Nem bem foi aberto o tempo
legal para a apresentação de candidaturas da OAB, Secção de Pernambuco, nomes
já aparecem e se movimentam fazendo palestras, discursos para à platéia de
advogados, como se fossem também, pessoas iguaizinhas aos demais eleitores
comuns, que tanto a gente bem conhece em nosso meio em que vivemos. Na verdade,
eleição da OAB, tanto quanto outros órgão classistas, são permeadas de vícios
do mesmo fruto da árvore envenenada. Costumam dizer que o povo tem o governo
que merece, porque não sabe votar, por ser analfabeto de pai e mãe, funcional e
de que, vende seu voto como mercadoria em feiras de mangaios, mister esse que
não é só digno de nosso povo não senhor!
Pois bem, será que na OAB, esses mesmos vícios praticados
comumente por iletradas, por analfabetos e alienados, também não existem, ou
são visíveis entre os engravatados que fazem uso da toga na condição de
operadores do Direito, da ordem constituída e do Estado Democrático do Direito,
hem? – Em tese da mesma forma, são os defensores dos direitos dos mais fracos,
oprimidos e de quem não tem vez nem voz, diante de autoridades que investidos
no pedestal do mando, acreditam tudo poder e têm certeza de verdade que são
Deuses de verdade e outros, mais simplistas, imaginam-se Deuses, mas que na
verdade, pelo poder concentrado nas mãos desses que podem decidir se alguém é
culpado ou inocente, que pode determinar e marcar para sempre a vida de alguém,
esses escolhidos se sentem Deuses de verdade, esta é uma realidade vivenciada
no nosso dia-a-dia. Mister somente do Brasil, não dá para crer que seja!
A questão é a de que, eleição de Seção Estadual da OAB,
principalmente aqui em Pernambuco, é do tamanho de uma eleição de deputado
federal, senão bem maior. É uma campanha homérica e milionária. Gastam-se
milhões para se chegar a ocupar um cargo teoricamente emblemático, mas a
questão, é o fato de que, interesses escusos, estão sempre embutidos por baixo
dos panos, como se diz no popular. Compra de votos na OAB? – Será que existe,
afinal de contas, estamos falando de uma categoria profissional de pessoas
gabaritadas, estudadas, formadas, de boas índoles, etc e coisa e tal! – Claro que
existe e como este ano é eleitoral dessa peleja de uma das mais brilhantes
classes de profissionais liberais do Brasil, quem por tantas dificuldades que a
categoria vem enfrentando pelo número de profissionais que são jogados no
mercado ano à ano, que não respeitando à ética, faz uma audiência à troco de
uma merreca qualquer, que atropela os outros que já estão no mercado, se
infiltrando nos processos alheios, que por influências de pessoas de dentro da
própria justiça e de outras instituições, tem acesso facilitado e também, pelo
paquidérmico elefante branco que é a nossa Justiça, nada anda, os processos não
tem o devido encaminhamento e na verdade, na medida que essa categoria
profissional incha, a situação de quem vive tão-somente da advocacia, se não se
corromper e desrespeitar à ética profissional, atropelando princípios de
conduta profissional e colegas, não chega a sobreviver. Quantos não são os
advogados que montam esquemas, principalmente grandes escritórios, para poder
permanecerem no mercado e ganharem milhões em honorários, hem? – À bem da
verdade, minha gente, ninguém pode falar em consciência, tampouco em ética na
profissão de advogado, quando para se ganhar uma eleição se faz uma campanha
milionária, se compra votos do mesmo jeito que o cidadão comum e faz todo tipo
de tramóia para se chegar ao poder. Alguém que vive na profissão há muito tempo
como eu, se habilita a dizer, e provar o contrário?
Agora há de se indagar, por qual razão tanto interesse em
ocupar um cargo que sequer é remunerado? - Ora, simples: primeiro, porque pela
representatividade e importância, ser o presidente de uma Seção da Ordem,
principalmente num Estado com uma tradição secular no Direito, como Pernambuco,
é de grande importância nas esferas institucionais das mais importantes do
próprio estado e do país; também existe o fator de futuramente se tornar um
desembargador, em face do quinto constitucional, além de, a depender da
projeção estadual, se destacar a ponto de se seguir carreira política de
sucesso, como tem sido costume de uma grande maioria, além de ter carrão à disposição,
despesas de deslocamentos e de estadia tudo pagas pelas anuidades dos
advogados, afora outra regalias que usufruem enquanto estiverem na condição de
ocupantes desse alto cargo representativo dos advogados. Na verdade, muitos só
estão mesmos interessados em representar e lutar pelos seus próprios
interesses.
Fato interessante, é o de que uma das coisas que sempre
observei, inclusive por criticar as formas como até mesmo um presidente de uma
mera seccional de uma região chega a ser eleito presidente e, contrariando os
brios de um laranja, por isso mesmo,vim a ser processado pelo Conselho de Ética
de nossa OAB estadual, a pedido da seccional, mas lutei bravamente até o fim, e
terminei por vencer essa batalha em minha vida, mas nem por isso, deixei de ser
um ferrenho crítico da forma como é feita as eleições da Ordem e como são
conduzidos na base dos conchavos, da compra de votos, os seus membros, esta é a
verdade. Avizinha-se este ano, mais uma eleição da Ordem, e podem aguardar que os
mesmos fatos, vão acontecer da mesma forma que nas anteriores. Um
questionamento que nunca saiu de minha mente nesses vinte e cinco anos de
advocacia, é o fato de que, por qual razão nunca foi eleito um presidente da
Seção Estadual, que não da capital? – Em Arcoverde, que aglomera várias
cidades, por qual razão também, nunca foi eleito um presidente a não ser que
seja de Arcoverde, quando existem pessoas extremamente gabaritadas para
concorrer e ocupar esse cargo emblemático do mesmo jeito que os advogados
arcoverdenses, hem colegas advogados? – Interessante e que fazem composições
com outras representações de candidaturas a cargos emblemáticos menores com
outras cidades, para poderem se eleger e depois, terminam por enrolar a todos ou
não é assim? – Temos até tido representantes atuantes. Agora o que não entendo,
é por que tem sempre que ser de Arcoverde a cabeça de chapa. E aí, quem me dá
uma explicação?
A nossa classe da mesma forma que nosso povo, precisa deixar a
hipocrisia de lado e partir para enfrentar uma realidade, que não passa de
também, enganação, de buscar em promessas não cumpridas, a exemplo dos
políticos, não chegarem a fazer ou sequer chegar próximo ao que se prometeu
numa campanha para o mais alto cargo da categoria em Pernambuco. Por isso
mesmo, é que necessário se faz também, de conscientização de nossa própria
classe de profissionais, para não agirem da mesma forma que o eleitor comum, o
iletrado, analfabeto de pai e mãe, o funcional, porque em dificuldades, da
mesma forma que o eleitor comum, o profissional da advocacia, é capaz do mesmo
jeito, de vender a sua própria alma para colocar nesse poder emblemático, na
maior das vezes, quem menos merece, esta é a razão de ter a minha visão e
minhas próprias posições dentro de uma realidade que sempre tenho acompanhado
nas calejadas mãos de um advogado que sempre fez de seu ofício um sacerdócio
sempre na persecução da prática de uma conduta ética e de se fazer o bem sem
olhar a quem. Não enriqueci, porque não fiz o que muitos fizerem e vem fazendo,
que é atropelar colegas, formar grupos de agenciamentos e usar de forma
escancarada lobismos tanto na Justiça, quanto em outras instituições públicas,
privadas ou mistas, para poder ganharem os seus “suados” honorários e aí fico a
duvidar, se esse ou àquele advogado ganhou mesmo honorários como se deve ganhar
o profissional que faz da profissão um sacerdócio de sempre se fazer o bom
combate, ou “comeu” e enganou mais um cliente que precisou fazer uso de sues
préstimos advocatícios ou enganou dolosamente mais uma pessoa que ao buscar um
profissional do direito, encontrou mais um larápio igual a tantos que existem
neste imenso país.
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