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segunda-feira, 27 de julho de 2015

NOITES FRIAS, ESCURAS, INTENSAS, TENEBROSAS...



   Até parece nos dias e noites atuais, que o Nordeste virou o Sul e vice-versa. Até mesmo seca, essa região para onde os nordestinos desiludidos da vida rumam, já vem enfrentando períodos cíclicos de seca. Não que venha a desejar o que sofremos para o povo sulista, isto não! – Na verdade, depois de longos anos, acredito que há cerca de uns quinze, que a gente não enfrenta um período friorento como este pelo qual estamos atravessando. Não como o frio lá de São Paulo que enfrentei entre parte de início das décadas de 60 e de 70, quando para cá retornei em 72. Em São Paulo o frio é de doer na medula óssea. É de lascar mesmo!
  Nosso frio não, é bem diferente. Nos deixa mais elegantes, convidativos a uma boa noite de sono ou de amor gostoso e carinhoso, para quem o tem de verdade, mas também, por outro lado, quem não tem como permanecer numa condição bem aconchegante, sofre para danar nesse período, que diga-se de passagem, deixa nossa cidade, nosso município, todo recoberto por uma neblina, uma cerração com variantes de fina chuva, porém às vezes mais carregada, que nos faz voltar nossa mente ao imaginário de que como seria bom a gente saber usar melhor esse período friorento de nossa cidade e fazer algum evento de época ou coisa que o valha, só para aproveitar esse período que muitos imaginam que ser inexistente na paisagem sertaneja, principalmente os que vivem no Sudestes e Sul do país, e pensam que tudo aqui ainda é fome e seca, como eles chegaram a experimentar em tempo recente.
   Lembro que quando criança, ao sair em algumas noites de frio, era de meter medo, de sentir horror e pensar que seria pego por alguns daqueles monstros imaginários que povoam a nossa mentalidade infanto-juvenil. Embora tudo isso seja fruto do passado, no momento atual, quando a gente sai à noite, a depender do horário, já que o povo vive preso a um aparelho de televisão, DVD ou computador, não se vê um viva alma a andar pelas ruas, que frias, escuras e tenebrosas, a ponto de meter medo de verdade, chega mesmo a nos dar calafrios intensos e terminamos por voltar para casa, dentro desse contexto atual, de ver TV, algum filme ou então, vasculhar no computador e navegar em páginas internetárias, já que não precisamos sair a lugar algum para termos contatos com pessoas de qualquer parte do mundo.
  A mim me parece estranho esse tipo de relacionamento a quilômetros de distância, ou até mesmo com pessoas daqui mesmo da cidade, mas sem a presença física, o que torna a conversa seca, sem brilho, sem o olhar olho no olho, a emoção de troca de ideias, realmente, algo sem o menor sentido, mesmo assim, é o mundo moderno que está nos afastando doutros tempos em que a gente ia na casa um do outro para conversar, trocar ideias, jogar palavras, falar da vida alheia, que sempre foi o picante de cidades onde todo mundo se conhece, mas tudo era mais próximo, mais humano e próximos uns dos outros. Hoje não, com a conectividade internetária, a gente conversa com muita gente bem distante, pode até imaginar próxima, mas na verdade, está cada um mais distante do que se imagina. Até mesmo namorar pelas redes sociais, se torna algo assim meio sem sentido, porque mostrar quem é, como é, para quem está do lado um do outro a uma certa distância, não é, e jamais será se vivenciar o que está bem próximo de você, principalmente em noites frias, escuras, tenebrosas e convidativas ao amor. Pior é se engolir pelas redes sociais, gato por lebre e ser enganado(a)-, por um sapo, quando deveria ser um príncipe ou uma princesa.
   E assim, vai se enfrentando as frias noites desse período gostoso, porém o triste mesmo, é que não faz o mesmo sentido que se tinha noutros idos telúricos da singeleza dos relacionamentos, da pureza das rosas, do amor e do entrelaçar aconchegante nos galopantes cavalgar das intensas e prolongadas noites de amor. 

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