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sexta-feira, 10 de julho de 2015

O BUCOLISMO DA ERA DO RÁDIO

    
   O rádio na verdade nunca foi uma presença constante em minha vida, até por que, na época em que nasci, no Sítio Cigano, rádio era coisa pra gente granfina e não para um pobre qualquer nascido nas brenhas. A gente não tinha notícia de nada do que acontecia até o tempo em que morávamos no sítio, distante da cidade de Buíque, em torno de seis léguas. Notícias mesmas, só limitadas as histórias de trancoso que muito minha mãe contava para nós, mas que o rádio foi importante na vida de muita gente, disso não tenho a menor dúvida.
    Na verdade o rádio auxiliou não só na propagação de informações, como também no lançamento dos esportes comentados e na musicalização do cotidiano, nas dramatizações novelescas e aficcionados pelo rádio, como o são nos dias atuais, por um aparelho de computação. Sobre o surgimento do rádio, resta saber que foi no ano de 1863, em Cambridge, na Inglaterra, James Clerck Maxwell, professor de física experimental, demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas. A partir desta revelação outros pesquisadores se interessaram pelo assunto, como o alemão Henrich Rudolph Hertz (1857-1894). Hertz comprovou a propagação radiofônica por meio do ar em 1887, o que determinou que os antigos “quilociclos” passassem a ser chamados de “ondas hertzianas” (Hz) ou “quilohertz”. A industrialização de equipamentos, contudo, deu-se com a criação da primeira companhia de rádio, fundada em Londres pelo cientista italiano Guglielmo Marconi.
     O funcionamento dos aparelhos de emissão e recepção de sinais já havia sido testado por Marconi em 1896, a partir do momento em que o cientista identificou a importância comercial dos telégrafos. Até então o rádio era algo como uma “telegrafia sem fio”, algo já bastante útil e inovador para a época, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar esta função. Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França), por exemplo, inventaram o “coesor”, um dispositivo que melhorava a detecção de ondas. A mudança de sintonia dos rádios, por meio da possibilidade de seleção da frequência, foi alcançada por Oliver Lodge, em 1897, quando inventou o circuito elétrico sintonizado. Enquanto isso, Roberto Landell de Moura, padre e cientista brasileiro, construiu diversos aparelhos que, além de totalmente relevantes para a história do rádio, contribuíram para descobertas fundamentais para o desenvolvimento de novas técnicas de difusão e de captação de ondas.
   Mas foi somente na década de 1920, que a empresa norte-americana Westinghouse dá início à “Era do Rádio” com a criação do microfone, a partir de modificações específicas no bocal do aparelho telefônico. Além desta invenção, obtida por seus engenheiros, a Westinghouse foi responsável pela radiofusão em si, com a fabricação de aparelhos de rádio para as tropas na Primeira Guerra, começando a partir de então a utilização do rádio em sua praticidade e via de consequência, a massificação em que em busca de notícias tanto da primeira guerra, quanto da segunda, eram as pessoas no pé do rádio para saber como as coisas vinham acontecendo mundo afora.
    Com o fim do conflito mundial, vários aparelhos ficaram estocados nas fábricas, sendo que para estimular a venda para com o grande público, a empresa instalou antenas nos pátios de suas fábricas, para que fosse transmitida música para as comunidades locais. A consequência foi a transformação do rádio em um meio de comunicação com apelo em diversos países.
     O rádio teve um papel importante como meio de comunicação de massa. A fim de que se compreenda o motivo da época ter ficado conhecida como a “Era do Rádio”, basta verificar que nos EUA a rádio crescia surpreendentemente: em 1921 eram quatro emissoras, mas no final de 1922, os norte-americanos contavam com 382 emissoras. A televisão, por sua vez, seria uma revolução no modo do homem ver o mundo: à distância (telever), todos os objetos e locais conhecidos no planeta, sem a necessidade do contato ou ida aos mesmos. A história e o desenvolvimento da televisão se relacionam a diversas pesquisas e descobertas científicas dos séculos XIX e XX. A transmissão de imagens a distância era uma tentativa constante entre os cientistas, sendo que descobertas como a do selênio, em 1817, pelo químico sueco Jons Jakob Berzelius, propiciaram o estudo e desenvolvimento desta ação por meio da corrente elétrica. Contudo, os estudos pioneiros e o próprio invento da televisão é atribuído ao alemão Paul Nipkow, que analisava a ideia do envio de imagens a distância, sendo que em suas concepções poder-se-ia decompor a imagem em pontos, que seriam posteriormente transformados em impulsos elétricos por uma célula fotoelétrica e enviados por um fio para um receptor, ocorrendo o processo inverso para composição da imagem. Nipkow criou então um disco com furos em expirais que “varriam” uma imagem, no qual cada furo gerava uma luz, convertida em corrente elétrica por uma célula de selênio, que por sua vez acenderia uma lâmpada, iluminando então outro disco oposto ao primeiro, gerando a imagem num écran. Este invento foi denominado “Disco de Nipkow”, servindo de pilar para o desenvolvimento da televisão e colocando Nipkow como o pioneiro do desenvolvimento da TV.
    Para mim, a importância do rádio, como meio de comunicação em massa, antes mesmo da existência da televisão, foi algo assim fora do comum. Os antigos rádios, quando ligados, eles tinham uma engrenagens denominadas de “velas”, que enquanto não esquentassem e isso era um processo meio demorado, a transmissão de voz ou de música não surgia como um estalo de dedos acontece nos dias atuais, mesmo na internet ou em imagens de televisão. Quer dizer, o que se achava antes impossível, os estudiosos, suas descobertas e a ciência, tornaram isso uma realidade e foram muito mais além, com o surgimento de transmissão de imagens, que antes era somente preto e branco, para, na década de 60, virem as primeiras transmissões em corres, o que representou uma grande revolução nos meios de comunicação da época e hoje, ninguém se admire, se houve a transmissão da própria imagem entrando no próprio lar das pessoas e interagindo com estas, o que não é nenhuma novidade, já que já existem shows ao vivo que reproduzem através de hologramas imagens criadas pelos meios eletromagnéticos, que recriam pessoas que já morreram, como se estivessem vivas fazendo um show em pleno palco. Num futuro não muito breve, com certeza, o homem ainda vai chegar a fazer viagens através do teletransporte via buracos negos, suas dobras ou através da própria luz, em que a matéria se decompõe de um lado, para surgir no passado ou no presente, como ocorre nos filmes de viagens no tempo. Sabe-se ser ficção, mas muitos dos atuais inventos e da evolução dos tempos, vieram justamente de pensamentos e ficções imaginadas por inteligências superiores, esta é a verdade e nesse intelecto criativo do homem, não existem limites.
   De tantos inventos importantes que presenciei até agora, acredito que, os que mais me chamaram a atenção foram os telégrafos, o rádio e a televisão, que praticamente deram o início a todo esse processo revolucionário, da evolução científica no mundo das comunicações com as quais a gente se depara na realidade atual em que vivemos.

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