A mais intensa realidade da vida, é a de que, apesar de não termos pedido para nascer, inexoravelmente um dia, vamos todos morrer. É triste ver o sujeito em posição horizontal no esquife da morte, inerte, sabendo que jamais materialmente virá a se movimentar na posição vertical. Se no nosso dia a dia fossemos estar pensando na morte, certamente não viveríamos nenhum segundo, isso por que, não dá para viver e pensar insistentemente na morte ao mesmo tempo. O viver se resume num limiar entre vida e morte e esta, pode chegar sempre a qualquer momento e de forma inesperada e até mesmo, tragicamente, ninguém pode predizer como ela virá, mas que está escrita nas tintas, disto ninguém pode se enganar. Afinal, ninguém engana a morte. Pode-se até se enganar a vida, prolongando-a por um certe e determinado tempo, mas a morte é impiedosa e não escolha candidato. Seja lá quem for, ela sempre vai se fazer presente na vida de todos nós.
O conforto para uns, é que a vida é simplesmente uma passagem e que daqui poderemos ir para um lugar bem melhor, um Paraíso, lá nos céus onde existe um Deus Espiritual e bondoso que está sempre pronto para acolher todos que na Terra souberam se conduzir de acordo com os seus mandatos; outros, jã não pensam assim e acham que a morte é um fim em si mesma, apesar de tudo que se procura fazer em vida, mas morreu, tudo acabou e findando-se a matéria putrefato e digerida pelos vermes imundos, tudo está acabado. Está mais do que evidente, que devemos ter um mundo diferente a nos esperar, tanto pelos ímpios, os justos e os injustos. Podemos até pagar pelo que de errado fizemos em vida, ou então ser perdoados acaso tenhamos nos redimido perante o Salvador. Pode até ser tudo isso coisa de vã filosofia de aceitação da morte, quanto passamos pela vida e não, nem tampouco aceitamos, o sono derradeiro, mas a realidade mais certa na vida, é que um dia, a qualquer momento, vamos ter que fatalmente morrer para nunca mais voltar. Para uns, da morte surge o nascimento, talvez uma forma de alter-ego, ou quem sabe, um conforto para que possamos continuar levando a vida normalmente como se a morte um dia não viesse nos pegar, mas que um grande mistério no processo de nascimento para nós que fomos escolhidos e do perecimento, com certeza deve existir, senão que sentido teria nascer e viver? - Que sentido teria se fazer tanto na vida para depois simplesmente morrer e nada mais que isso?
Na verdade o processo de nascimento, deve com certeza, ser uma dádiva divina, isso por que ao nascermos somos entre minúsculos genes, mais de dois milhões, os escolhidos, então se fomos os escolhidos é porque somos especiais e como tais devemos viver da melhor forma possível e assim, nesse diapasão, deveríamos também nos preparar para morrer, o que nem sempre acontece. Existem pessoas que chegam a nos surpreender com o nível de preparo espiritual para a morte, outros, se pelam de medo quando ela passa lhe rondar e outros até, sequer medo pode chegar a ter, por ela pega de surpresa. Então outra explicação não pode ter, a não ser a de que existe um Ser Superior para o qual devemos nos preparar quando a hora chegar, quer seja de mansinho, fazendo o sujeito sofrer, quer seja de uma pancada só, até talvez, indolor, quem sabe, isso ninguém pode dizer.
Muitas das pessoas que conhecemos, que vez por outra estiveram do nosso lado, já se foram, outros estão indo de forma esperada ou assim de repente, pego de surpresa, e tudo isto, sem sombra de dúvidas faz parte de todo o processo da roda da vida. Enquanto uns morrem, muitos mais estão nascendo. É o processo biológico do nascimento e da mortificação. Agora que se realmente morrer é nascer para uma vida melhor, isso para quem acredita, pode ser uma maravilha, pois se vai deparar com um paraíso onde não mais vai haver sofrimento, dor, traições, gente pensando que é mais do que os outros, enfim, a morte nivela a todos, quer ricos, letrados, pobres, bandidos, isso a nível de ser digerido pelos imundos vermes putrefatos, mas no mundo espiritual com certeza, vai haver a seleção de quem merece ou não o caminho do tão decantado paraíso, de conformidade com a crença de cada pessoa. O morte é um encerramento da vida em si mesma ou o início de uma vida de glorias e de alegrias?
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