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sábado, 17 de dezembro de 2011

O TEMPO NÃO PARA E MAIS UM ANO SE VAI DANADO PRA CATENDE


NOÇÃO DE TEMPO É muito difícil se ter uma noção de tempo. Só se sabe mesmo que ele não para e atenta contra aos que se imaginam dono e controlador dele. O tempo é como o trem de Lua Gonzaga que vai danado pra Catende, sem parar, sem estação certa, só se sabe que ele vai, como chegar ou se vai chegar, ninguém pode prever, só se sabe que vai danado pra Catende.

PARECE ONTEM – Até parece que o hoje foi o ontem onde eu era uma mera criança abestada a jogar bola de meia com a molecada. Jogar bola? – Bem não era muito a minha praia, isso por que eu nunca fui na realidade bom de bola. Talvez tenha sido minha frustração maior não jogar uma pelada com os colegas, pois de tão grosso que era, acho que fiquei decepcionado nesse mister e nunca na vida me dei bem com uma bola no pé.

MINHA TIMIDEZ – A marca maior de minha vida de infância, certamente foi a minha timidez. Era um moleque que criado como bicho bruto, tinha vergonha até de chegar perto de pessoas que se diziam importantes na época, até por que, era praxe corrente de que menino não deveria participar de conversa de gente grande. Cresci tímido como os diachos. Ir para São Paulo em 1964, não foi lá de grande ajuda, isso pelo fato de ter sido extremamente enxovalhado pelo racismo e discriminação contra os nordestinos pelos paulistanos, justamos nós, que demos o sangue para erigir àquela selva de pedra. São Paulo foi uma lição de vida, mas não o suficiente. Aprendi muito na vida, quando trabalhei no Banco do Estado de Pernambuco S/A – BANDEPE, mas ainda assim, não foi o esperado em minha vida. Passei a aprender mais e ter mais confiança em mim mesmo, a partir do momento que passei a militar como advogado profissional, apesar dos sapos que o advogado tem que por vezes engolir, embora seja uma das únicas profissões que não tem patrão, tampouco satisfação sobre o que faz profissionalmente, a não ser à bíblia do advogado, o nosso Estatuto e o respeito à Ética profissional.

E ASSIM O TEMPO VAI SE FECHANDO – À medida que o tempo passa, desde o nascimento, crescimento, passagem de tenra idade, da idade adulta, da meia idade e da velhice chegar para o fim da idade, o ciclo de nossas vidas vai se fechando até que nos desencontramos do caminho até então marcado com o peso do dedão de cada pé à medida que se dá cada passo na estrada da vida. É um ciclo irreversível da insustentável leveza do ser. Ser insustentável, leve é o mesmo que não mais existir para o mundo material. É o fim de tudo ou o começo de todo o mistério que pode representar a vida de cada um de nós. Só se sabe que a vida está permeada por uma grande e onipresente incógnita, que se pode chamar de Deus.

PARA OS QUE FECHAM OS OLHOS – A única certeza que realmente se tem da vida, é o sentimento de morte que ronda todo e qualquer vivente. Pior para os que tem consciência de vida e não são como gado no corredor da morte ou uma árvore que é cortada para se fazer madeira de lei para construir móveis de uso doméstico. Na verdade o mundo só se acaba mesmo para os que fecham os olhos. Para os que vão a um funeral, olhar um defunto prostrado inerte num caixão, sem movimento algum, pálido e gélido, tudo é perfeitamente normal. Só não imagina ele que também vira a vez dele em qualquer oportunidade. E isso camaradas, pode ser aplicado para qualquer um de nós, quer seja quem está digitando estas maus traçadas linhas, quer o sujeito que está de olho no Blog lendo esta escrita de vida, de morte e do adeus derradeiro no último piscar e fechar de olhos. Se não se quer morrer, melhor seria não ter nascido, pois o sentimento de morte é dor, é sofrimento em todo e qualquer ser humano que pensa, imagina que vai viver eternamente.

DANADO PRA CATENDE – Mas enquanto o tempo não para, para quem está vivo, vamos todos nós viventes no trem do velho Lua Gonzaga, danados pra Catende, só não se sabe quando se chegar a Catende ou se Catende vai estar lá quando o trem nela chegar. Só se sabe que navegar é preciso, viver não é preciso, a não ser que se chegue algum dia em Catende.

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