QUEM REALMENTE SOU

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

NASCI ONTEM, VIVI O HOJE, MAS A ÚNICA CERTEZA QUE TENHO É A DE VOLVER PARA O ONTEM DE ONDE DESPONTEI

   
   Tenho sempre procurado tocar em pontos nevrais da vida da gente e de cada um. Estou seguindo com toda essa boiada, um ciclo vital repugnante e abominável, mas que, inexoravelmente, seja de qual credo, religião, sincretismo religioso, raça, cor, o escambau, for, com certeza também há de seguir essa mesma linha que oscila entre retilínea, sinuosa ou como num gráfico de uma função cartesiana matemática, entre altos e baixos, mas que todos terão mesmo o seu "grã finale" fatídico e fatal. É assim o caminhar da vida. Quer se queira, quer não, mas é assim que a banda toca do outro lado da vida, se é que, no dizer do poeta Ferreira Gular, "se a vida tem uma porta do outro lado", mas creia-se que tenha, pelo menos uma porta de saída ou de entrada, mesmo que seja esta fechada para nunca mais se abrir. A depender do credo religioso ou qualquer que seja a crendice humana, a vida é apenas um começo, uma passagem para uma outra dimensão que só será conhecida com o ciclo entre vida e morte. Só que, para os que se foram, ninguém de lá voltou para dar algum recado de como é o outro lado da vida, mas há de se acreditar, que não há de se estar em vão nesse curso de curto caminhar. A complexidade de como a gente veio ao mundo, para que, o porquê de se estar aqui e o seguimento final, ainda se apresenta como o maior questionamento da humanidade e de que, ninguém soube ou sabe responder com exatidão os "porquês" de tudo ou de nada. Teorias à parte, mas não explicam ou justificam. O homem fez grandes conquistas científicas, mas o único mistério que ainda não desvendou, foi o de sua própria origem e para onde cada um  no final de contas, vai após o último balbuciar da voz e do respirar derradeiro. É triste a gente ter que levantar assuntos dessa natureza, mas é necessário se encarar uma realidade que será minha e de cada um de nós.
    Desconhecer uma realidade palpável aos olhos de cada um dos viventes, é negar a própria vida, a própria existência e a teratológica morte. Não há como se furtar de uma realidade que à cada dia está diante dos olhos de cada um, sobretudo quando se vê cada um dos que nasceram, partirem sem mandar um recado de volta. Pode a ciência, as crenças religiosas, crendices, sincretismos, prometer o paraíso que quiser pintar ao longo do arco-íris, mas ninguém foi capaz de explicar o porquê da vida e da existência  humana com certeza absoluta, mas sempre na incerteza e com ceticismo de quem segue uma religião ou uma crença qualquer para poder suportar a dor de ter a única certeza de que ao nascer vai seguir sempre um ciclo, como o de uma roda giratória, que vai girar, girar, para, num momento qualquer, parar de vez. A dor não é propriamente a da morte, mas sim, imaginar, ter a certeza de que todo mundo, mais cedo ou mais tarde, de forma natural ou não, vai ter que encarar a foice certeira da impiedosa morte. Morrer é só mais um detalhe na vida de cada um da gente. Afastar essa hipótese é pura hipocrisia de quem talvez possa se imaginar que permanecerá para semente. Ledo engano de quem assim pensa ou imagina. Por isso mesmo parto de um pressuposto de uma empreitada real que pode se dar a qualquer momento, ou não?
    Sei que nasci ontem, vivi um tanto do hoje, talvez mais um pouco do amanhã, mas a única certeza que tenho, é que a porta da morte, tanto para mim, quanto para qualquer pessoa, da mesma forma também se abrirá e se fechará para sempre. Nesta vida, nada somos, a não ser uma simples fagulha de poeira a vaguear nesse Universo infindo, que também ninguém até hoje soube desvendar sequer se existem outras formas de vida noutras partes dessa infindável mundo galático. Acredito que sim, mas que tudo continua como dantes: um grande mistério indesvendável. O homem pode até avançar em muitas coisas, como de fato tem acontecido, mas o verdadeiro mistério de coroação da vida e da morte, dificilmente será descoberto por quem quer que seja. Poder-se-á até se fazer enes ilações sobre a vida, o seu ciclo e seu "grã finale", mas o que ninguém vai ter a mínima capacidade de descobrir é todo esse mistério a nos envolver, embora muitos façam deles dogmas a se acreditar mesmo que ninguém os veja ou nele chegue a tocar. A crença de uma vida num paraíso, nada mais é do que um alento para a morte que se aproxima. Pode até ser diferente, por que, qual a explicação para a vida, senão uma recompensa por tudo que nesta se fez e se construiu. Nessa linha de pensamento, de crença, a vida futura se justifica com o morte de cada um dos seres humanos,  mas ninguém quer morrer para provar o que poderá ou não encontrar do outro lado da vida. Na verdade indizível, ninguém pode se arvorar nesta vida, como sendo o dono do mundo ou o maioral, pois na realidade nada somos, nada valemos e não sabemos para onde vamos. Desta feita, é que, na minha ideia simplista de um ser mortal e igual, é que sei que nada sei que sou, como da mesma forma, qualquer um dos demais seres humanos. Hipocrisia é se imaginar o dono de tudo que está ao seu alcance, quando na realidade, vai da mesma forma ser corroído por vermes de todo tipo, milhares deles, bilhões talvez, a rastejarem pelas suas carnes putrefatas e sem o menor valor, até volver em pó de onde cada um de nós veio à vida.

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