1. - Já dizia o grande filósofo grego Aristóteles, 300 a.c., que "o homem é um animal político por natureza". Se é dessa forma, para a existência da sociedade jurídica e políticamente organizada, não pode ela subsistir sem o corolário da política. Agora o que falta, isto sim, é a prática da verdadeira política conduzida com honestidade, seriedade e voltada para os interesses maiores da população, o que infelizmente, pela distorção que os políticos picaretas dão à política de um modo geral. Aqui, acolá, sobra um ou outro, mas é uma raridade. Se aplicada na prática como deveria ser, evidentemente não tínhamos tantas distorções sociais e tanta gente venal negiando o seu poder mais importante que é concentrado nas mãos de cada um: o voto popular livre e soberano. A questão não é ser apolítico, porque não acredito que não existe alguém sem uma posição definida. Para mim, basta que o indivíduo se rotule de anti-político, ele já está tomando uma posição política, isto pelo fato de já está tomando uma posição de rebeldia diante do "status quo" predominante. Então, camaradas, não existe esse negócio de "apolítico", quando qualquer ato que cometemos na vida é um ato político, socialmente falando.
2. - Existem pessoas mais desinformadas, ignorantes, analfabetas, o que é de saltar aos olhos de cada um nesse mundo internetário em que vivemos. Não poderia mais existir analfabetos nem aqui, nem alhures. O mundo todo já poderia de certa forma ser completamente alfabetizado, isto porque, os recursos de que se dispõe, são enormes, embora as disparidades econômicas e o implemento de políticas atrasadas e corruptas seja a grande pedreira no meio do caminho de muitos que ainda sofrem por não saber ler nem escrever. Agora uma coisa sempre tenho dito, escolher bem ou mal os seus representante, não é tão-somente um privilégio dos "ignorantes", dos "analfabetos", mas também, de muitos letrados, que votam em seus representantes classistas porque candidato A, B ou C, pagou a sua anualidade que estava atrasada ou de certa forma, porque lhe emprestou um outro favor. Então o "ignorante e analfabeto", necessariamente, não é responsável único por votar ou fazer maus escolhas. A negociata política existe também pela troca de favores, de cargos, de favores, de empregos para a parentada e por aí se vai. Então, camaradas, a assertiva de que se pode está entalado no atraso, não se pode responsabilizar necessariamente os pobres, ignorantes e menos favorecidos, mas também, os que estão do topo do poder fazendo falcatruas e negociatas escabrosas. Esses sim, são os principais responsáveis pela política nefasta com a qual nos deparamos.
3. - Tem mais, quando o povo quer, pode ser ignorante, analfabeto, o dinheiro pode rolar à solta por aí afora, que a escolha pode recair em quem bem o povo entendeu em escolher. Pode até não chegar a ser a melhor escolha, mas pegou o dinheiro de quem imaginava ter comprado o voto, e no dia da eleição, coloca na urna o voto contra o indivíduo. Quer dizer, nessa circunstância, quem levou uma rasteira foi o político que se imaginou vivaldino. Na verdade não é esta política que queremos, mas infelizmente, é esta a política que temos dentro do possível. Mudar? - Sim, precisamos mudar, mas para isso, é necessário se dar melhores condições de vida para o cidadão e uma boa educação para que ele venha a se libertar e se conscientizar de que a política existe como um meio de transformação social e não um meio de transação pessoal, para que uma leva de políticos maus-carateres sempre tirem vantagem de tudo e de todos. Se políticas sérias viessem sendo implementadas de há muito tempo, com certeza, com o dinheiro público desviado e surrupiado dos cofres públicos, o mundo, as pessoas, as condições de vida, seriam bem diferentes. Tem mais, corrupção não é um mal localizado não senhor, mas sim, é um cancro mundial. Uns são menos corruptos, outros, mais. É assim a praxe política que vivenciamos mundo afora.
4. - Com a mentalidade que vem sendo formada entre os jovens, por culpa dos mais velhos, pelo visto a coisa não vai mudar lá muita coisa e pelo visto, vai demandar anos à frente para que alguma mudança de verdade venha a acontecer. Pode ser para melhor, mas também, pelos rumos que as coisas estão tomando, rumo bem pior pode se esperar que aconteçam. A brutalidade mundial é uma realidade da qual vemos acontecer todos os dias e mudar esse quadro é coisa difícil, talvez até impossível, pois cada qual defende os seus próprios interesses e os seus pontos de vista, pouco importando se gente esquecida do mundo está morrendo e apodrecendo no Continente Africano e em outras partes do mundo e até mesmo aqui no Brasil. A tão decantada harmonia mundial, é coisa que dificilmente virá a acontecer, pois cada povo só olha mesmo para os seus próprios umbigos. Até mesmo se olharmos para os nossos próprios umbigos, em muitos casos, só estes nos interessam. A bondade não é um corolário que está no coração de todos, mas de poucos. Talvez até esses poucos já seja um bom começo, mas não o bastante para se mudar o mundo.
5. - Como nas empresas, a política não pode e não deve somente permanecer em poucas mãos de poucos, mas sim, ser diversificada. Nas cidades pequenas, é comum sempre ficar havendo revezamento de uma para outra família. Isto, claro, não é o mais adequado para bem se conduzir uma comunidade, pois existem uma gama de pessoas que bem poderiam se habilitarem a conduzir os destinos de uma cidade. A questão é que as pessoas procurem se organizar, não em movimentos "apolíticos", porque estes inexistem. Sem a organização política levada à sério, não se chegará a lugar algum. Melhor seria que a organização política se desse entre pessoas e se acabasse com partidos políticos, aí sim, estou de acordo, porque sem eles, organizado o povo de forma livre, qualquer um poderia em pé de igualdade se candidatar a algum cargo eletivo e o mais votado, sem essa questão de quoeficiente eleitoral, viria a ser o eleito. Agora, camaradas, a política é a base para se chegar a algum lugar. O que tem atrapalhado, e muito, são os partidos políticos, estes sim, que só se prestam mesmo para feudos familiares para que o poder passe de pai para filho, como tem acontecido em muitos lugares da nossa própria região, ou não? - A política, a peso de ouro, tem sido usada como o feudalismo dos donatários, de pai para filho ou para um parente ou amigo próximo de confiança. É assim que vem acontecendo, mas não é dessa forma que deve acontecer. É isso que temos que combater. Por ser dinâmica, a política não pode jamais ficar concentrada nas mãos de poucos.
6. - Agora existe muita gente que da mesma forma que os que estão mamando no peitinho do poder público, que busca galgar espaço com uma cara de santinho, para, chegando ao poder, fazer a mesma coisa também. É esta uma realidade da qual não podemos nos furtar. Tem gente que se candidata, tem uns votinhos aqui, outros mais acolá na frente, não se elege, mas depois de certo tempo, passa a apoiar um candidato a deputado e sabe qual a primeira coisa que ele faz para o município? - Simplesmente pedir um empreguinho para alguém de seus familiares, uma fatiazinha do bolo, quando para ser honesto, sério e sincero, deveria primeiramente pedir melhorias pela quais o povo precisa, mas não, pensa em primeiro lugar no seu próprio umbigo, ou não camaradas? - Será que temos exemplos aqui mesmo em Buíque?
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