É mais do que esclarecedor que nos “antigos
carnavais” de Buíque, a festa momesca era mais família, de brincadeiras entre
amigos, que saiam de casa em casa, tinha o mela-mela durante o dia, em que
populares saiam pelas ruas, pessoas se vestiam de papangus e à noite, tinha
festa de Clube, que na realidade era no Mercado Público Municipal, pela
inexistência de um Clube de verdade em nossa terra, mas era um carnaval alegre,
família, com o sábado do Zé Pereira, que no sábado à noite, saia às ruas para
abertura da festa do reinado de Momo, em que sempre era eleito o Rei do
Carnaval e a Rainha. Hoje já não mais existe isso, porque o formato
carnavalesco com o tempo mudou e, da mesma forma, as personagens são outras.
Embora considerada pelas vertentes
religiosas como festa demoníaca, em que se exagerava na bebida, nos avanços dos
namores, nos possíveis amores passageiros, frutos de mais um carnaval, que em
muitos casos, terminava em casamento, mas era um carnaval mais família e menos
comercial do que os carnavais atuais. Os tempos mudaram, as pessoas evoluíram,
as músicas não são as mesas a exemplo de músicas como: Você pensa que cachaça é
água, cachaça não é água não; Olha a cabeceira do Zezé, será que ele é, será
que ele é; Papai, mamãe, quanta alegria dentro do salão, quá-quá-quá, passei no
vestibular...; Ó quarta-feira ingrata, você vem depressa só pra contrariar...,
entre tantas outras músicas memoráveis que marcaram quem viveu essa época dos
antigos e bons carnavais buiquenses. Era uma festa demoníaca, mas posso
confirmar, foram período de nossas vidas, que marcaram para sempre em nossos
corações.
Era uma festa do povo, da família e
muita gente se divertia para valer. Agora, depois de longas datas que se foram esse
modelo de carnavais antigos, a cada ano foram modificando, até se chegar ao
carnaval atual, que para nós os mais antigos, não são como antes, mas não deixa
de fazer a alegria de muita gente, principalmente dos mais jovens, que são
ávidos pelos tipos de festas que estão acostumados a participar e, o carnaval,
pode até ser considerada nos moldes atuais, de pão e circo para o povo, mas
para uma cidade como Buíque, que não tem outra fonte de renda, a não ser a
exploração turística, então a festa momesco não pode ser vista por esse lado
depreciativo, do politicamente incorreto, porque quantos empregos nesse período
não serão gerados? – Quantas pessoas alugam suas próprias residências, para
ganharem nesse período um dinheirinho a mais? – Quanto emprego direto e
indireto temporariamente não se agrega ao povo do Município? – Então minha
gente, o nosso carnaval, apesar das dificuldades e de tantos outros problemas
que temos para resolver, evidentemente não pode deixar de acontecer, porque
traz movimento para nossa cidade, geração de renda e de empregos, mesmo que
temporários e isso, é o lado positivo da festa momesca, que de certa forma, por
ser uma festa gigantesca, poderá trazer violência, ingestão de bebidas em
exagero e uso de drogas para quem é viciado, o que não é um problema só de um
carnaval a mais, mas sim, um crucial problema de todo o Brasil. Mas com certeza
uma festa dessa magnitude, geralmente na atual gestão, é bem organizada, porque
toda estrutura é bem montada justamente para garantir a segurança do folião,
como sempre acontece. Problemas! Claro que vai haver, o que se espera é que os
foliões saibam brincar e aprender a limitar a sua liberdade diante da liberdade
alheia.
No frigir dos ovos, esse carnaval com
certeza, será mais um grande carnaval patrocinado pela nova gestão, evidentemente,
com parcerias, porque o município com recursos próprios, não teria condições de
bancar e, quanto aos demais problemas, não perderam, tampouco por conta de mais
um carnaval, vão deixar de ter especial atenção, como vem tendo na gestão do
atual prefeito. Então gente, que se brinque pra valer nesses dias de 09 a 13 de
fevereiro! E viva o Carnaval de Buíque, um dos maiores do interior de
Pernambuco!
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