Ao longo dos anos, a política buiquense tem sido um exemplo
de que, nem sempre com dinheiro se elegem candidaturas majoritárias. Alguns
nascem da vontade popular, mas muitas delas, há algumas décadas, tinha que ter
um coronel à tiracolo, senão dificilmente se elegeria. Houve uma época que o
voto era de cabresto, um verdadeiro curral eleitoral. Dizem que não corria
dinheiro, mas existiam muitas pressões e ameaças sobre quem não votasse com o
candidato do coronel e muitas manipulações em boletins de apurações de urnas. A
ordem do coronel da Casa Grande sobre a Senzala, era no geral, o que
prevalecia. Mesmo assim, Dr. Zé Cursino Galvão, em 1952, derrubou o seu tio,
Coronel Félix de França Galvão, na raça, mas era uma briga política entre
familiares. Dizia ele, Zé Cursino, que era “quem tinha derrubado os coronéis de
Buíque”, mas na verdade, esse feito, pode ser de responsabilidade de Blésman
Modesto, mas não deixava de ter um apoio de outro político forte, Jonas Camêlo,
que depois com o seu grupo, terminaram por conspirar contra ele e apeá-lo do
poder, donde ficou afastado por mais de dez anos, voltando fervorosamente pela
vontade popular, sem o apoio de nenhum poderoso, em 1976, apesar de uma política
ainda com fortes resquícios coronelistas e na base da ameaça das balas e das
baionetas dos poderosos que o apoiaram em 1962.
Outra política que praticamente veio do nada, foi a
candidatura de Zé Camêlo, em 1982, que teve Arquimedes Valença como o seu vice,
que saiu lançado por Adilson Gago, pelo PMDB. Não fosse isso, ele não teria
saído candidato e, sem um tostão furado no bolso, sagrou-se vitorioso, só com o
nome do pai, Jonas Camêlo, mas foram algumas das candidaturas que mesmo sem
dinheiro, tiverem êxitos em seus intentos e por último, veio a do atual
prefeito, que nas mesmas condições do pai ou pior, em 2008, caiu no gosto
popular e venceu as eleições, mas não fosse uma injeção forte de dinheiro do
falecido senador Sérgio Guerra, por baixo dos panos, que percebeu o seu
potencial de carisma popular, não teria investido um tostão e, do que o senador
investiu, colocou prepostos seus em postos chaves na prefeitura, para tirar
parte e mais alguma coisa do que ele investiu no atual prefeito naquela época.
Já em 2012, foi uma campanha em que para ele ganhar, teve que suar muito e
muito dinheiro do povo saiu pelo ralo da máquina pública para bancar a sua
eleição, tendo adquirido até o passe de sua ex-adversária, Miriam Briano, que
fora candidata de Arquimedes em 2008 e através de transações políticas até hoje
pouco explicáveis, passou a apoiar o seu figadal adversário, a ponto de como
candidata atual, o seu apoio quase que não sai, a ponto de ter lançado um
candidato, numa tentativa de jogada de mestre que ele acredita que é, sem que
tenha vingado, se vendo obrigado através de pressões de seu próprio grupo, a
vir a apoiar sua vice-prefeita, que vai enfrentar um enorme desgaste pelos
desgovernos que ele fez contra uma candidatura de um homem de firmeza e
palavra, que tem um enorme carisma entre o povo buiquense, Arquimedes Valença.
Então não imagine que o páreo vai ser fácil. Será mais uma campanha de quem
está com a máquina, por sinal abusando antes do tempo e indevidamente, mas vai
enfrentar uma candidatura de peso, de um homem conhecidíssimo nos quatro cantos
de Buíque e que goza ainda de um enorme carisma político, diferente de Blésman
Modesto em 2008, que ali foi dado um ponto final em sua carreira política, quando
amargou parcos 507 votos, que mal dava para eleger um vereador. Diferente de
Blésman Modesto, Arquimedes Valença, está vivíssimo e altivo e tem tudo para
vencer essa eleição!
Certa feita, cheguei a dizer na campanha de 2008, quando
estava do lado de lá, que àquela eleição, de um “menino” sem um tostão, seria a
luta de um Davi contra um gigante Golias, se não me engano, num último comício
na Av. Cel. Antonio Calvalcanti, mas as coisas oito anos depois, na campanha
atual, se apresentam o contrário. Agora o Golias é ele e nosso atual Davi, é
Arquimedes Valença, que sem dinheiro, mas com o apoio do povo e dotado de um
grande carisma político vai enfrentar o gigante Golias e com certeza, como
aconteceu na história bíblica, o hoje pequeno Davi, vai com certeza, mesmo
enfrentando toda sorte de poderio, de adversidades, que se possa impor contra
ele, vai vencer o atual gigante Golias, essa é lógica de nossa política
buiquense da atualidade. Não pensem os adversários, que o jacaré está morto
não, porque ele está vivíssimo e se espalhando na lagoa por toda a região
buiquese.
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