INUSITADO ANJO DO CÉU
Manoel Modesto
Pensei ter encontrado um dia
Em um momento qualquer
O que esperei com primazia
Mas foi mais um malmequer.
Imaginei um anjo encontrar
Fiquei da vida um desnorteado
Até me preparei para convolar
Mas o que vi mesmo foi, mais um querubim
destronado.
Um novo amor, retomei,
A vida vazia, quis até preencher
Com as flores que replantei
Para meu lacônico coração, de ternura se embevecer.
Mas o que achava um Céu ter encontrado
Foi tudo se esvanecendo em estilhaços
E caí na armadilha de um mundo perturbado
E em pedaços ficou minha vida em destroços.
Sei que não adianta tocar no passado
Para à frente é que tem que se olhar
Mas mesmo o que ficou cicatrizado
Não há como não relembrar.
A gente constroi um caminho
Em busca de uma vida pura
Fazendo do nosso ninho
A mais bela flor e candura.
O que não imaginamos
E que nesse nosso trilhar
Nem sempre o que encontramos
Foi o que quisemos sonhar.
Por isso mesmo ainda vivo
No meu caminho a vagar
Buscando num novo crivo
Mais outro amor para amar.
E que seja este novo amor
Um inusitado anjo do Céu.
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