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segunda-feira, 1 de abril de 2013

ELA APARECEU ASSIM DE REPENTE, VEIO FACEIRA E TERMINOU POR FICAR COM A GENTE


  Quando ela procurou rondar nossas cercanias, veio faceira, desconfiada, como quem nada queria. Às vezes até nos tratava com descortesia, com ira, raiva e com reação inesperada. Pelo visto, ela era das ruas. Não tinha dono, tampouco quem cuidasse dela. Podia ser de qualquer pessoa, qualquer família, desde que viesse um agrado daqui, dali ou dalhures. Era de ninguém e com o passar do tempo, veio se chegando mais, se aproximando, se alimentando do nosso alimento e foi se afeiçoando por todos nós, a ponto de não largar do nosso pé. Imagina-se que ela não chegaria a tanto, mas não foi lá com espanto que de veio a se aproximar da gente e se tornou nossa fiel escudeira. Defensora ferrenha mesma. Sempre estava por perto e no que podia, nos defendia com bravura, seja lá quem fosse.
   Recentemente, por viver de qualquer jeito, não se sabe bem a razão, afinal de contas, se imaginava que era pau pra toda obra, veio a adoecer assim de repente e com menos de uma semana meio entristecida, quase sem poder de seu canto se levantar, veio a morrer, como se é o final de cada um dos seres viventes. É triste vermos alguém aparecer quase que praticamente do nada e de repente, da mesma forma desaparecer, sem sequer sabermos da razão ou a causa que a levou ao óbito. Confesso que eu e meus familiares, ficamos deveras tristes, não porque se foi mais um ser vivente, mas sim, pelos laços de afeição e de amizade que tínhamos criado por ela. Com certeza morreu sem sentir dor, porque não gemeu, não fez gesto de que houvesse sentindo alguma coisa anormal, mas o pior é que ao perceber o seu comportamento que antes era alegre, toda se balançando de contentamento e assim de uma hora para outra mudar radicalmente, ficamos logo a esperar o pior, o que de fato veio a acontecer.
   Ao chegar não tinha sequer um nome, coisa que logo providenciamos. Era um nome comum, chinfrim, mas era um nome daqueles que são menor favorecidos da sorte, como certamente ela era mais uma. Por vezes estava repleta de companheiros, o que não era muito do nosso agrado e quando menos se esperava, saia de mansinho, às escondidas e quando menos se esperava, aparecia com uma penca de filhotes, mas da mesma forma, eles logo se dispersavam e ela ficava sozinha novamente. Tinha lá o seu paquera preferido, que nos últimos dias lhes fez companhia. Acho que ele ficou triste com a partida dela e por vezes, ainda ronda nas proximidades, certamente na esperança de reencontrá-la, o que será impossível. Seu nome, PIABA, uma cachorra vira-latas que apareceu em no meu terreiro sem mais nem menos, se afeiçoou por algum resto de comida que sempre lhes dávamos e passou a conviver em nosso terreiro como guarda-costas. Os roubos de objetos deixaram de acontecer, porque Piaba não dava trégua não senhor! - Se alguém ousasse adentrar em nosso muro, ela soltava seus latidos e colocava quem quer que fosse para correr. Digo sinceramente, que fiquei triste com a morte dessa desconhecida que ousei chamá-la de Piaba e não sei a causa de sua morte, se foi a idade, ou pelas tantas iguarias de qualquer lugar que buscava para se alimentar, afinal de contas, era um animal das ruas, mas que se tornou fiel à nossa família. Foi com certeza uma cachorra amiga, muito mais do que muita gente que se encontra por aí. Essa foi a minha homenagem a uma vira-latas daquelas que o sujeito quando ver não dar nada por ela, mas ao conhecê-la começa a ter uma certa afeição pelo bicho de estimação, mesmo que seja das ruas e livre para andar para onde quiser.

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