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domingo, 14 de agosto de 2011

COLUNA ESPECIAL - BATENDO O MARTELO EM HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS

Meu pai, à esquerda, sentado, eu e meu irmão Miltinho, no lançamento do meu primeiro livro, em Buíque, "MODESTO À PARTE", em 1988, no Clube Municipal.

DIA DOS PAIS - Bem minha gente, hoje é o dia que se destina à comemoração aos pais. São pais brancos, negros, pobres, amarelos, verdes, azuis, cor-de-rosa ou seja lá que denominação venha a ter, mas é um dia especial destinado aos pais. Não que se tenha lá um grande sentido em ser pai hoje em dia, isso porque, filho não respeita mais pai, pelo menos, uma grande parte e, muitos dos pais, não estão nem aí para os filhos quando há turbulências em certos relacionamentos e não são poucas as situações que se tem que enfrentar em relacionamentos tresloucados que a gente presencia no dia a dia de cada um. Mas ser pai de verdade não é uma tarefa das mais fáceis e, não somente hoje, mas ser pai, é o ser para sempre, pois mesmo que alguns digam, "mãe é substituível, agora, pai da mesma forma, não o é!" - Ledo engano, quem assim imagina! - Pai é também, da mesma forma que mãe, para sempre. Não existe pai passageiro, pela metada, mas em muitos casos, pai é aquele que cria, dar, amor, carinho e afeto. Foi filho biológico não tem quem possa modificar isso, a não ser por certos procedimentos jurídico-sociais no sentido de acomodar situações de menosprezo e de abandono, mas no geral, o pai que fica é o que é pai de verdade. Portanto neste dia, quero levar o meu abraço a todos os pais deste nosso Brasil. E viva os pais que são verdadeiros e para sempre!

MEU PAI - Infelizmente não posso hoje, chegar para meu pai e dizer-lhe: pai, um abraço! -  Vamos ali, almoçar juntos, bater um papo e lhe ouvir uns  conselhos! - Mas não, já não posso mais fazer isso, porque ele se foi para outro nível de mundo desde setembro de 1989. Ele não pode se dizer um exemplo de pai que alguém poderia desejar, mas foi o pai possível que eu pude ter na minha vida rudimentar de tenra idade, mas tinha por ele um amor enorme, em que os defeitos que ele tinha, cobria com certeza todos os seus defeitos, porque afinal de contas, era meu pai e pai algum que se preze, tem defeitos para os filhos que o amam e por ele tem adoração. Era grosseiro, carrancudo, engraçado, gostava de umas talagadas, mas sempre teve respeito e amor por todos nós, a ponto de sair correndo atrás do ônibus da Princesa do Agreste, quando Miltinho, o primogênito, lá na casa de seus dezoito anos, partiu para aventurar a vida no Estado de São Paulo e, com ele, depois, em 1964, todos nós também embarcamos para aquele Inferno de Pedras. Mas meu pai, teve uma vida rudimentar porque meu avô Mané Modesto, também era duro e rude na educação de seus filhos e isso vai passando de geração em geração, pelo menos em parte. Procuro dar o melhor que posso para os meus filhos. Sei que também talvez não seja o pai perfeito, mas sou o pai possível e que também da mesma forma que meu, os amo e adoro. Este sou o pai verdadeiro que aprendi a ser com a dura vida que tive quando criança e no decurso de minha vida.

E TOME TIRO! - Lembro de um fato, em que meu pai, tendo ficado morando sozinho nesta mesma casa em que hoje habito com parte de meus filhos, sendo que, às vezes todos estão juntos, meu pai antes de ter sofrido a trombose que o deixou com o braço direiro parcialmente imóvel, ficou morando sozinho, em face de minha mãe passar a ficar sob os cuidados de minha irmã, Nina, em Arcoverde ou Recife, isso porque, estava padecendo de doença cardíaca. Bem, como meu pai se encontrava sozinho, meu irmão achou por bem, já que era permissivo na época, em dar um revólver calíbre 38 para meu pai, para a sua defesa, e qual não foi a história, que ele, após tomar umas e outras, meteu bala para o alto e, não sei se descarregou o revólver, mas que pelo que se soube, ele fez um estardalhaço danado nessa ponta de rua pouco povoada na época. Não existia todas essas casas de hoje, mas sim, somente sítios e matagais. Mesmo assim, o alvoroço foi grande. Como as histórias andam a boca pequena em cidades como a nossa, com pouco tempo Miltinho soube do acontecido e não teve outra saída, para que algo pior não acontecesse, do que lhe tomar a arma e levar para Arcoverde. Nessa época eu morava no Recife, onde se não me engano, estava fazendo cursinho no Radier para fazer vestibular e trabalhando na sede do BANDEPE, na Rua Cais do Apolo, no Bairro do Recife Antigo. Bem esse foi um dos fatos, afora outros, que me marcaram, me fazem lembrar de meu pai, não por violências, que ele nunca fora ou as praticou, mas sim, pela pessoa simples, humilde e honesta que ele sempre foi. Nos criou na simplicidade da vida, com humildade, com trabalho, vivendo uma vida rudimentar e mesmo assim, não nos desviamos do caminho que se deve seguir na vida e dar como exemplo para os nossos pósteros.

NÃO SE PODE TER O PAI PERFEITO - A gente não escolhe pai, assim como também, não escolhe mãe, afinal de contas, nascer é uma dádiva da natureza e, nascer com vida já se pode dizer um grande desafio. A gente tem que se contentar com o pai que tem. Se ele tem algum defeito, então que o aceitemos como ele é, isso porque, na verdade, podem aparecer vários substitutos de pai, mas pai de verdade, só se tem um. Pode até ser um pai desnaturado, mas mesmo assim, não deixa de ser pai, pois o que é fruto da natureza jamais poderá ser mudado; pode até o sujeito nem ligar para o filho ou fazer de conta que não liga, mas não há como mudar a genética! - Nem mesmo o regime de adoção muda isso. Pode mudar o aspecto de se dar amor, carinho, sustentar, educar, mas a vida biológica, ou boa ou ruim, só saiu das entranhas de um único pai. Na verdade, todo mundo sabe, que vocação para ser pai não é uma coisa de toda e qualquer pessoa. Ser pai também, não é só botar no mundo, mas sim, quem cria, dar amor, carinho, educação e se devota com emoção para uma determinada criatura. Portanto, quer de uma forma, quer de outra, quem gera, quem cria, educa, dar amor, a todos os pais quer sejam eles de quaisquer forma que forem, os meus mais sinceros parabéns e que Deus abenções a todos e por tudo que buscam fazer pelos filhos sem olhar a quem e mesmo até diante de possíveis grosserias por vezes recebidas por filhos incompreensíveis e ingratos.

POR FIM, VOU PUBLICAR UMA POESIA QUE CERTA FEITA FIZ PARA MEU PAI, QUANDO MORAVA NA CIDADE DE PESQUEIRA E QUE FOI RECITADA NA ENTÃO RÁDIO DIFUSORA DAQUELA CIDADE, ATUAL JORNAL DO COMMERCIO.

PAI! - ONDE ESTÁS?

 Pai, em que brisa, Universo ou estrela tu ti escondes?
És estrela que brilha nesse céu resplandescente?
Por que calaste a voz e foste ao firmamento?
E nos deixastes na saudade, na dor e no tormento!

Pai! - Sei destes passos errantes
Fostes rude, doce, meigo e ignorante
Mas mesmo assim, fostes puro, simples e amante
Dos filhos, dos mais humildes e de toda gente.

Pai, sei que é dureza ser pai
Só queria ser o pai sem os erros que na vida cometestes
Pai com as tuas qualidades e virtudes
Mas não sou um pai perfeito, confesso.

Também como tantos, sou imperfeito
Sei que na vida erros cometo
Mas não quero ser visto pelos erros e imperfeições
Quero simplesmente ser olhado pelo bem que procuro fazer e dar
Quero ser puramente um PAI, verdadeiramente PAI...
  
Homenagem feita aos pais no dia 08.08.99.

FRASE DO DIA: "Se você não tem mais pai, só lembre das boas lembranças e dos bons exemplos que ele deixou, que dos maus, ficou como lição e, se você ainda tem pai, não faça que ele se pareça com você, que ele não vai mudar, mas sim, tire dele o que de melhor ele tiver para lhe dar como exemplo e lição de vida"


Manoel Modesto

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