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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

domingo, 15 de janeiro de 2012

MINHA VIDA, PARTE DE MINHA HISTÓRIA


           A gente vê muita gente se maldizendo da vida, mas ideia nenhuma faz da vida alheia. Tendo nascido no Sítio Cigano, em Buíque, cidade pernambucana que sequer muitas pessoas sabem de sua existência, fica localizada nas bandas de Arcoverde, puxando para Itaíba e Água Belas. Nasci pobre de Jó, sem eiras nem beiras. Não tinha nada, nadica de nada. Era uma criança paupérrima que nasceu, cresceu, se fez homem, chegou a ser alguém na vida, graças ao nosso Criador, mas viver para mim, foi um ato extremamente heroico. Aos oito para dez anos de idade, tive a chamada febre tifo, que só não morri mesmo, em função da mão do senhor ou da medicina, que me aplicou uma série de injeções à base de penicilina (bozotacil), que doía feito a gota serena ao ser injetada na bunda e, para essa tarefa, de cinco a seis pessoas tinham que me segurar. Foi um ato de coragem aguentar uma série daquelas injeções e pela doença que dificilmente deixava alguém com vida naqueles idos difíceis e de uma medicina extremamente atrasada de finais de cinquenta para sessenta. Era uma época que sobreviver de certos males dos quais o indivíduo era atacado, era puro milagre, mas assim mesmo sobrevivi.
         Agora me vem as  mazelas do coração, não em questão amorosas, mas de doença mesmo. Isso é um mal que afeta praticamente toda a família modesto. Quanto não é questão de pressão alta, em que o sujeito morre de derrame, é o danado do coração, que não deixa de ser uma doença em que o ser humano é atingido por pressão alta nos vasos sanguíneos e vem a perder alguma função de bombeamento do sangue por algum problema de percurso do sangue em algum das artérias principais que irrigam o coração. É uma lástima, mas é uma doença que a gente tem que aprender a conviver e tomar um certo número de medicamentos diariamente. É um Deus nos acuda dos diabos, mas é assim a minha vida e é assim mesmo que tenho que encarar as intempéries da vida e do tempo. Quanto mais o tempo vai avançando, mas perto do dia derradeira vamos chegando, que pode ser até bem antes do que pensamos, isso por que, como seres humanos dinâmicos não aceitamos as condições impostas pela biologia da vida e por vezes fazemos, exaremos naquilo que não mais devemos ou podemos fazer. Na verdade, camaradas, todo exagero é por demais prejudicial à vida humana ou até mesmo de qualquer ser vivo.
          Mesmo assim, de meu jeito, se certo ou errado, vou levando a minha vida adiante. Se vou viver mais ou menos dia, isso só mesmo a própria natureza é quem dirá. Não que não me importe com a minha vida. Claro que me importo, só não sei até que ponto posso controlar a mim mesmo. Esse tem sido o maior problema, pois existem coisas na vida da gente que foge completamente do nosso controle. O pior deles é deixar de fazer o que sempre fizemos no cotidiano da vida, mesmo assim, temos que encontrar uma fórmula de nos limitarmos e ver que nem tudo em nossa vida é como a gente sempre quis ou quer que seja. A vida é também uma verdadeira gangorra nessa vai-e-vem que ele é e sempre foi. Só resta mesmo pedir ajuda ao nosso bom Deus, pois quem sabe ele nos ouvirá, como me ouviu quando eu fui contaminado por àquela febre tifo que tive em minha infância. Que Deus então venha a me ajudar agora que estou atingindo a velhice, embora não queira aceitá-la, mas como ainda estou vivo, não posso ter escolha, como a ninguém é dado esse direito, quer seja rico ou pobre, a certeza única é a de que se não envelhecermos é porque morremos por alguma razão, ainda na juventude, pois é esse o único meio encontrado para não envelhecermos.

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