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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ADVOGADO FALA DAS PESQUISAS ELEITORAIS ARCOVERDENSES

                                                                                                                                                                                                         
                         *EDILSON XAVIER*
Como instrumento que tem o poder de causar antecipada efeverscência em qualquer cidade, as pesquisas eleitorais, na verdade possibilitam a antecipação do debate sucessório, ao trazer à exaustiva discussão nomes e possibilidades eleitorais de se firmar no horizonte eleitoreiro, pelo menos naquela fase inicial da primeira exposição. Obviamente, em Arcoverde jamais poderia ser diferente, pois se tratando de uma cidade de porte médio, com quase oitenta mil habitantes e com dois institutos de pesquisas a despejar números nas cabeças dos eleitores, é de clareza solar que o debate sucessório partiu na frente durante o ano de 2011, e como é se esperar se estenderá por todo o ano eleitoral.

Entretanto, quando há mais de um instituto a pesquisar todos os quadrantes da política municipal, não sendo exagerado alegar que quando há quebra de monopólio, e quando os números estão corretos, a população e os políticos têm oportunidade de avaliar com razoável segurança e ao mesmo tempo se abeberar sobre os números de mais de um instituto, que de acordo com cada planilha apresentada, cria naturalmente uma expectativa totalmente diferenciada, em relação aos percentuais de cada pretenso candidato, e quanto a esses números são originários de levantamento eleitoral, muitas vezes são episódicos e mutantes, por serem próprios dessas enquetes.

Quanto aos números das pesquisas, é cediço que foram precedidos de certa movimentação e inquietação partidária, por conta do prazo de um ano antes das eleições municipais, por força de mandamento constitucional e por essa exigência legal um postulante, pelo menos é o que alega desde o inicio, o vereador Luciano Pacheco, talvez sem a certeza de que seria o ungido do Prefeito, tratou logo de largar o barco petebista, e na prática se excluiu do processo de escolha quanto ao grupo dominante da política local ao fundar o PSD em Arcoverde, que constitui a sensação partidária do momento, e tanto é prova que conta com o bafejo oficial do Governador do Estado, ao ungi-lo como parceiro preferencial em quase todo o Estado, eis que foi criado com aquela finalidade. Daí a nova opção de Luciano Pacheco ao vislumbrar a possibilidade de ser candidato por esse partido. Mas, de qualquer forma, não é o partido do Prefeito e esse fato tem nítida importância na escolha do candidato oficial, sobretudo porque o Prefeito deixou claro que seu candidato sairá dos quadros do PTB. Essa exigência, necessariamente não constitui imposição, mas deve ser tratada como opção para sobrevivência política, principalmente para quem está deixando a Prefeitura e pretende continuar na política, e qualquer descuido será fatal.
Nessa mudança partidária, o ex-presidente da Câmara Luciano Pacheco cuidou de levar consigo para o PSD o vereador Joel Filho, outro que de acordo com os números eleitorais que se avizinham, e dependendo também da escolha do prefeito, pode deixar de acompanhar o andor petebista, pois não está sob o guarda chuva do partido governista. No mesmo ritmo partidário e da mudança, o vereador Niltão já havia deixado as hostes governistas e tratou logo de se filiar ao PSB e integrando-se à oposição, mas já está de volta ao oferecer apoio ao Prefeito. De qualquer modo será candidato pelo PSB, partido que poderá indicar Julião Guerra para disputar a eleição, criando-lhe certo embaraço juridico, por conta da fidelidade partidária e da rígida legislação dos partidos políticos. De sorte que, nenhum eleitor mais atento, esperava essa mudança partidária concernente aos três vereadores governistas, criando expectativa eleitoral.
O estranho mesmo é quanto aos números apresentados pelos dois institutos de pesquisas arcoverdenses, em que há destaque especial aos percentuais dos rejeitados. Sem citar nomes para não partidarizar e personalizar a discussão, os números da rejeição são diametralmente opostos em relação a cada instituto, gerando certa perplexidade ao atento eleitor.
Um instituto resolve pesquisar um elenco de candidatos e em outro o número se apresenta bastante reduzido, dificultando claramente um estudo e exame aprimorados desses números em relação a cada pretenso candidato. Na última pesquisa, exemplifico que o potencial de transferencia de voto do prefeito à postulante Madalena, chega a 45%, mas ao mesmo tempo, não esclarece qual o poder e percentual de transferência poderia ocorrer entre os postulantes – segundo a pesquisa – Israel, Julião e Rosa Barros, tendo em vista que apresentaram desempenho razoável. De qualquer modo, se entende que essa exaustiva movimentação dos números eleitorais a seis meses das convenções cria certa expectativa entre os possíveis postulantes, principalmente entre os integrantes do grupo do prefeito, cujo nome a ser escolhido provoca um clima de ansiedade, cuja prova se exemplifica com a mudança partidária de dois vereadores de seu grupo. Mesmo com prestigio eleitoral, às vezes o andor não garante certeza de êxito eleitoral e depende de como ele será formado, pois haverá insatisfação à vista, como foi declarado mais de uma vez pelo vereador Luciano Pacheco em entrevistas, admitindo até mesmo a possibilidade de rompimento com o Prefeito. O fato mais novo é seu comparecimento a uma movimentada reunião presidida pelo ex-deputado Israel Guerra, potencial candidato da oposição, quando se deixou fotografar em afetuoso abraço, juntamente com os vereadores Célia e Jairo, estes dois da oposição. Sua presença no evento tem o condão de constituir fato político relevante.
 
Jamais se pode invocar a tese de palanque eleitoral imbatível, pois simplesmente não se pode ser escravo de pesquisa. Ademais, não custa lembrar a grandeza e a tese da imbatividade do andor que carregou o deputado Marcos Cunha, do MDB (quando era um partido decente), como potencial candidato a Prefeito de Recife, apoiado pelo Governador Miguel Arraes e o prefeito Jarbas Vasconcelos, e um ex-prefeito nomeado do Recife Joaquim Francisco ganhou a eleição em 1988. São os números eleitorais cíclicos e suas surpresas no cenário político. Esse mal assombro de vez em quando aparece. Para surpresa de muita gente. Inclusive dos poderosos, ou os que se acham.

*Edilson Xavier foi presidente da Câmara Municipal
e da OAB de Arcoverde.

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