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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

PROFISSIONAIS LIBERAIS PAPAGAIOS DE PIRATAS


   O assunto que me hoje vem à tona, é sobre a minha profissão. Em muitas ocasiões tenho externado em eventos públicos, em palestras com colegas em geral, ou quando ainda tenho a oportunidade de patrocinar um Júri Popular, de dizer alto, em bom tom e à todos os pulmões, "que tenho  orgulho de ser advogado". Continuo com essa minha tônica coloquial de me colocar com essa pecha de ter orgulho da profissão à qual me dediquei por praticamente quase toda à minha vida. Claro que reconheço perfeitamente que em todos os segmentos profissionais, existem os bons e os maus profissionais. Desculpem-me a imodéstia, mas sempre procuro me colocar entre os segundos. Defeitos outros, sei que os tenho, mas isso é assunto de outra esfera e que de ninguém procuro me esconder. Se acaso tenho em determinadas circunstâncias o pavio curto numa petição que faço com trabalho esmerado, ou até mesmo num julgamento popular,  chego a elevar com fervor a minha verve, mas cadenciadamente o meu tom de voz, o faço sempre com a convicção dos advogados de primeira constelação e não naqueles que estão em constelações de estrelas cadentes, sem querer com isto ferir suscetibilidades de quem quer que seja. Mas com relação ao assunto que tanto me faz soltar vitupérios no momento, o problema é que, pelo que tenho conhecimento, não por ouvi dizer, mas por ciência própria, é a questão da banalização da nossa profissão liberal, com muitos dos novos que estão aparecendo, sem contabilizar os que nunca souberam se conduzir com a devida postura, à ética profissional, tampouco como o verdadeiro advogado  que faz do seu bastão, a sua toga, a sua espada de luta e a ama como se fora o seu sacerdócio, a ponto de fazer um favor a um amigo, a uma pessoa carente qualquer lesionada em seus direitos, menos que o faça à troca de migalhas, como se estivera pedinho uma "esmolinha pelo amor de Deus". Pois bem, é isto mesmo que vem acontecendo em nossa região, além de outra, claro, com a banalização da nossa profissão, a desvalorização do advogado como provedor de causas na Justiça e como bem o firmou o artigo 133 da Constituição Federal de 1988, como uma figura extremamente essencial à administração da Justiça. Então não há como banalizar, nivelar à patamares pífios e ignaros, a nossa profissão, porque não estudamos, queimamos as pestanas, estudamos cada causa que defendemos, para chegarmos à nos tornar em papagaios de pirata, ratos de esgoto ou coisa que o valha. Isto não pode está acontecendo com a nossa profissão, mas é esta a realidade que diuturnamente está se vendo acontecer com os mais jovens profissionais paridos de faculdades de direito pouco confiáveis e que tem vulgarizado o ensino do Direito em nosso país.
   Não estou falando de arroubos, tampouco de arrogância, mas sim, de respeito à ética, às prerrogativas do advogado no exercício da profissão e que muitos tem que procurar ter um pouco de postura, principalmente quando agem como verdadeiros "papagaios de pirata", isto é, quando buscam inadvertidamente, sem respeito ao Estatuto e à ética profissional, entrarem até sem pedir licença em processos praticamente prontos, acabados e finalizados para o veredictum final do magistrado, e isso se torna muito cômodo, à medida que quem recebe todo o crédito é o sujeito que nada fez no processo como advogado. Isto não são chorumelas de minha parte, mas uma realidade que todos os que querem trabalhar dentro do figurino, estão tendo que enfrentar esses useiros e vezeiros de pegar a coisa pronta, o bonde andando e no final das contas, não dar sequer uma satisfação por mínima que seja ao colega que tudo fez num determinado processo, mas quem ganhou os créditos tanto profissionais, quanto de ordem financeira, foi justamente o "papagaio de pirata", que ardilosa e mafiosamente, manipulou o cliente alheio e se apoderou de uma causa patrocinada por um outro colega, quando o que faltava era simplesmente um parecer ministerial para que, desta feita, se marcasse uma audiência e pudesse então, a depender da questão, o veredictum final do magistrado. Não estou me dirigindo a todos os advogados de um modo geral, mas que existe muitos deles que estão se utilizando de tais artifícios, disto não tenho a menor dúvida. Ora, se chega mesmo até ao cúmulo, de o próprio advogado, para destituir outro de um processo já praticamente finalizado, a fazer uma carta digitada e assinada pelo cliente alheio, destituindo-o da causa pelos correios, quando deveria ter um pouco de decência, ética e vergonha na cara e explicar ao constituinte o que está acontecendo no processo e que a sua constituição de nada vai adiantar. Mas infelizmente, não é isso que vem acontecendo. O advogado "papagaio de pirata", age na surdina e quando menos se espera, o outro colega, está destituído inexplicavelmente do processo e logo depois, aparece somente a procuração de seu novo patrono, como se não desse a entender a tacanha e imoral manobra. Isto se chama falta de respeito e de vergonha na cara. Então, em se observando à advocacia através dessa ótica, hoje não há muito do que me orgulhar, pois nunca me servir ou vou passar a me servir de "papagaio de pirata" nos processos patrocinados por outro colega.
    Pior é a questão, pelo que se comenta, que muitos dos novatos, usam até de influências escusas para ter mais clientes, se bem que, isso é coisa antiga com as espécies de "agenciadores" montadas nessa mesma região e de que todo mundo sabe e, claro, se silente, é uma questão de corporativismo, que a mim também, não interessa aqui entrar em maiores detalhes, no mérito da questão, para o ventilador não espalhar mais o que não deve, mas que existe, isto todo advogado militante em determinadas áreas, está cansado de saber. O que não se pode, é se chegar ao ponto da banalização da profissão, principalmente, se fazendo uma audiência ou acompanhando alguém a uma delegacia de polícia, e se cobrando míseros cinquenta reais. Melhor seria o sujeito que se diz advogado, colocar uma velha toga surrada, com uns remendinhos e ficar numa esquina qualquer, para disfarçar ainda mais, usar uns óculos escuros na cara e partir para aguardar o tilintar de mais uma moedinha numa pequena bacia de metal. É preciso minha gente, valorizar essa profissão; se criar vergonha na cara; não entrar como papagaio de pirata nas ações patrocinadas pelos outros colegas e dizer sobre o processo, a verdade que deve ser dita. Agora se o processo não tiver andamento algum, aí sim, é hora de se dizer a verdade, mas acima de tudo, ainda assim, em respeito à ética profissional, se conversar com o colega se existe ou não algum problema de ele chegar a ser constituindo nessa ou naquela causa. Do jeito que estão fazendo, o bom profissional está sendo desmoralizado e enxovalhado por quem jamais deveria vestir à toga que orgulhosamente deveria honrar.

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