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quarta-feira, 26 de maio de 2010

ASCENÇÃO E QUEDA POLÍTICA

          
           Em política, assim como no meio artístico, no futebol, ou noutro segmento qualquer da sociedade, alguém pode ter o seu momento de estrela a brilhar, de ascenção política, artística, ou noutro ramo qualquer da sociedade. Isso é próprio do meio social em que vivemos. O indíviduo por em determinado momento está lá em cima, no pedestal do sucesso junto ao povo e, de uma hora para outra, pode bambear, levar um tombo, cair de vez e pode até se levantar e se recuperar na vida ou pode da queda não mais se levantar. Isso na realidade, quando se cai, para se levantar novamente, depende muito da pessoa em determinados casos, de persistência do ser humano em sempre lutar olhando para a frente, de fatores da idade cronológica e psicológica, e uma série de fatores outros que poderão ou não mudar o rumo de vida de cada um, ou então a queda pode se tornar definitiva e a estrela não mais virá a brilhar novamente. Na verdade cada qual tem o seu momento, a sua hora.
           Como já frisei, sempre fui um aficcionado em política, embora nunca tenha assumido um mandato eletivo, algo que ainda, do sonho acalentado possa até vir a se tornar realidade, o que não depende só de mim, mas de uma série de fatores que somados poderão ou não fazer vingar o meu intento nesse mister.
            Guardo bem na lembrança, apesar de se ter em média dez anos de idade na ápoca, a eleição de 1962, quando Blésman Modesto, aos 22 anos de idade, com o apoio de Jonas Camêlo de Almeida, se tornou o prefeito eleito mais jovem de Buíque e, Santa Clara, atual Tupanatinga, ainda era distrito de Buíque. Na época, apesar da idade, Blésman era um jovem bem comportado, estudante de Direito, filho de José Modesto, neto de Mané Modesto, meu avô, e vinha também de uma vasta estirpe política que despontara do Pe. João Ignácio de Albuquerque, primeiro prefeito republicano de Buíque no início de 1900. Com a idade em que fora eleito naquela época, Blésman não tinha malícia política, mas rodeado por aliados invejos, ambiciosos e com sede de poder, sem a menor cerimônia, o perseguiram, acusaram-no injustamente e, dois anos depois de assumir o mandato, com o advento da ditadura militar, Blésman é cassado e fica inelegível por cerca de dez anos. Mesmo não podendo se candidatar, ainda assim, os muitos dos candidatos apoiados por ele foram eleitos, até que, passado esse  período de chuva tenebrosa, em 1976, ele foi eleito prefeito novamente pela segunda vez, tendo derrotado os elementos que dez anos antes o tinham alijado do poder, vindo a ser eleito novamente, pela terceira vez, em 1996, derrotando por uma pequena margem de votos, o Sr. Arquimedes Valença. Lembro bem que nesses momentos polícos, Blésman sempre esteve no auge, procurado por muita gente e o assédio popular era muito grande, mas eis que, candidato em 2008, se podia observar pela sua pífia campanha, que ele não estava mais com toda a popularidade de antes e já se podia de antemão antever uma derrota vexatória, como de fato o foi ao alcançar a marca registrada de 506 votos, numa terra onde antes era todo mundo doido por ele. Pode-se dizer, que a queda política de Blésman foi demasiadamente grande, talvez maior até, do que quando no ano 2000 perdeu para Arquimedes por cerca de 3,7 mil votos. Não sei porque cargas d'água, Blésman ainda alimentava a ilusão, por ser do PT, mesmo dentro de uma realidade palpável e previsível de que iria vencer esse último pleito disputado em Buíque, face a aprovação de Lula em Buíque de ter a marca de mais de 70%. Tudo não passou de mera ilusão de ótica de quem está no meio do deserto tendo vertigens e vendo miragens. Se levantar depois de uma queda dessas, quase impossível. Outro erro de Blésman foi o de não ter procurado prepar um da família para sucedê-lo, nem mesmo um de seus filhos, se bem que, política, como costumo dizer, plagiando o ex-senador mineiro já falecido, Magalhães Pinto, "é como uma nuvem: você olha num derminado momento, ela apresenta um formato, para, poucos instantes depois, ao se olhar outra vez, ela já está de outra forma". Dr. Dilson também, é um dos políticos no rol da marca dos 500 votos na eleição passada, que teve a sua queda também, nessa última eleição e, se levantar novamente, acho impossível. Acredito também, que o Sr. Arquimedes Valença, esteja perto de alcançar essa marca, isso porque a política é dinâmica, e ele, como ex-prefeito de Buíque por três vezes, não deixou nenhuma marca que o dignifique a ocupar o cargo de prefeito por mais uma vez. Suponho ainda, que a tendência mesmo é ele pendurar as chuteiras, ou por vontade  própria, ou por imposição do povo, que assim como carrega o político vitorioso nas costas, da mesma forma dá-lhe um baque no chão para ele nunca mais se levantar. A política tem três momentos importantes, a saber: A uma, vem o auge, o assédio popular, a fase da idolatria e do endeusamento do político; A duas, a fase da calmaria, aonde o eleitor já se acostumou e já está perto de se cansar daquele político e, a três, a total aversão e rejeição  àquele político, provocando-lhe a queda de vez e obrigando-o a pendurar as chuteiras, para se aposentar no ostracismo, no esquecimento, se bem que, a história, em muitos casos, é sempre a senhora da razão.
           Por isso é que sempre tenho alertado, ninguém fica no auge para sempre. O hoje é hoje, quanto ao amanhã, ninguém pode saber o que vai acontecer. Os exemplos são tantos por aí afora e, muitos daqueles que no passado mais distante ou recente estiveram no auge, hoje podem amargar a dor do fel, do desprezo e do esquecimento. Isso, camaradas, não são histórias fantasiosas da vida, mas sim, realidades palpáveis e passíveis de qualquer ser humano por elas passar. Ninguém deve subir no pedestal das vaidades e pensar que lá vai ficar e permancer eternamente, porque na vida, ninguém é mais do que ninguém e pior de tudo, é pensar que está andando nas nuvens, com o nariz arribitado e de repente, cair no fosso do buraco negro sem fundo e no total esquecimento do povo que antes lhe confiou o voto e o assediava como a um "Deus". O erro de muitos políticos quando estão no auge, no pedestal das vaidades, é pensar que o poder é deles, confundido o que é público com o particular, e de que nunca vão levar um tombo danado e cair para nunca mais se levantar. Ledo engano de quem assim pensa, camaradas, por que o político quando cai, se não tiver uma vaga em algum Tribunal de Contas para ele continuar mamando nas tetas do poder, ele vai ter que amargar mesmo o ostracismo e, em grande parte dos casos, na pobreza e na miséria. Portanto é que sempre tenho dito, na política, como no amor, "muita safadage há". Na verdade, nenhum poder é eterno e, em política, tudo de uma hora para outra pode se tornar efêmero e não mais voltar.

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