Família
nos moldes tradicionais é aquele tipo de entidade ou célula familiar que forma
a sociedade, em que o casamento seria indissolúvel, ou seja, o casal teria que
manter o compromisso firmado na hora do casamento até que a morte viesse a os
separar. Nesse tipo de família, a mulher seria simplesmente a dona do lar,
tendo por obrigação cuidar dos filhos, do marido, da casa, da cozinha, fazer
algo tão-somente com a autorização do marido, jamais sair sozinha a não ser com
o marido, servir aos desejos lascivos marital e vez por outra ir à uma festa se
“de família” e acompanhada pelos seus esposo e os rebentos. Esse modelo de
família ainda, denominada de patriarcal, foi um modelo que perdurou até
praticamente os movimentos sociais surgidos lá por volta da década de setenta,
vindo a se fortalecer com alguns movimentos feministas surgidos na década de
noventa para cá e, com toda certeza, não mais voltará, apesar de a mulher ainda
ser colocada num lugar desprivilegiado, muito embora tenha avançado muito em
conquistas pela própria luta das próprias mulheres e com o apoio de cabeças
pensantes mais avançadas, senão seria ainda a puramente “rainha do lar”, como
se cantarolou num certa canção. Na família tradicional a mulher jamais poderia
trair o homem, se bem que, mesmo nos moldes avançados da atualidade, traição é
coisa que não vem a cair bem, mas naquele tipo de modelo, o patriarca poderia
sair de casa quando bem quisesse e entendesse, indo às turras nas farras, tinha
toda liberdade para trair a sua mulher, tinha as amantes que bem quisesse,
desde que não deixasse faltar nada em sua casa. Era o tipo de patriarca
provedor do lar.
Ora,
esse modelo de família ultrapassado, não mais subsiste, tampouco poderá vir a
ter uma recaída de volta no modelo social do Século XXI, porque muitas coisas
mudaram, as mentalidades são outras, avançaram em muitos casos para melhor, com
algumas restrições, claro, mas hoje temos pelo menos em tese, uma sociedade em
que se busca alcançar a igualdade entre homens e mulheres, portanto tanto o
homem, quanto a mulher, tem a mesma capacidade de avançar, de progredir e de
fazer o mesmo que o homem faz, então ela deve ganhar tanto quanto o homem ganha
ou até mais, a depender de sua atividade profissional ou intelectual, tanto
faz. Não mais se admite o retrocesso para uma entidade familiar falida, da base
do papai e mamãe e do mandonismo patriarcal. Isso não mais existe e, se ainda
perdura, são casos pontuais ou isolados, se bem que ainda existe muito machismo
e preconceito contra a mulher. No Século passado para início deste, a mulher
desquitada (separada judicialmente) era vista como uma pessoa em que qualquer
homem ou mesmo por outra mulher, persistia um grande preconceito, com receio de
chegar até mesmo perto de uma mulher nessa condição civil, porque era “desquitada”
e, se chegasse algum homem, era para dar cantada e hoje minha gente, a
sociedade mudou, a família evoluiu de tal forma, que basta um casal viver junto
formalmente, já se diz que está casado e não mais em convivência marital
espúria, tipo amante, amancebados, amasiados ou concubina, diferenciada,
formando da mesma forma uma família e tendo o respeito da sociedade. Então o
que seria família tradicional nos moldes de hoje, em que cada qual também, usa
o seu corpo como bem quiser e entender, hein!? - Na sociedade atual, não há se
falar em família tradicional, mas em simplesmente em sociedade familiar de
comunhão entre pessoas que provavelmente se amam, mesmo que esporadicamente;
que se separam, se juntam novamente com outras pessoas, e por aí se vai
construindo um modelo social que ainda não está muito bem definido do ponto de
vista sociológico. É esse modelo social do mundo moderno que não terá
retrocesso jamais. Então se falar em modelo de família tradicional, em
sociedade com regras rígidas e rigorosas, com ditames machistas a serem
seguidos, isso jamais pegará nos dias de hoje. A sociedade tende a sempre
evoluir, pelo bem ou pelo mal, ela vai sempre caminhar para frente e não há
como retrocedê-la e tentar implantar um patriarcado nos moldes antigos, porque
isso não mais funciona.
A
mulher moderna jamais vai querer ser simplesmente uma “Amélia que era a mulher
de verdade”, canta pelo saudoso Ataulfo Alves, porque no patamar de liberdade,
de avanço em que se encontra a sociedade, não haverá mais retrocesso e cada vez
mais as mulheres ganham mais espaço e olha, que elas hoje representam a
maioria, sobretudo em nosso país, a ponto de ter o poder no momento atual, de
decidirem as próximas eleições presidenciais. Essa pregação machista e
revanchista do candidato da extrema-direita, foi um tiro no pé contra ele
mesmo, se bem que, ainda existe uma grande parte de mulheres que ainda votam
nele, talvez por desinformação e por não se valorizarem, senão não seria digno
de ter o voto de uma mulher sequer, pelo lugar de exclusão com que ele trata as
mulheres, inclusive uma filha que teve, que declarou publicamente que foi fruto
de “uma fraquejada”, pode um negócio desses!?
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