Dá para se acreditar sem medo de
errar ou cometer algum deslize desses do tipo que tanto vem se cometendo, que
pelo visto a mentalidade de uma grande parcela de nossa população e até de
pessoas bem próximas a nós mesmos, está tão confusa a tal ponto de se chegar ao
fanatismo exacerbado em transe psicótica, em defender com unhas e dentes, tudo
que se encontra diametralmente oposto ao que poderia se proclamar de normal,
daí a repergunta do livro de Fernando Gabeira: O Que é Isso, Companheiro?
Fernando Gabeira, que já foi
deputado federal pelo Rio de Janeiro e hoje é repórter da Rede Globo de
Televisão, foi um dos integrantes com participação ativa da luta armada no
Brasil e que junto do MR-8 e da Ação Libertadora Nacional - ALN, teve
participação ativa como um dos responsáveis pela operação armada contra o regime
militar, pelo sequestro do embaixador americano no Brasil, Charles Burke
Elbrick, em setembro de 1969, em pleno auge dantesco do regime de exceção, o
que redundou na libertação pelos militares de quase setenta presos políticos da
época, inclusive o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar, que
buscou exílio primeiro na França, depois ficou por dezesseis anos na Argélia.
Arraes, junto com Leonel Brizola,
foram os únicos governadores que não abdicarem de seus postos de governadores
do país por ocasião do golpe militar de 1964. Arraes veio a ser cassado pela
Assembléia Legislativa de Pernambuco, por imposição do regime militar, que com
medo dos Estados Unidos, soltou em torno de setenta presos políticos. Leonel
Brizola no Rio Grande do Sul, da mesma forma não abdicou e ainda por cima, foi
à Rádio Farroupilha para promover a resistência o levante do povo contra a
ditadura militar que houvera sido implantada. Esses dois homens foram grandes
guerreiros, além de tantos outros, contra o regime de exceção implantado no
Brasil.
O assunto em comento veio à tona, em
face de que, o país está praticamente sem rumo desde o golpe que apeou a
presidenta Dilma Rousseff, com o seu impeachment em 31.08.2016, em que veio a
assumir o seu vice golpista, Michel Temmer, redundando na eleição de um
desajustado para líder máximo desta Nação, daí o questionamento, será que vai
ter que se passar mais uma vez pelo mesmo fato inimaginável daqueles dantescos
idos, então só resta mais uma vez perguntar — O Que é Isso, Companheiro? - Pelo
sim, pelo não, com o acirramento odiento das massas nas redes sociais, com a
alimentação da intolerância, do racismo, do preconceito e do divisionismo, não
se pode esperar outra coisa, senão um desfecho inesperado para o futuro deste
país, quando quem deveria pacificar o povo brasileiro, está partindo para o
incitamento do divisionismo e do ódio cada vez mais num buraco mais abissal entre
irmãos de um mesmo país, e isso pode levar a todos nós a um grande beco sem
saída. Será que tudo isso é mais um presságio a um grande retrocesso de um
passado que o próprio Ulisses Guimarães em sua fala na promulgação da
Constituição de 1988, chegou a dizer: “tenho ódio da ditadura; ódio e nojo”.
Por
isso é que há de se acreditar diante de tudo que vem acontecendo, que o país
está realmente à beira de um abismo irreversível, porque assim o ocupante do
posto máximo da Nação está fazendo por onde e criando as condições negativas
por ele desejadas, quem para vir a se tornar um ditador. Acaso não venha a
modificar o seu modo de conduzir a Nação, com toda certeza ainda haverá de se
indagar mais uma vez: O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?, livro que foi sucesso imenso
de vendagens na época e que aconselharia a qualquer pessoa vir a o ler, em face
de sua importância para o que representou a ditadura militar de 1964, que jogou
o Brasil a mais de duas décadas de um negrume execrável e que ninguém deseja de
volta. Pior é que muita gente em transe, está se deixando levar para um perigo
que pode ser real e iminente e de que não está se dando conta do perigo que
representa essa pregação por muitos adotada.
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