Na época o médico prescreveu umas dez a doze injeções de penicilina, daquelas que quando o sujeito toma, dói até a medula, mas umas quatro a cinco pessoas me agarravam e um velho enfermeiro da SUCAM, era quem ia aplicar as injeções em mim, nessa doença que quase me levou desta para outra, mas consegui vencer. Ainda não foi nesse primeiro momento que fui vencido. Acredito porque ainda tinha muita coisa para dar de mim no caminhar de minha vida.
  Passei por vários momentos frente à frente com à morte, mas felizmente, acredito, embora não seja lá de muito crer em milagres, que só por algum meio divino é que realmente cheguei a me salvar com vida, a exemplo o infarto que tive em 2008, em Maceió, que depois de sete horas infartado, apesar de ter sido necrosada uma das principais artérias, motivo pelo qual foi feito um cateterismo e uma angioplastia, mesmo assim, tomando cerca de doze comprimidos diários, ainda estou aguentando o tranco da vida. Às vezes me sinto meio enfraquecido, a ponto de desistir e entregar os pontos, mas existe um outro lado muito mais forte dentro do meu eu, que me alimenta com a força de quem deve continuar e nada temer pela frente, naquilo que ainda tenho por fazer no decurso de minha vida.
    Por isso mesmo, não vou deixar me abater por uma gripe, se bem que, fui procurar tomar a injeção da gripe influenza num dos postos de saúde de Buíque e o que me disseram, era de que a quantidade de doses foi insuficiente e de que estava faltando em todo o Estado. Bem, se verdade ou não, como a saúde de nossa terra é levada à toque de caixa, pode ser que sim, pode ser que não. Só sei que, pela minha idade, embora me sinta com todas essas mazelas da vida, com a mesma idade do menino rústico, pobre, mas determinado do Sítio Cigano, é como ainda estou pronto para o enfretamento dos desafios da vida. Posso até está a me enganar, mas na verdade, uma das coisas que nunca sai de nosso interior é o menino que nos fomos e que sempre vai estar presente no nosso eu intrinsicamente ontológico, esta é a verdade. Entre altos e baixos de minha vida, vou levando como posso, até quando me for permitido, quando não mais, então melhor ser levado de vez, para onde, sinceramente, não sei, mas de uma coisa tenho certeza, que inexoravelmente tenho que ir, como todas as outras pessoas, com toda certeza irei. Infelizmente não é um comando de nossa vontade, mas sim, dos mistérios que envolvem as próprias células da vida.

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