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quarta-feira, 31 de julho de 2019

DOIS BUÍQUES: O ALEIJADO E O TRONXO!



Na noite de ontem (30.07.2019), a partir das 19h30, estive participando na platéia, de uma palestra patrocinada pelo SESC-BUÍQUE, que teve como palestrantes os diletos amigos Paulo Tarciso, atual Vice-Presidente da nossa ABLA e Tiago Henrique, jornalista e exímio fotógrafo de São Paulo, porém radicado em Buíque há mais de cinco anos, por ter se casado com uma buiquense e aqui achou por bem de fixar a sua residência.

O evento ocorreu na Escola Técnica Estadual Cyl Gallindo de Buíque, num vasto auditório e o tema foi: “Vistas da Janela: uma reflexão e as transformações de Buíque”. O assunto não poderia ser dos mais oportunos, uma vez que, me fez voltar ao meu Buíque de criança, minha telúrica cidade, de minha infância sofrida, da escola onde aprendi as primeiras letras e que foi apagada da história, “ó!, que saudade danada de cidade de outrora, que não mais voltará, porque até do mapa varreram parte de MINHA CIDADE, MINHA SAUDADE”, registro feito pelo escritor Luiz Wilson, com relação à Rio Branco de seu tempo, mas ontem fiz a mesma viagem com relação à Buíque.

A demonstração comparativa com base em alguns fatos relatados no livro Janelas do Sobrado — livro-memória-histórico de Buíque, me fez transportar em uma viagem no espaço e no túnel do tempo e me levar até uma estação de uma Buíque que só existe mesmo no meu subconsciente e para os que não conheceram, não podem ter a menor noção do que foi a minha cidade dos meus áureos tempos que vivi e onde passei parte de a minha infância, porque em 1964 rumei para o Estado de São Paulo aos doze anos de idade e só voltei aos vinte, ainda na flor da idade, mas pude desfrutar de uma Buíque em que a sua fotografia daquela época não mais existe e jamais será repetida, isso porque não fotografaram minha cidade e pior ainda, a rasgaram da história.

O tempo evoluiu, o patrimônio histórico-cultural-urbanístico não foi preservado, e na verdade o que temos hoje é um Buíque muito mais aleijado do que àquele descrito no livro-memória, Infância do mestre Graciliano Ramos, que aqui onde esteve entre 1894 a 1904, chegou a aprender as suas primeiras letras e compara o Buíque que ficou como uma fotografia em sua mente, como uma cidade que mais parecia um corpo aleijado. Foi realmente num Buíque piorado no aspecto histórico, com tanta história que deveria ter sido preservada para os pósteros, porém sua memória foi vilmente apagada, e por esta razão, é que nos tornamos mais pobres, o que ficou bem demonstrado na palestra proferida por Paulo Tarciso e Tiago Henrique e disso tenho alertado por toda a minha existência.

Para mim, digo sinceramente, fiquei emocionado, porque foram tempos em que somente uma parte minúscula restou registrada e que os mais novos precisavam ter conhecimento, porque no meu entender a história é o sangue que alimenta a nossa alma, para que possamos erigir o que possa vir a ser o futuro, partindo-se do pressuposto de que povo sem história, é povo sem memória e que não poderá jamais ter um futuro promissor e talvez a gente possa recuperar parte de tudo isso, acaso haja força de vontade de nossa gente. Esse é o meu ponto de vista. Parabéns aos palestrantes e ao SESC-BUÍQUE pelo evento.

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