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terça-feira, 5 de abril de 2016

SERÁ QUE PARA QUEM FAZ A ÚLTIMA VIAGEM VAI VER OS LÍRIOS DOS CAMPOS?



     Toda vez que uma pessoa amiga se vai desta para outra, fico intensamente angustiado, amargurado e triste. Fica àquela dor profunda no meu eu interior, que por vezes vem uma espécie de tranca por dentro, que chega a me sufocar, que não sei se vou aguentar também, porque isso reflete o meu choro incontido no meu eu ontológico, diante da partida de uma pessoa amiga.
          Se foram tantas pessoas amigas já, que até perdi a conta, mas quando vai mais uma, é como uma pontada de agulha bem dentro de meu coração. Fico a imaginar como será o meu momento, não porque vivo imaginando na morte, quando devo pensar na vida, mas não deixo de sentir profundamente quando parte para o andar de cima, uma pessoa que a gente aprende e se afeiçoa à esta, como se ela não fosse jamais fenecer, fosse viver para sempre, mas isso é impossível de acontecer, porque se não for eu primeiro, alguém terá que ir no lugar daqueles que ficam. Muitos até imaginam que nunca irão, mas quando o momento de cada um chega, vem assim sorrateiramente ou se supetão, fazendo uma surpresa inesperada e assim ninguém pode se safar, se esconder, se livrar, porque lugar algum existe para que alguém possa vir a fugir, se camuflar, se esconder da teratológica morte e esta, é a única certeza que temos na vida.
          Aceitar é muito difícil, mas ninguém pode se quedar e dizer: “vou fugir, vou me safar, vou me livrar da morte”, seja por quais meios forem, é um fator fenomênico da vida que ninguém poderá fugir. Cedo ou tarde, ela vem e não manda recados, como o fez com Robervânia Ramos. Pessoa bem sucedida na vida, bem estruturada econômica e financeiramente, se bem que, nem sempre foi assim, porque seu pai Luis Nilson, quando chegou aqui em Buíque, lá pelos anos de 1969, abriu um pequeno mercadinho naquela esquina que quase faz vizinhança com a última morada e a partir daí, veio a crescer e formou do nada, juntamente com os seus familiares, um grande negócio em Buíque, chegando ao ponto de fazer um supermercado modelo em nossa terra, o qual era gerido no momento, por sua filha Robervânia, que sempre simpática e hábil nos negócios, vinha administrando com maestria o empreendimento da família.
         Por algumas vezes conversamos e até cheguei a ser seu professor, no curso de administração que fazia na Faculdade que funciona na Escola Recreação e ela, pelo que me pareceu, era uma aluna aplicada, apesar das muitas obrigações que tinha no seu dia a dia, razão pela qual, quero aqui de coração, prestar minha mais profunda e sincera homenagem a essa mulher guerreira, que ainda cheia de vida, teve que partir sem ser avisada, mas aqui vão ficar muitas saudades das pessoas que tanto a admiravam, tanto pelo seu tino administrativo, quanto como uma ser humana da melhor estirpe. Que lá no andar de cima, venha a ter as alegrias que poderá até não ter tido por aqui, no jardim dos lírios dos campos.

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