Pior coisa é um governante
assumir a direção de um Estado, completamente com as suas finanças fora de
controle, por que para vir a colocá-la nos eixos novamente, a coisa não é fácil
de forma alguma, em face de que, as peças a ser mexidas, podem precisar de
medidas impopulares que não chegam a agradar ninguém, e se voltam todas elas,
contra quem está à frente do comando diretivo. Quando o governante é forte, tem
poder persuasivo, domina maioria da bancada da Assembléia Legislativa, e busca
cortar na carne onde realmente existe o sangramento, aí poder-se-á se chegar a certo
equilíbrio, pelo menos temporário, ou até, como se fora uma nuvem de fumaça.
Na verdade com sua política “socialista”, mas encharcada pelo
praxismo da velha e ultrapassada politicagem de sempre, como um rolo compressor
que leva tudo à seu favor, Eduardo Campos quando vivo, buscou juntar em torno
de si, todo tipo de gato e sapato da política pernambucana, àquela mistura de
alhos com bugalhos a qualquer custo e deu no que deu. Está aí um Estado fora do
controle, em que existe uma série de problemas deixados a ser resolvidos, obras
em andamento que embora não tenham parado por completo, mas o ritmo de aceleração teve uma refreada
e, como se não bastasse, problemas como o da greve da Polícia Civil que já vem
desde praticamente o início do ano sem nenhuma solução à vista, além de que,
vem sendo cortados recursos de setores essenciais à população, a exemplo de
saúde e educação. Não que o nosso país esteja diferente, mas Pernambuco agora
vem se dando por conta de que Eduardo Campos deixou realmente um legado
negativo e duro de ser enfrentado por um governante fragilizado como Paulo
Câmara, que como sempre foi um tecnocrata, não está sabendo como resolver as
variadas questões políticas de nosso Estado.
Uma das saídas que vem sendo ventiladas a serem colocadas em
prática, como sempre acontece em épocas de crises, é justamente o aumento de
impostos, como se já não fosse demasiada pesada a carga tributária tanto do
país,quanto de nosso Estado, que há uma incidência de uma das maiores alíquotas
de ICMS de todos os Estados da federação. Na verdade, Paulo Câmara está num beco
sem saída, não está sabendo como lidar com a situação e pelo que se pode notar,
a tendência é perder parte da mesma bancada que dava apoio e sustentação a
Eduardo Campos e que vivendo à sombra de seu criador, certamente não vai ter
força política suficiente para dar sustentação a essa mesma base aliada, o que
poderá ainda mais tornar a situação dificultosa e fora de controle.
Ora, tirar dinheiro da saúde e da educação, quando se deveria
investir mais nesses setores, não é a melhor saída. A saúde pernambucana está
uma em estado de calamidade pública, uma verdadeira penúria e extremamente
sucateada. Paralisação regulamentar das obras deixadas por Eduardo Campos,
talvez fosse uma saída regulamentar transitória, até que viesse a equilibrar as
finanças do Estado, que se não tiver cuidado, poderá até chegar a prejudicar a
própria folha de pagamento dos servidores públicos estaduais, como vem
ocorrendo em outros Estados. Colocar a culpa por que não hipotecou apoio à
Presidente Dilma Rousseff, é desculpa amarelada, porque a questão em si mesma,
é que Eduardo Campos gastou o que não poderia e devia, prometeu o que o Estado
não tinha suporte para aguentar, tudo isto porque tinha em seus planos de vida,
se tornar presidente da república, o que veio a terminar esse sonho em uma
tragicidade inesperada, e vir perder a própria vida em acidente aéreo.
Certo que na época dele, Eduardo, o Estado teve uma economia
que cresceu mais de que todo o Nordeste e até mesmo do que a média dos demais
estados da federação, mas isso tem muito a ver com o ex-Presidente Lula, quando
seu aliado, mas a questão dele como governante, sem sombra de dúvidas, foi
buscar aglomerar entre si, um séquito de políticos de todos os naipes, que nada
tinham ou tem nada de socialistas, com um objetivo único e exclusivo, de tentar
abocanha à presidência da república, e assim, vir a realizar o que seu avô
Miguel Arraes de Alencar, tanto acalentou esse sonho e não conseguiu. Talvez
ele se julgava dentro de seu introspectivo, de que teria como missão cumprir e
complementar o sonho de seu avô e responsável principal de sua inserção no
mundo da política.
Como nosso Estado foi encontrado com suas finanças
desarranjadas, um governante mais tecnocrata que político, sem o devido jogo de
cintura, com certeza vai ainda enfrentar grandes turbulências políticas e
quiçá, não venha a ter a oportunidade sequer de se tornar ou ter a chance de
vir a ser o governante de Pernambuco num futura reeleição, porque como as
coisas estão, se não mudarem de rumos, é esse o caminho que os prenúncios
políticos nos mostram no momento.
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