Bem, emprestado pelo velho amigo
cordelista e escritor, Paulo Tarciso, comecei ontem a ler um livro com um
título chamativo e interessante: “SE EU PUDESSE VIVER MINHA VIDA NOVAMENTE...” –
Acredito, que à primeira vista, toca em profundidade na pessoa que gosta e é
afeito à leitura, a exemplo de minha pessoa. Achei curioso o título, de autoria
de Rubem Alves.
À primeira vista, a gente começa a fazer
ilações em nossa mente e colocar em nosso imaginário, o que se faria se a gente
pudesse, a essa altura do campeonato, volver o tempo e reviver tudo novamente,
como é que faria? – Será que a gente repetiria tudo de novo? – Faria a mesma
coisa? – Seria o mesmo babaca ou vivaldino que imaginou ser? – Seria um crente
fervoroso e seguidor dos mandatos do Livro Sagrado?, ou talvez buscasse fazer
tudo diferentemente daquilo que você buscou demonstrar em sua personalidade
comportamental de ser, hein? – Será que você faria de tudo aquilo que imaginou
fazer e nunca teve coragem de fazer? – Você repaginaria a sua vida? – Acredito piamente
que sim, porque na verdade, ninguém vive satisfeito com a vida que tem e, de
certa forma, gostaria em muito de dar um novo rumo a esta. Não teria sido, em
muitos casos, o conformista que sou.
Ah, talvez não chegasse, por outro lado,
a mudar muita coisa! – Primeiramente, tendo nascido nas condições que vivi,
acredito que não mudaria muita coisa para percorrer a trajetória sofrida de
vida diferente, mas com certeza, iria buscar, tendo consciência do que foi
minha vida até o presente momento, muita coisa iria buscar corrigir.
Primeiramente, não seria o menino besta que fui; teria sido diferente e mais
hábil para lidar com determinadas situações vividas; valentão não queria ser,
mas no mínimo, teria pego em armas para enfrentar a ditadura militar; teria me
dedicado mais aos estudos, apesar das dificuldades do estado de pobreza em que
minha família vivia; também minha ida ao estado de São Paulo, teria sido
diferente e buscaria dar uma surra em dois japonesinhos de Ribeirão Pires, que
nos acuaram quando eu e Milvernes, voltávamos da escola primária, para a nossa
rude casebre naquelas plagas; teria lido mais grandes obras mundiais; na jovem
guarda, não teria sido tão babaca e teria pego as neguinhas do pedaço e
buscaria ter sido o líder do meu grupo, se bem que, na escola, por tirar as
melhores notas, sempre era assediado, mas não seria tão besta com àquelas doces
meninas, como fui, porque elas só queria fila e eu não exigia nada em troca. No
mínimo buscaria comer uma porção delas, mas agora é tarde. Não sei nem se elas
ainda existem. Ah, se pudesse viver minha vida novamente, com certeza, se
tivesse feito o curso de direito, teria me preparado não para ser um advogado
ambulante, mas sim, um desembargador ou até quiçá, um ministro do STF! – Talvez
nem Direito tivesse feito, mas sim, medicina, porque o sujeito já sai formado
em Deus, ou talvez não quisesse ser um Deus, porque a ninguém é dado o direito
de o Ser, mas apenas um bom médico para servir a nossa população mais humilde,
mas é um curso em que ainda o sujeito tem mais facilidade de enriquecer. Como
advogado não cheguei a tanto; não sou rico, mas pelo menos, aprendi a exercer a
profissão com zelo, ética e dignidade, que não são sinônimos de riqueza, mas
deveria ter sido mais zeloso em ter tido o cuidado de pegar grandes causas,
apesar de não ter vindo de uma família tradicional de advogados, mas mesmo
assim, acredito ter dado conta do meu recado. Muitas coisas não teria feito ou
quem sabe, teria aproveitado mais, porque o que me resta hoje, é uma doença sem
volta.
É com certeza, se fosse me dado a chance
de viver novamente, com certeza mudaria muita coisa e teria me preparado desde
cedo, quem sabe, pegando gosto pela política, me preparado para fazer uma
carreira política como todos esses corruptos fazem, não simplesmente como um
reles vereador, mas iniciando como prefeito de minha terra, e chegando, quem
sabe, até ser o presidente da república. Se pudesse reviver a minha vida
novamente, acreditem, tudo seria diferente! – Talvez não desse jeito, mas
embora goste de minha vida, claro que muitas coisas pontuais, iria certamente
mudar tudo, para que outro rumo ela tivesse, mas como isso é impossível de
acontecer, então que me contente com esta vida que tenho, que já é o bastante e
suficiente e mudar, a partir do momento em que estou, mudar o que pode ser mudado,
aceitar o que nada pode ser mudado e ser isso que realmente sou, porque sou
isso mesmo e não ser diferente e isso, não posso mais mudar, a não ser, que “tenha
uma chance de viver a minha vida novamente...”
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