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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

NESTA VIDA, NO CURSO DA NOSSA HISTÓRIA, PASSAMOS POR POUCAS E BOAS

POLÍTICA DE 2000
        Na política de 2000, em que tivemos Blésman Modesto em confronto com Arquimedes Valença, na polarização para prefeito de Buíque, foi uma política tumultuada. Digo que o foi, pelo fato de naquela época, o vereador Rômulo Camêlo ter se posicionado do lado de Arquimedes e, nessa condição, pintou e bordou, como sempre foi do seu estilo, em cima da passividade de Blésman, a ponto de promover movimentos, a ponto de chegarem a invadir a residência particular deste por alguns atrasos no pagamento dos funcionários. Os movimentos chegaram a tal ponto, que se chegou ao ponto de se colocar em risco a integridade física de familiares de Blésman Modesto. As denúncias de merenda escolar estragada, que às vezes poderia até ser fruto malidecente de montagem, ao se plantar o produto estragado e a partir daí filmar e denunciar, e promover todo tipo de denúncia possível e com isso, Arquimedes, mesmo Blésman sendo candidato à reeleição e com o poder nas mãos, Rômulo Camêlo, se pôde dizer um dos grandes fomentadores da opinião pública contra a imagem e a administração do então prefeito, a ponto de vir a perde a eleição para o seu adversário, por cerca de mais de 3,7  mil votos, o que se constituiu na pior derrota eleitoral já sofrida por Blésman Modesto em Buíque. Se merenda estragada existia, como denunciava Rômulo Camêlo, nos anos subsequentes, merenda escolar, mesmo estragada, deixou de existir e Buíque passou a se transformar num caos administrativo, mesmo assim, Arquimedes veio a ser reeleito em 2004.

CAMPANHA DE 2004
           Veio a campanha de 2004. Arquimedes, com baixa cotação, mas sempre um político estrategista, veio a disputar à eleição com o seu criador, Zé Camêlo, pai do atual prefeito e, na vice, seu ex-adversário, Blésman Modesto, a quem tinha apoiado em 1996, vindo a romper com o mesmo pouco tempo depois. Rômulo Camêlo também, foi eleito com cerca de 400 votos, pelo PPS fundado por este escriba e Miltinho Modesto, na mesma chapa de Blésman Modesto e nós, por um desentendimento, apoiamos Arquimedes Valença, fato este que até hoje não degluto muito bem, mas como foi uma questão de injunção política ocasional, tive que engolir o indigesto sapo, mesmo a contragosto e terminamos por perder por cerda de pouco mais de 200 votos para Blésman Modesto, em 1996. Na campanha de 2004, quem antes houvera ganho a eleição de 1996 por cerca de mais de 3,7 mil votos, chegou a ganhar por parcos 329 votos e imaginava até que ia perder, justamente para um candidato portador de uma doença terminal e que pouco se movimentou para fazer a sua própria campanha. Blésman Modesto, na condição de seu vice, era visto com certa desconfiança, afinal nunca foram muito de se bicaram, mesmo assim, foi  uma campanha memorável e foi a partir daí que cheguei a conhecer Zé Camêlo de perto, porque até então era meu inimigo político, mas como já conhecia Jonas Neto do Recife, com quem convivíamos com ele e meus filhos, a partir de então, aceitei o árduo trabalho de ser o advogado da campanha, que não foi fácil, mas foi um grande aprender ter participado do embate político entre Zé Camêlo e Arquimedes Valença. Foi um campanha dura e quase ganhamos. 

ESTRATÉGIA JURÍDICA
             Passado esse tempo da campanha de 2004, agora posso contar o caso como foi. Logo de cara, procurei um meio jurídico de impugnar toda a candidatura adversária que apresentasse alguma razão jurídica eleitoral como pano de fundo argumentativo, para que a ação pudesse vir a ser proposta. Com isso, após o pedido de registro de todos os candidatos de todas as frentes políticas formadas, faltando dez minutos para encerramento do prazo para impugnação de candidaturas, ajuizei na Justiça Eleitoral, 13 ações de impugnações de candidaturas de vereadores, sob a alegação de analfabetismo absoluto e a principal, de Arquimedes Valença, por improbidade administrativa com base em contas rejeitadas pelo TCE de Pernambuco. A estratégia era justamente atacar o adversário no campo jurídico para que lhe desse muito trabalho nessa área e atrapalhasse o regular seguimento das candidaturas advesárias, isso porque, quando o sujeito tem um problema jurídico a ser resolvido, ele deixa de dormir e perde o sossego, daí a estratégia com a lógica jurídica fundamentada, claro, para viabilidade de cada impugnação ajuizada. Tanto é que deu certo, que enquanto a gente tinha basicamente somente um advogado, a chapa de Arquimedes Valença, movimentava um grupo de seis a sete advogados. Foi um fato inédito nas políticas de Buíque. Desta feita, a impugnação de Arquimedes, não veio a proceder na Justiça Eleitoral de Buíque, aqui ele ganhou, o que veio a ensejar um recurso para o TRE-PE e, quanto às demais 13 impugnações de candidaturas de vereadores, todos elas foram submetidos a um teste de escrita para provar se sabiam escrever ou não, porque ler, tem muitos que ainda hoje não sabem. Muitos fizeram o teste na base do desenho em papel com letras formatadas e passaram, considerando-a aptas por analfabetismo funcional, isto é, não sabem ler nem oescrever corretamente, mas pelo menos, o mínimo, o que nunca foi verdade, mesmo assim, tiveram as suas candidaturas regularmente registradas. Quanto a de Arquimedes, com recurso na Justiça Eleitoral do Tribunal, em Recife, a coisa pegou fogo e a impugnação veio a ser aceita, o que chegou a causar um extremo furor político e um grande estrago no transcurso de sua campanha, a ponto de deixar de fazer grandes comícios nos seus principais redutos eleitorais, em face da data do julgamento do recurso no TRE-PE do Recife, que marcado para uma data, foi adiado para outro dia. A tensão era grande do lado de Arquimedes, a ponto de, em um desses julgamentos, ele se peitar comigo, sentado num banco  próximo à escada que dava entrada ao Plenário de Julgamento do Tribunal, vir em um certo bate-papo no Alto da Alegria, me chamar de "advogado de pé-de-escada", o que me fez morrer de rir. Com todo esse entrave jurídico na vida do político Arquimedes Valença, ele conseguiu virar o jogo no TRE, o que causou um furor enorme já no finalzinho de sua campanha, vindo assim, a ganhar a eleição por somente minguados 329 votos. Para quem não sabe, a intervenção jurídica foi fundamental na campanha de 2004 para que Zé Camêlo quase chegasse a ganhar a eleição, e quem foi o artífice de todo esse trabalho, para quem desconhece, foi este modesto advogado.

SE ARQUIMEDES TIVESSE PERDIDO
          Como diz o ditado, tem males que vem para o bem, porque se Arquimdes Valença tivesse perdido a eleição pela questão da impugnação, não que tivesse medo não senhor, mas não sei o que teria acontecido comigo que fui o principal enfrentante de toda a estratégia jurídica de campanha de 2004. A coisa foi tão bem bolada, que enquanto a gente deu entrada de última hora em 14 impugnações, faltando apenas dez minutos para encerramento do prazo fatal, eles não impugnaram nenhum registro de candidatos do nosso lado. A gente imaginou em impugnar também, alguns candidatos do lado de Dr. Vanaldo, mas como não víamos com muita chance de chegar lá, deixamos de lado a chapa de Vanaldo, porque seria um trabalho inútil e desnecessário. Por último, chegamos a ter informações segurar de que o lado de Dr. Vanaldo terminaria por recomendar o voto para Arquimedes Valença, o que permanece ainda uma incógnita política, embora ele como Procurador do Estado de Alagoas, não esteja mais se lixando  para a política tupiniquim de Buíque. Outra falha é a de que, o pessoal de Arquimedes, com todo aparato de advogados que tinha, não estava sequer acompanhando o andamento do recurso, só vindo a entrar em ação porque Rômulo Camêlo, ao tomar conhecimento da aceitação da impugnação de Arquimedes pelo TRE, botou de imediato a boca no trombone, chegando por acaso aos ouvidos dos advogados, que pasmos, sem acreditarem, passaram a se movimentar para reverter o jogo, isto porque, o prazo seria de três dias para entrar com outro recurso, que veio a virar a parada a nível de recurso na Justiça Eleitoral de Segundo Grau, senão tinham passado desapercebidos, o recurso tinha transitado em julgado e Arquimedes Valença teria se tornado inelegível e, àquela altura do campeonato, um substituto dificilmente iria virar o jogo eleitoral contra Zé Camêlo. Ao longo de todo o tempo de militância como advogado eleitoral, e isto, diga-se de passagem, sem ganhar absolutamente nada, mas para mim, foi um trabalho, um aprender de vida, por demais gratificante.

O NÃO RECONHECIMENTO
         Embora ninguém saiba ou sequer faça qualquer tipo de menção, fui eu nessa qualidade de um modesto advogado, possuidor de um velho carro monza ano 1990, caindo aos pedaços, esquentando o motor e baixando pneu aqui e acolá, que fui autor e condutor dessa estratégia política em Buíque e que pela primeira vez, levou um candidato majoritário às barras dos Tribunais numa segunda instância, feito este não realizado por ninguém da região, pelo menos que se tenha conhecimento. Na verdade, o advogado no seu mister profissional, pelos políticos de um modo geral, só tem mesmo o valor em época de eleição, porque passado o período eleitoral, muitos deles se esquecem que tiveram um advogado que deu o seu sangue por eles. Mas é assim a vida e a gente tem que ter a consciência de que quando se submete a fazer um trabalho, de ter o dever cumprido como sempre deve ser para o profissional que se preza, esta é a verdade, ou não camaradas!

CAMPANHA DE MANÉ ROQUE
          Também em 2000, fui advogado de Mané Roque, que puxando uma cachorra, foi ele me levado por Til para fazer uns seus trabalhos, quando ainda morava em Pesqueira. Foi lá que cheguei a conhecer Mané Roque. Fiz alguns trabalhos para ele e entrei com gosto de gás na condução de sua campanha política. O embate também foi duro. Sua candidatura foi impugnada por analfabetismo absoluto e por improbidade administrativa. Houve muitas estratégias de defesa. Foi uma campanha ferrenha contra o candidato Duca, mesmo assim, num aperto danado, Mané Roque termina por vencer a eleição por parcos 110 votos, enquanto em Buíque, a chapa que defendia, perdeu por cerca de mais de 3,7 mil votos para Arquimedes Valença. É assim a política. É um vai-e-vem danado. Em política nada pode ser escrito de verdade, nem pode ser permanente. Tudo se escreve nas nuvens ou nas areais. O interessante são as resenhas que ficam na mente da gente que passou por esse momentos.

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