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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A MODERAÇÃO NUNCA FOI O MEU FRACO, MAS A PACIÊNCIA EM CERTO TEMPO, TEM QUE SE INTERPOR COMO PONTO DE EQUILÍBRIO E DE SAPIÊNCIA NA VIDA DA GENTE


   Na vida da gente, tem tempo pra tudo, apesar de tão curta que realmente esta vem a ser. Lembro bem que ainda moleque sem um tino orientador de vida ainda, era um menino longe, distante, quieto e recolhido à minha própria insignificância, pensava. O tempo foi passando, fui vendo o mundo e a minha personalidade entre o meu eu interior o a visão exterior de mundo, veio se modificando na medida em que eu ia me apercebendo de minha existência e da crudelidade e maldades próprias deste mundo execrável e repugnante. Não que seja tudo isso em sua totalidade, mas na maioria dos casos, é assim mesmo que o mundo se apresenta ou pelo menos aparenta ser.  Foi justamente que a partir de um certo tempo de meu desenvolvimento mental, intelectual e social, que passei a questionar o que acontecia à minha volta, a atitude das pessoas, os fatos e acontecimentos incompreensíveis e daí então, veio uma fase de inquietude, de imoderação de minha vida. Trabalhei no duro, como bode embarcado. Puxei cobra pros pés na roça, fui peão de fábrica no Estado de São Paulo, fui barman com meu irmão Miltinho no Arizona Bar, em Buíque, funcionário do Banco do Estado de Pernambuco - BANDEPE, que os políticos quebraram, por grande parte de minha vida e, por fim, me tornei profissional liberal como advogado, apesar de cursado engenharia por três anos. Em todas essas minhas fases de vida, nunca tive tranquilidade diante desta minha visão de mundo que aprendi a vivenciá-la, sempre questionando tudo e a todos e nunca mudei. Não mudei porque foi assim que foi personificada em minha alma, a minha personalidade do ser e do agir. Por isso mesmo é que sempre questionei e sempre vivi com essa crescente inquietude dentro de minha vida que não vê muitas coisas que acontecem em minha volta com bons olhos. Se uns calam, consentem e nada dizem ou falam, para mim isso soa como parcimônia, acomodação, covardia e parcialidade em não se lutar pelos seus próprios interesses e direitos de sua comunidade, de seu povo. Se sou assim, foi porque desta forma fui moldado. Mudar? - Claro que em muitas circunstâncias da vida, a gente tem mesmo que mudar algumas atitudes, mas o que a gente não pode mudar jamais, é nossa personalidade que foi incrustada na alma de cada um de nós, ao nos darmos conta da nossa própria existência.
     Ganho a vida, depois de ser demitido pela irresponsabilidade política dos que mandavam no Bandepe, que colocou várias famílias na rua da amargura e, desde que demitidos em 1991, muitos até a presente data  jamais voltaram a ter as suas vidas organizadas, de volta, só porque os políticos urubus nem os ossos do banco estatal deixaram. Comeram e roeram tudo. Alguns dos funcionários do banco chegaram mesmo ao extremo da vida, a se suicidar com a perda do emprego, outros tentaram viver de outra forma e não deram certo e uma minoria, conseguiu sobreviver neste mundo cão porque não se acomodaram e não aceitaram os fatos com moderação. Tiveram sim o devido equilíbrio para suportar as agruras da vida, não desanimaram e foram para o front de combate e estão enfrentando a batalha de cada um para um dia, quem sabe, vencer à guerra. De certa forma, acho que me acomodei um pouco. Poderia até, na minha inquietude de vida, ter feito um outro concurso de juiz de direito, de promotor de justiça, de procurador de estado, enfim, qualquer concurso público afeto à minha área profissional que viesse a me dar a devida estabilidade funcional, mas não tive mais o devido equilíbrio para parar por no mínimo dois anos a estudar horas a fio para poder me habilitar para passar e tirar de letra em qualquer concurso ao qual viesse a me submeter. Mas não, procurei fazer de minha profissão o meu ganha-pão e estou até o presente momento, no campo de batalha campal, tentando sobreviver neste val de lágrimas, não com o mesmo ímpeto de antes, mas sim, buscando na moderação e na sapiência, uma fórmula apropriada para sobreviver nesta luta e vencer a minha guerra particular. Sei das dificuldades que a gente enfrenta pela vida neste mundo afora, apesar de abraçarmos muitas batalhas alheias, ajudar com muita luta e garra a vencê-las, e no final de contas, em muitos casos, sequer ser reconhecido pelo que a gente faz com tanta dedicação e apreço a gente vem a ter. Podemos até ser lembrados pelos erros que na vida cometemos, menos pelos acertos e pelo bem que procuramos fazer e isto se chama canalhice, ingratidão e hipocrisia da humanidade.
     Não mais posso dizer que me encontro ainda na fase da inquietude de antes, pois apesar de ainda ter forças para me encontrar no front de batalha, tenho na moderação e na sapiência, apropriadas para minha fase de vida, para poder a tudo contornar e poder ainda, chegar a vencer esta minha guerra interior infernal que tanto me atormenta. Reconheço não mais ser o contestador de antes, o batalhador a empunhar a minha baioneta, a minha bandeira de luta de tantos momentos de minha vida, mas ainda posso empunhá-la sim, e lutar sim na minha própria batalha e vencer a minha própria guerra. Não estou capitulando de nada em minha vida, nem do que escrevi, disse ou falei, mas sim, empunhando por questões de sapença e de moderação, a bandeira branca da paz como sinal de trégua em minha luta de guerra travada por toda a minha vida. A gente em determinadas circunstâncias vividas em nosso percurso de vida, pode até mudar um pouco, pode até mudar tudo, só não pode mudar mesmo, aquilo que está incrustado dentro de nossa formação que foi sedimentada por toda a vida da gente e isto, só a morte pode nos tirar.

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