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terça-feira, 5 de julho de 2011

A DIFÍCIL ARTE DE ADVOGAR, FRENTE AOS ENTREVEROS COM OS QUAIS NOS DEPARAMOS NO DIA A DIA DA PROFISSÃO


O SONHO DO ELO PERDIDO - Para quem tem um ideal de vida, quando se está no banco da faculdade, sonha em mudar o mundo, ajudar os pobres, necessidades, os sem voz e sem vez e todos aqueles que à margem do abismo abissal da pobreza e do preconceito, não tem quem fale por eles. Formados, se sai do banco da faculdade para a militância, quem realmente quer levar a profissão à sério, que é uma minoria, mesmo antes da adoção do provão da OAB, e qual não é a frustração quando se depara com o mundo real das coisas, com as estruturas montadas pelo sistema que se tem que enfrentar e os tantos entraves e entreveros que se encontra no caminho do militante de verdade da advocacia. Daí, do sonho antes sonhado, em que se poderia ajudar a mudar o mundo, se passa a mais pura frustração, como se tudo que aprendeu não passou de um engodo, de uma fraude para enganar a si mesmo em alimentar um sonho que jamais poderá realizar, que é o de ajudar ao próximo, buscar o direito e se decepcionar com uma Justiça que funciona às avessas do que aprendeu filosoficamente dentro do sonho possível, que jamais será realizado e assim, se perdeu o elo sonhado com o tempo que vai se passando e não se vê as coisas mudarem substancialmente para melhorar a situação de quem da Justiça precisa e o advogado, coitado, se não fizer parte de uma estrutura bem montada e articulada com os poderosos, termina por definhar e se decepcionar por tudo que aprendeu no banco de uma faculdade qualquer.

O FAZER DE GRAÇA - O pior de tudo na profissão do advogado, principalmente se não pertencer ou for sócio de alguma banca advocatícia bem estruturada, vai penar com ganhos de minguados honorários advocatícios, isso por que, para sobreviver tem que se vincular a determinados órgãos públicos, que quer que o profissional da advocacia além dos feitos oficiais, trabalhe de graça apara defender os problemas particulares de seus eleitores, se fazendo as vezes de Defensor Público, além de que, sendo insistentemente cobrado, pressionado para que o processo ande rápido, quando se sabe que mesmo nessa condição, o advogado faz o seu papel, mas diante da morosidade de Justiça, nada anda e um problema que poderia ser resolvido em trinta, quarenta dias, demora de quatro, cinco, seis ou mais anos para ser resolvido, ainda assim, com alguma restrição. O mais engraçada nessas causas em que o advogado detentor de alguma função pública, é que com a morosidade da Justiça, ou por não conseguir o intento querido pelo "cliente", ainda termina sendo rotulado de advogado ruim e que nada fez para defender a causa devidamente ou o acusado, se for na seara do processo-crime. Desse jeito, pensando bem, não dá para aguentar tanta injustiça que se faz com o advogado. 

ADVOGADO DE INTERIOR - Advogar no interior e sobreviver da profissão, se pode dizer um  herói, em face de tudo isso que acontece. Ninguém pode negar que pegar uma causa, por exemplo, uma daquelas que pela tabela da OAB só se pode cobrar um salário mínimo, o profissional recebe a metade desse valor, ajuíza à ação e o tempo vai passando, o patrono sendo insistente e terminantemente cobrado pelo cliente, em face da demora em resolver à questão, e se diga que a causa saia daqui a quatro anos, depois de idas, vindas, petições e mais petições em Juízo, falatório com Promotor, audiência, com Juiz, espera em pé de balcão, audiência e o escambau, numa circunstância dessa, depois de todo esse périplo, qual foi o lucro do advogado, hem? - Na verdade ele certamente terá prejuízo, pois não pense que ele vai receber a outra metade do salário mínimo atualizado não senhor! - O cliente vai insistir em pagar tão-somente a metade do valor do salário mínimo da época da contratação, ainda dizem as más e desinformadas línguas, que advogado "come" dinheiro, o que é de se ficar indignado e revoltado com uma insinuação dessa natureza. Não dá para ser feliz vivendo como advogado do interior em determinados circunstâncias. Como o advogado precisa sempre estar atualizado, a compra de um bom livro custa mais do que o valor de uma causa desse valor, então qual a vantagem do advogado numa causa desse tipo? - Ossos do ofício, pode ser, mas o advogado tem que sobreviver, ou  não?

ADVOGAR EM ÉPOCAS DE ELEIÇÕES - Nas épocas de eleições, geralmente político A, B ou C, tem a sua equipe de advogados, sem ganhar absolutamente nada, só na promessa de se ganhar, conseguir um cargo/função público de caráter comissionado ou de confiança, caso contrário, a vaca vai pro brejo. Pior é que tem cidades que geralmente a equipe de um determinado candidato, se resume praticamente a somente um profissional da advocacia, no máximo, dois. Nessa época, ah!, nessa época, o sujeito é procurado a todo momento para resolver todo tipo de questões eleitorais, desde as reclamações eleitorais, as impugnações, os problemas de compra de votos com o acompanhamento de pessoas detidas nas delegacias de polícia e aquele auê dos diachos! - É um verdadeiro Deus-nos-acuda! - Todo cabo eleitoral, por qualquer besteira, sem entender absolutamente nada de lei, quer às vezes porque quer, o advogado presente em algo que nada tem a ver com Direito Eleitoral, mas quer a presença do advogado. Os políticos não lhe dão sossego nessa época. Não tem hora para ser procurado. Até mesmo de madrugada, por qualquer tolice, algum político ou cabo eleitoral vem lhe procurar. Passada a eleição, o advogado que tanto serviu, que tanto era procurado, que tanto era solicitado, é esquecido, principalmente se o sujeito foi eleito. Daí se dá uma cala-à-boca e acha que tudo está resolvido, será? - Não é bem por aí, camaradas! - O profissional além do trabalho realizado, que em muitos casos é um trabalho estafante, porque no Direito Eleitoral tudo é realizado em prazos curtos e o bom profissional nessa área tem que montar uma estratégia de trabalho, termina por não o devido reconhecimento, fica lá no seu canto, já que a política passou, como que um Zé ninguém, mas na verdade, não é assim que a banda toca, pois outras políticas sempre virão, enquanto democracia se tiver. O certo mesmo é se firmar um contrato com o grupo político interessado, combinar o valor, se possível cobrar antecipado, porque senão, no final das contas pode ficar a ver navios, como sempre acontece no meio político.

PROMESSAS MIRABOLANTES - Tem aqueles advogados que fazem Direito Eleitoral desde que se formaram e o pior de tudo é que, o político para ter o advogado trabalhando de graça, promete mundos e fundos e no frigir do ovos, no final das contas, o que se vê é uma banana que ele dá ao militante que tanto lutou e batalhou na campanha política. O certo mesmo é montar a campanha, quem quiser se candidatar e precisar de um profissional da advocacia, é no orçamento de campanha incluir no seu orçamento, despesas com honorários advocatícios, porque nem sempre vai encontrar o profissional experiente prontificado para trabalhar para quem quer que seja de graça não senhor. Isso pode até acontecer em começo de carreira, mas no passar dos tempos, o advogado só vai se for por vontade própria ou por ser um seguidor fiel de quem sempre defende. Advogar não é brincadeira não senhor! - É uma profissão séria e que merece ser bem remunerada. Só em cidades pequenas como Buíque, é que acham que advogado não tem valor algum e por isso mesmo, ou querem um advogado que cobre honorários irrisórios, para depois tachá-lo de inoperante e de advogado ruim ou então através do poder público, para da mesma forma denegrir a sua imagem. Isso camaradas, é inadmissível! - Não dá para se concordar com tamanha desdida! - Quando contratam um advogado de fora não querem saber do preço, mesmo sabendo que existem advogados aqui mesmo que fazem a mesma coisa e cobram um valor que imagina quem precisa possa pagar. O problema é que, para quem é de fora aparece dinheiro, agora quando se trata dos daqui, ninguém tem o dinheiro que a causa merece para custear com honorários. Ora, isso é pura calhordice, ou não camaradas!

EXISTE TAMBÉM A FALTA DE ÉTICA - O que existe também nas cidades interioranas, principalmente nessa região, é a falta de ética entre os profissionais que militam nessa circunscrição de alcance da OAB, Sub-Seccional de Arcoverde, aonde profissionais mascarados entram sem pedir licença nas causas patrocinados por outros colegas; cobram valores aquém do previsto na Tabela da OAB, o que já dificulta a vida de alguns que querem trabalhar dentro do que determina a Ordem e, por fim, existem mais aqueles colegas desleais, que perguntam ao cliente qual o preço cobrado pelo colega e ele diz, ah!, não, faço pela metade, praticamente faltando com a lealdade e da mesma forma quebrando a ética profissional. Advogar, camaradas, não é sair por aí mendingando por causas não senhor, mas sim, deixando que as causas venham ao profissional através do cliente. O Advogado não pode ter agenciador, mas se sabe que existem muitos que se utilizam desse expediente. Da mesma forma não pode fazer propaganda, a não ser através do seu cartãozinho indicativo da sua especialidade, de seus dados, de seu endereço e meios de contatos, caso contrário, de outra forma, outra propaganda é vedada pelo próprio Estatuto da Ordem. Há de se acreditar, que essa deveria ser uma das metas que a Ordem dos Advogados do Brasil deveria, através de todos os seus órgãos, procurar conscientizar cada profissional dos seus limites e até aonde eles podem ter alcance, porque do jeito que está é uma verdadeira zorra, ou não camaradas!

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