Uma das coisas interessantes que tenho observado no
meu dia a dia, é que no geral, as pessoas, quando fundam uma associatividade,
uma entidade privada, porém de interesse coletivo, imaginam ou confundem como
se fora tudo de propriedade pessoal, de uma família, particular. Querem
exemplos? – Existem aos montes. Em Buíque mesmo, associatividades desportivas,
comunitárias de bairros e da zona rural, de motoqueiros, de motoristas, de
concessão de emissoras comunitárias de radiofusão e por aí se vai alguns dos
poucos exemplos, sem falar nas ONG’s e nas OCIP’s, entre outras. Pior é que
ninguém vê audiência pública de fundação de nenhuma dessas entidades em Buíque
ou em qualquer lugar que seja, salvo algumas poucas exceções, quando algumas
pessoas ainda encaram o objetivo de fazer o bem, de forma séria e dentro da
lei, mas no geral, até mesmo Igreja evangélica, é fundada na base de ata de
algaroba. Quer dizer, fazem a ata, o estatuto, como se houvera uma assembleia,
que na realidade nunca existiu e simplesmente, sacramentam a associatividade
como manda o figurino, registram no órgão devido, se inscrevem no CNPJ e
pronto, está legalizada mais uma associatividade ou entidade sem fins
lucrativos. É assim que funciona, na base do martelo para servir a interesses
particulares de alguém ou de um grupo.
No geral,
os fundados, buscam sempre colocar nos órgãos diretivos pessoas manipuláveis,
pertencentes a uma mesma família, para manobrarem as decisões tomadas em
Assembleias Gerais ou Conselhos Diretivos, no sentido de se perpetuarem no
poder ou então fazer do que é de interesse coletivo e não particular, o que bem
entender. É assim que funciona. Outra coisa interessante, é que Assembleias
Gerais de fundação, é uma piada. As atas de um modo geral são todas fraudadas e
se bem reparadas, umas são cópias fiéis umas das outras. Então minha gente, a
maracutaia nesses órgãos, é grande, a ponto de se dizer até nas comunidades,
Rádio Comunitário FM de Seu Fulano, Campo de Futebol de Seu Sicrano,
Associatividade de Bairro de Seu Beltrano e assim por diante. É assim que
funcionam essas associatividades. Não raras, funcionam dentro dos conformes,
mas a maioria, minha gente, é meramente para atender interesses escuros de um
grupelho restrito de particulares ou de uma única pessoa. Rádios Comunitárias,
podem observar, são um grande foco de negociata, quando deveriam ser voltadas
para os interesses comuns da comunidade e não como meio de lucratividade para
uma estirpe familiar, esta é a verdade. O mesmo vale para associatividades
comunitárias de bairros, de interesses ruralistas ou outras quaisquer, que na
verdade, alguém de certa forma, só quer mesmo, obter indevida vantagem, aplicar
alguma migalha para não dar muito na cara, mas o resto, é para o interesse
particular. Mesmo na maioria desses organismos privados e sem visar
lucratividade, existem enes falcatruas e, muitos buscam com isso, além da
indevida vantagem, fazer uso político de tais organismos. As ONG’s e OSCIP’s,
também não estão fora desse rol de interesses escusos, pelo menos uma grande
parte e isso, não é só mérito de nós brasileiros por sermos visualizados como inseridos
no rol dos mais corruptos do que alguns dos demais países do Planeta.
Aqui mesmo
em Buíque, fundei junto com um grupo de companheiros, a Academia Buiquense de
Letras e das Artes – ABLA, mas busquei conduzir desde o movimento que criei
para a ideia vir a se tornar realidade, tudo às claras, inclusive marcando de
verdade, uma Assembleia Geral, uma Audiência Pública, aberta, na Câmara
Municipal, portanto, um evento público para conhecimento de todos, para poder
chegar a fundar uma entidade privada, porém, jamais de minha propriedade
particular. Jamais poderei chegar e dizer que a ACADEMIA que fundei, é de minha
propriedade, posso até chegar a tratá-la por “minha academia”, no sentido figurado,
como seu membro e pertencente aos seus quadros acadêmicos, na condição de seu
primeiro presidente, menos de que a Academia é minha como se fora propriedade
de minhas posses, isso jamais, pois quando a fundei o fiz com o intuito de
servir à comunidade buiquense, regional e por que não, cosmopolita, ao nosso
desenvolvimento cultural e coletivo e não meramente de um grupo seletivo de
pessoas ou a mim próprio. Entidade privada, porém de interesse coletivo e sem
fins lucrativos, jamais poderá ser utilizada para fins ou interesses
particulares. É uma forma de buscar servir sem ser servido e foi com esse
propósito que fundei a nossa ABLA. Outra mais, passado o meu primeiro mandato,
democraticamente, buscarei passar o bastão para outro colega na mesma condição
e dentro do que determina o Estatuto da entidade, porque nessas entidades sem
fins lucrativos, os que estão à frente, jamais deverão se perpetuar, como
acontece em Rádios FM comunitárias, em associatividades de bairros, de zona
rural, de motoqueiros, de motoristas de transportes alternativos, de
sindicatos, isso é uma esdrúxula forma de ver as coisas de interesse
comunitário, como se fora de interesse particular ou então, com a finalidade de
atingir finalidades de caráter particulares, o que não se coaduna com a
filosofia de organismos dessa natureza criados ou fundados para servir de
interesse-meio para se atingir interesses-fins em favor da comunidade a qual
representa, é essa a minha visão desses tipos de entidades comunitárias e associativas.
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