Oh!, quanta saudade
me trás lembrar a essa altura de minha vida, de meu mais importante pé de
cajueiro. Ficava ele plantado bem do lado direito de minha casa, olhando da
pista, de frente para à minha moradia. Era um pé de cajueiro já velho, frondoso,
mas suas galhas já estavam rastejando no chão e suas raízes adentrando terra abaixo,
no local de construção de minha casa e provocando rachaduras na construção de
alvenaria e até mesmo no piso interno.
Dos tantos pés de cajueiros que existiam
no pequeno sítio de meus pais, onde hoje resido, o que brotava primeiro, eram
os frutos desse famoso cajueiro, de tamanho mediano e adocicados pela natureza,
na medida certa e bem vermelhinhos. Era esse pé de cajueiro, o principal para mim em importância,
por isso mesmo, tê-lo como o meu pé de cajueiro preferido. O interessante, é
que na safra de caju, era o primeiro a brotar e não raras vezes, brotava o
fruto até mesmo fora de época da safra normal e os apreciadores da branquinha,
não deixavam passar e, ao avistarem alguns cajus, sempre pediam alguns deles
para tomarem umas e outras ou até mesmo todas.
Por muitas vezes, ainda criança, via
muita gente em volta do velho cajueiro, com uma garrafa de pitú ou serra
grande, tomando todas e tirando o gosto com o delicioso caju vermelhinho e
sempre sedoso. Degluti-lo também, era uma delícia. Depois de adulto, quando
comecei a fase de tomar umas e outras e por muitas vezes, todas mesmo, sempre
me reunia com alguns colegas para tomarmos algumas, em baixo do velho pé de
cajueiro e, como tira-gosto principal o seu caju, entre outras iguarias. Isso
ocorria com certa frequência, sobretudo na época em que fui bancário e lotado
no BANDEPE de Buíque. Vez por outra sempre trazia os colegas de trabalho, onde
não faltava meu velho primo “Tião Modesto”, para nos aconchegarmos de qualquer
jeito e ali mesmo, embaixo do velho pé de cajueiro tomarmos pra valer, onde
mesmo só tinha o começo, mas o fim, ninguém sabia até quando, só mesmo depois
do anoitecer por falta de iluminação. Isso não era sempre, mas vez por outra
acontecia desses encontros movidos à etilidade da vida.
Esse pé de cajueiro era conhecido em toda
à cidade de Buíque. Ficou famoso por dar frutos antes mesmo da safra e pela
delícia que tinha o sabor que dava o velho cajueiro. Mas como nada pode durar
para sempre, qual não foi a dor sentimental, quando por estar prejudicando a
nossa moradia, que já estava impregnada de muitas rachaduras, inclusive no piso
do primeiro quarto, meu pai se viu obrigado a ter que mandar cortá-lo e
arrancar as suas raízes, uma, porque o pé de cajueiro já não se aguentava mais
pela tempo e, a duas, estava prejudicando a nossa moradia, o que nos obrigava
de todo jeito a dar uma solução e esta veio a ter que nos fazer se livrar de
meu velho pé de cajueiro preferido, mas como a gente se apega a um animal, uma
pessoa, um objeto, eu até hoje lembro de meu pé de cajueiro, porque foi testemunha
de muitas farras que fizemos embaixo de sua gostosa sombra e nos embevecemos em
viagens etílicas com o seu saboroso fruto que servia de tira-gosto com uma boa
cachaça. Para mim, nunca mais degluti um caju com o saber de MEU PREFERIDO PÉ
DE CAJUEIRO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário