Tenho costumeiramete dito algumas ou repetidas vezes, que a minha vida, igualmente a de muita gente, tem sido permeada de sentimento, dor e sofrimento. Talvez até, não! - Isto é uma certeza, que existem pessoas que sofreram e sofrem mais que umas outras, mas o que quero focar, centralizar em parte, é o meu tortuoso caminhar de vida. Não que queira piedade de quem quer que seja, mas se existe amor e sentimento de solidariedade entre as pessoas, isso pode ser que até a gente às vezes precise, mesmo que a solidariedade venha a ser uma forma disfarçada, camuflada, que em muitas ocasiões, de determinadas pessoas dizerem que escrevem certo por linhas tortuosas ou de que estão agindo com sentimento de amor. Pura balela em certos sentimentos de tais atitudes até banais e sem sentido. Na verdade muitas das pessoas só querem ver mesmo é a desgraça alheira e até mesmo, se regozijam, ficam exultantes de contentamento por dentro d'alma, como se tudo que estivesse transmitindo fosse realmente puro e verdadeiro. O que existe neste mundo é traição, falsidade e apunhaladas pelas costas. Vivi até agora, estou com seis décadas, mas parece que tudo aconteceu ontem, mas as marcas do tempo não deixam enganar ninguém, tampouco engano-me eu, entretanto, o que vale mesmo mesmo é a carcaça que se encontra introspectivamente dentro de cada que mostra ao próprio sujeito que está envolto em seu mundinho particular, a realidade de sua vida. Vivi a vida até agora, sei que um final terei, pois ninguém é Deus ou pode pensar que o É, e achar que vai viver para semente. Isto jamais vai acontecer, pois o ciclo da vida não permite jamais essa operacionalidade de eternidade. A vida não passa em si, de um amontoado de bactérias e vírus segurando um corpo carnal, que vai virar vermes putrefatos e depois meramente o pó de onde cada um veio. É este pois, o ciclo da vida e suas mutações naturais.
Mas o tema de sentimento, dor e sofrimento vem à tona, justamente porque na verdade a felicidade jamais bateu a porta de ninguém totalmente ou de que ninguém nunca sofreu, se corroeu por dentro por algum problema de ordem de tudo que está à sua volta. Quando não é uma coisa a lhe atormentar, aparece outra que parece de difícil solução, mas como o tempo sempre é senhor da razão, com certeza alguma solução virá. Boa ou ruim, mas que virá, disto não se pode ter a menor dúvida. Ninguém venha com essa de dizer que passou a vida toda vivendo como se o seu mundinho medíocre foi um verdadeiro paraíso de belas orquídeas, que isso é querer falsear a verdade dos fatos pelos quais cada um passa em sua vida particular e pessoal. Os sentimentos de dor e de sofrimento é inerente à humanidade, desde que o mundo é mundo. Às vezes o sujeito pode ter de tudo na vida: lindas mulheres, dinheiro, carrões, mansões, grandes farras, mas pode ser uma pessoa completamente infeliz e nada ter, pois não tem o principal, que é a felicidade. Ser feliz! - Pode até ser que eu mesmo tenha sido feliz por algumas vezes ou alguns momentos, mas no meu mundinho em que estou envolto, passei por esta vida e tive mais dor e sofrimento do que propriamente alegrias ou um taquinho de felicidade. Sofri muito! - Acho até que meu próprio nascer, foi um grande sofrimento e dor, quando a parteira Preta Velha, lá no Sítio cigano, em Buíque, me arrancou das entranhas de minha mãe e daí adiante, sempre vive num eterno sofrer. Vivi mais tristezas do que alegrias na vida, afinal de contas, parece que a alegria quando passa em minha porta, esqueceu ou esquece que eu também existo e sou tão humano quanto um outro qualquer, se é que os outros são tão humanos e sentimentais quanto eu sou. É assim o meu viver e este é o meu calvário neste limitado caminhar da vida.
Por vezes levo às mãos para o Céu, rogo à Deus, como fez Castro Alves em seu Poema Navio Negreiro, e não tenho uma resposta para confortar a minha dor, o meu sofrer ou se vem alguma resposta, ela é praticamente imperceptível ou não tenho o dom de sentimento de perceber que fui atendido. Queria muita acabar com a minha dor, o meu sofrer e viver o meu momento da mais pura e bela felicidade, não como nos imaginários contos de fada, mas uma realidade diante dos meus olhos e palpável às minhas mãos. É isso que queria viver ou ter vivido neste caminhar de vida que já está na casa da sexta década. Não que esteja desesperado e por vezes até por dentro, desesperado estou, por não poder ter tido e vivido uma vida de mais felicidade e amor.
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