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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
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domingo, 1 de junho de 2014

BUÍQUE, TERRA DOS BARRIGAS-PRETAS, MAS TERRA BOA DE SE VIVER.


    Quer venham de suas próprias raízes, de hábitos adquiridos ou copiados de ancestrais, cada município e seu povo, tem os seus próprios hábitos e características que os fazem se distinguirem uns dos outros. Alguns deles, vem da origem do DNA de seu próprio povo, da família fundadora e dos primeiros moradores que deram origem às suas cidades e a cada município. No ajuntamento de pessoas, foram adquirindo hábitos, modos de vida e assim, firmar as suas próprias características. Buíque, por ser um município de origem antiga, ainda da Idade Média, pois foi fundado em 1752, pelo donatório português Félix Paes de Azevedo, que doou mil braças quadradas para a construção da Capela de São Félix de Cantalice, o nosso padroeiro do lugar, onde a partir daí teve início a construção de residências de pessoas que vinham de outras paragens em volta da capela, que era próxima à Lagoa do Sumidouro. Certamente foi a partir daí que veio a se formar vilarejo, em Vila Nova de Buíque e, depois, definitivamente, em Buíque. Estranho esse nome, não! - Isso porque o seu significado, que tem três definições, quer dizer: A primeira diz que Buíque no vocabulário tupi, significa "lugar de cobras"; a segunda diz que significa "Terra do Sal" e, a terceira versão, menos difundida, diz que o nome surgiu porque os indíos primitivos que habitavam a região utilizavam-se de ossos como instrumento musical, principalmente o fêmur humano, que produzia um som "buíque, buíque, buíque". A partir de então, começaram a chamar o lugar de Buíque por conta do instrumento utilizado pelos nativos. Suposições à parte, mas o que tem me intrigado com relação à minha terra, é primeiramente, da sua data real de emancipação política de verdade e, em segundo lugar, por qual razão nos chamam de barrigas-pretas. Na primeira questão levantada, acho que Buíque, ainda não tem uma data definitivamente definida com relação à sua data real de emancipação política, 12 ou 26 de maio de cada ano. A documentação da época, pouco diz, além de ser de difícil interpretação. Acho que nem mesmo à capela de São Féliz é capaz de delimitar tal data e, a documentação do município ou aqui mesmo, pelo visto durante os anos passados, eram jogados no lixo e, poucos documentos são encontrados no Instituto Histórico-Geográfico de Pernambuco. Pelo visto, nada era preservado para o real conhecimento de nossa história. O prefeito Arquimedes Valença, contratou uma equipe de "lentes" da UFPE, certamente a peso de ouro, para definir de vez a data verdadeira de emancipação de nosso município e, a data a que chegaram, foi a de 12 de maio de 1854, mas mesmo assim, folheando esse trabalho, ainda me restaram muitas dúvidas e acredito que a data correta ainda não é essa que hoje se comemora a emancipação de Buíque, isso porque os elementos existente no trabalho da UFPE, são frágeis e não nos dão a certeza de que essa é realmente a data correta de nossa emancipação, daí o meu questionamento. Seria ainda interessante, inclusive, a custo do poder público, se fazer um levantamento de nossa história, para a partir daí, se editar um livro e incluí-lo obrigatoriamente no curriculum dos estudantes da rede municipal, para que cada aluno aprendesse o significado de nossa terra, do nosso povo e das suas origens e características, isso porque, se alguém perguntar o que significa o nome Buíque, ou quem foi o seu fundador, acredito piamente que a maioria dos estudantes vão ficar calados, porque de nada sabem de nossa história. E sobre o levante dos quebra-quilos, quem sabe, que ocorreu por volta da década de 40, liderada por uma das grandes políticas de nossa terra, que foi Amélia Cavalcanti, que é lembrada em nome de uma rua, isso ninguém imagina sequer o que venha a ser, mas é nossa história debaixo do tapete. Pior, quem sabe da nossa história politicamente incorreta? - Essa só escreveria em livro, se tivesse com o tempo de vida delimitado, porque iria mexer com muita gente, ao se dizer a verdade de quem era quem em Buíque, ou não!
   Outra questão que levanto, é o fato de nos alcunharem de barrigas-pretas. O que deu origem é esse tipo de galhofa com o nosso povo, ao sermos apelidados com esse epíteto? - Sei não, mas acho que vem do costume europeu. Acredito que nosso fundador, Félix Paes de Azevedo, certamente por ser português e serviçal de D. João VI, não gostava muito de tomar banho e, seus filhos, brincando em volta da casa, adquiriram o mesmo hábito, e ao brincarem se lambuzando, ficavam com as suas barrigas sujas, daí o apelido de barrigas-pretas, porque o nosso povo adquiriu o hábito de, a exemplo dos portugueses, não tomar banho, apesar da fartura de água que sempre foi o forte de Buíque. Até hoje existem pessoas, principalmente da zona rual e até mesmo da urbana, que não gostam muito de tomar banho, principalmente na época de inverno, que é um frio daqueles, e assim, o apelido continua em uso. Muita gente ainda se limita, ao anoitecer e no amanhecer, a simplesmente levar as mãos, bocejar a boca com água e passar água no rosto e pronto, está tomado o banho e todos vão se deitar e para o trabalho braçal na zona rural. Tem outros mais, que por superstição religiosa, sequer tomam banho às sextas-feiras porque é pecado, além de não comerem carne vermelha, porque do mesmo jeito se está pecando diante de Deus. Quer dizer, ainda existe muita gente incauta, desinformada e sem educação no trato com a própria higiene pessoal. Isso na verdade, acontece realmente em Buíque. Desse jeito, continuamos ainda, barrigas-pretas.
    Mas afora esses questionamentos, Buíque é uma terra boa de se viver. Já teve os seu negros tempos de violência exarcebada com o império do coronelismo à antiga, hoje não. Se existem coronéis, são mais modernos e ainda imperam na política, na imposição e formação de currais eleitorais, principalmente em épocas de eleições, além das gastanças extravagantes com dinheiro de agiotas misturado com o público, que ao ser eleito, quem vai sofrer mesmo é o próprio povo que recebeu migalhas de tal e qual político, e os cofres públicos do município, é quem vai ser saqueado para pagar a agiotagem e roubalheiras de políticos salafrátios que ainda imperam em nosso município, esta é a verdade nua e crua, doa em quem doer, ou não camaradas!

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