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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 14 de janeiro de 2018

DENTRO DO ÚTERO



        Imagine-se dentro do útero materno, na escuridão infinda, sem saber sequer de sua existência, de que é mais uma vida em gestação e sem nenhuma expectativa de que exista para o mundo real ou se vai chegar a existir de fato. Pois bem, existem dias que a gente se sente desse jeito, como se o mundo tivesse se fechado como por encanto, completamente para você, e você não vê ou absolutamente nada, a não serem trevas e escuridão. Medo já não sente mais, apenas um tranca de sentimento dentro de si, que só lhe dar vontade de chorar, de tanto sentimentalismo misturado e perdido na vida toda em que viveu ou vegetou.
        Pois bem, é dentro desse útero, que a gente passa a imaginar, se realmente essa vida valeu à pena ou não; se o que fizemos durante todos esses anos foi certo ou errado; se você está, apesar do pouco que lhe resta, buscando vascular tudo que fez e sopesar numa balança, se realmente fez mais ações certas ou erradas, mas aí, você cai dentro de si, e não se contem em lágrimas que jorram para dentro de seus próprios sentimentos represados, e se fecha em copas dentro de seu próprio útero materno, de onde passou um período de nove meses, sem perceber que existia e sem ver o brilho do Sol ou o respirar do oxigênio diretamente pelas suas narinas. É esse o mundo em que a gente por vezes se sente na vida.
        Praticamente, contrariados por muitos, principalmente por carne de nossa carne e aí, a tristeza que nos afeta, ainda é maior, porque a gente que planta a semente, não quer jamais que ela venha a fenecer ou deixar de crescer e ser justamente o fruto de tudo que a gente mais esperava. Quanto a gente se sente frustrado em nossa lavoura, é muito entristecedor, que chega a nos fazer gemer sem sentir dor e chorar com o verter de lágrimas para dentro do nosso eu ontológico que nada pode fazer, porque quando a planta se sente que está forte, sedosa e de que já brotou a semente, ela já não mais precisa mais da gente para aguá-la, regá-la, arrancar as ervas daninhas nocivas ao seu redor, e a partir de então, já não mais precisa de um cuidador, porque a certa altura de determinado campeonato da vida, quando se ganha voo próprio como as aves, as plantas agora somos nós, que precisamos ser manietados por alguém de quem tanto cuidados e por vezes, muitas pessoas não encontram mais, depois de tanto se doarem, de quem venha a delas cuidar.

        Pois bem, é assim a vida, do útero materno, dos vários úteros que nos sentimos por vezes aprisionados, sem ter a quem nos acudir e tudo vai se tornando livre, com voos próprios e nada mais podemos fazer, sequer alguém que venha a nos acudir nas dores e nos sofrimentos que sentimos no decurso finalístico da vida, porque é assim que caminha a humanidade e, o final derradeiro, este pode ser o último e que será esquecido pelos pósteros em poucos minutos, horas, dias, tempos, a depender do sentimento humano que esteja impregnado na alma de determinadas pessoas, que ainda, certamente, resguardam um pouco de sentimento de mundo, principalmente para com os seus mais próximos. A realidade da vida em seu curso inexorável, é dura, mas é nessa dureza de baraúna, que se vive e aprende a viver, vida esta que só tem um caminho, a transformação no pó do qual viemos e só!

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