Nesta terça-feira, por volta das seis
horas da manhã, veio a falecer no Hospital Memorial Arcoverde, o meu tio,
Getúlio Modesto de Albuquerque, filho de uns dos treze filhos de meu avô,
Manoel Modesto de Albuquerque. Lembro bem de imagens de minhas infância e
adolescência, ainda guardadas em minha memória, de que Getúlio Modesto, quando
mais jovem, mesmo não tendo estudado Direito, era um estudioso da matéria.
Gostava de ler sobre Direito. Por isso mesmo, ainda chegou, na condição de
rábula, como o foi o saudoso Tenente Saturnino, quando em Buíque não existiam
praticamente advogados para defender os que precisam de uma defesa na Justiça,
esse papel cabia aos que militavam na advocacia, embora não fossem formados,
denominados de rábulas. Getúlio, por ser estudioso da matéria, ainda chegou,
mesmo a contragosto de alguns membros da justiça, a advogar na condição de
rábula, em favor da população mais pobre de Buíque e, por conta disso, houve
certa época, acredito que lá por volta da década de final de sessenta até
meados da de setenta, em que ele teve que se abrigar no Recife para não vir a
sofrer reprimendas. Chegando ao Recife, foi morar no Bairro de São José e lá
chegando, integrou-se com os camelôs e chegou a fundar o sindicato dessa
categoria de trabalhadores informais, tendo sido o seu primeiro presidente, o
que chegou a ser notícia nos jornais de Pernambuco.
Depois de certo tempo, voltou para
Buíque novamente e sempre tinha participação ativa na política local, momento
em que, sempre gostava de discursar e defender os seus pontos de vista.
Um dos fatos mais marcantes em Getúlio
Modesto, era o gosto que ele demonstrava ter pela pátria e dos dias festivos de
comemorações. Não deixava de se paramentar galhardamente com seus fardamentos,
medalhões, bandeiras e quepes apropriados, para render homenagens nos dias de
emancipação do nosso Município e nas festividades de sete de setembro.
Costumava fazer longos discursos, chegando a montar por conta própria, os seus
próprios palanques, porque para ele, ser patriota, render homenagens em tais
dias comemorativos, era motivo de honra, de orgulho e disso ele não abria mão.
Lembro muito bem, das longas “gaitadas”
(gargalhadas) quando estavam conversando com meu pai e podia perceber que se
tratava de troca de assuntos mais ou menos picantes para a época em que eles
viveram e tiveram bons momentos juntos.
Só posso dizer com muito pesar, que
nossa família está diminuindo nas gerações mais antigas e crescendo nas gerações
mais novas, porque daquelas, são poucos os que ainda restam, por isso mesmo,
nossos encontros dessa importante família em Buíque, não deveria se limitar
apenas nesses momentos fúnebres, tristonhos e de último adeus, mas também,
naqueles em que a vida pode nos doar alegrias, porque só seremos fortes, uma
família tão grande e que tanto representa para nossa terra, se unidos
estivermos também em vida.
Mas em nome de todos os familiares,
quero deixar aqui o meu mais sincero adeus ao meu tio Getúlio Modesto, que
durante sua vida, algo de bom e positivo deixou de legado para a sua esposa e
seu filho, Morzidai Modesto e com certeza também, para nossa terra.
Nascido em 1942, se vai com apenas
setenta e seis anos de idade, porém ninguém quer fazer essa viagem, se faz
carregado, seguindo para um jazigo, fazendo a última viagem para se transmutar
em mais uma estrela a brilhar no firmamento. Nosso sincero Adeus, meu tio
Getúlio Modesto, em nome de todos os familiares. O corpo está sendo velado na Câmara Municipal de Vereadores de Buíque e o seu enterro será às 11h00 no Cemitério local.
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