ANIVERSÁRIO DE RICO É “NÍVER”
– Aniversário
de pobre, é de uma lamúria só, não existe. É prato vazio e fome, é fogo-fátuo a
correr na noite, como se fora um zumbi encantado no chamado fogo-corredor, ao
fazer medo e sumir, no vento forte a zunir. Não existe festa em aniversário de
pobre. Mas pra que festa, se sequer de um dia de cada ano se lembra da data de ficar
mais velho na vida? - E ele lá vai querer se lembrar! - Mas o de rico não,
aniversário é coisa chique. É chamado de “níver”, é contratado logo uma
socialate, de preferência que seja gay, pra poder sair nas colunas e nos blogs
sociais, regado a belos pratos feitos por um chief de cozinha francesa, um maître
executivo, assistido por uma equipe de empregados de mesa ou garçons,
denominados de séniors, júniores e assistentes, coisa de gente chique, empanturrados
e enfeitados por um bom whisky escocês envelhecido, bolos feito em andares,
docinhos, esses aos milhares, é todo mundo risonho, batendo palmas, dando
palmadinhas nas costas, abraços de tamanduá, como se foram políticos ou se dos
políticos é que saem, os grandes “nívers” da vida, só pra tratar de sua lida, e
gozar daqueles que tem, muito cascão e feridas, na corda-bamba da vida, nas dores
de velhas sofridas. Mas no mundo de verdade, “níver” é coisa de fresco mesmo,
não há arredio não, quem quiser que se aborreça, que frescura na pobreza não
tem nada disso não senhor, e se aniversário tiver, é com muita manguaça e muié,
na trilha dos animados e ultrapassados cabarés.
CABRA FEIO PRA DANAR
–
Um
cabra feio chegou pra mim e disse, “rapaz tu és feio pra danar, viu!” – Fiquei
assim meio pasmo, como quem fica estonteado, quando leva uma estilingada de uma
pedrada só, sem saber o que dizer, tampouco de onde veio. Mas eis que assim de
repente, me veio logo à mente, uma resposta na ponta da minha língua firulenta
e verborrágica: Oh!, quem és tu pra me chamar de feio, hem? – Que cara tu pensas
que tens, cara de crocodilo, camarada de Odílio, que foi casado com Cirilo, da
casa das almas dos “deliro”, além de ser feito um João Grilo, que só sabes
criquilar, como um jacaré pra assar, no “níver” de Valdemar. Cabra safado da
peste, como pode tu chamar, se és feio de arrotar, rabugento feito um jumento,
daqueles abandonados, lá no lixão do Catimbó, que só serve pros dodós, xiliprar
e arrumar pó! – Será que essa história tem jeito, quem sabe senhor prefeito, lá
das bandas dos caralhos, fazer de tu um bonito, pra te comer num só grito. Esse
é o fim de um trecheto, de uma história sem começo, meio, final, nem trejeito.
Mais o cabra feio feito um trapo de guerra, os estilhaços, ainda estrebuchou,
me chamou de estrumaço, lhe chamei de “seu cagaço”, vai pra casa do caralho, em
casa jogar baralho, tomar um goles amanguaçados, dormir com outra feiura, feita
cana ao bagaço e não me venhas aqui, a não ser pra me chamar de lindaço, meu
senhor e meu mandaço, senão te corto em pedaços e te torno num estardalhaço,
sem corpo, cabeça, nem braços, somente o resto de traços, do feio que fostes um
dia. Mas que história é essa “cumpade”, me indaga o amigo Rilke, respondo-lhe
sem pestanejar, “sei lá o que diachos é isso?”, só que escrevi num só risco,
muita besteira num aprisco dentro de bosta de ovelhas, caganeira e muitas
asneiras, disparei pra todo lado, sem olhar quem atingi.
QUE ESTOU A ESCREVER, PÔ! – Acaso se me
perguntarem, que estás a escrever, cabra? – Respondo: Sei lá, carai! – Só sei
que estou e não sei lá pra onde vou, mas assim mesmo sem saber, sem tom ou
sonoridade, musicalidade já era, e mesmo nas asneiras ou besteiras, vou
escrever um bocado, pra desestressar vida minha, que anda um tanto sisuda, só
levando pé na bunda, mas alguns trechos deste mundo, feito um Ariano Suassuna,
ainda sei que vou mudar, senão pelo menos tentar, antes da morte chegar. Mudar
parte das “safadage”, é só questão de “corage”, pois ninguém consegue nada, se
todo tempo da vida, se passar por um covarde, sem ouvir, falar ou sentir, neste
mundo a existir tanta maldade e “malandrage”, sem ninguém pra reagir. Mesmo sem
rumo, sem norte, ainda assim vou insistir, no cabaré da mãe Joana, prefeito
ainda vou ser, mesmo se for com meu voto, mesmo assim vou ser prefeito e para
tudo vou dar um jeito, falando de tudo um pouco, dos coitos, dos oito e
oitenta, das que sempre tiveram aqui, ali, acolá, tudo num mesmo bê-à-bá. Não
vou amofinar não, porque fresco num sô não, mesmo em época de “inleição”, vou botar
meu vozeirão, pra esculhambar os “cagão”, que só estar de plantão, bajulando o
seu chefão, que anda feito um anão, sem saber pra onde irão, se quebra o verbo
ou à Nação. Mas nesta terra do cacete, um alcaide de fé vou ser, no amor e na
verdade, a sinceridade sem “safadage”, ainda vou ser prefeito, com a mamãe vou
ser eleito na disputa de um bom pleito, com coragem e sem defeito. Será que
pode ter sentido, o que estou a escrever hoje, num alucinógeno prefeito eleito,
hem? – Só mesmo tomando umas, que daquelas não tomo mais, que se dane pro
inferno, vão direto pro Satanás, os alforjeiros babeiros, se danem com seus “cartaz”.
Só por uma razão podem dizer, que na próxima “inleição”, mamãe que já se foi,
ainda vou ser o prefeito deste meu torrão amigo, onde meu umbigo nele está
intrincado, então outro caminho não há, que não o de ser eleito.
VIAGEIROS DO LUAR OU SERÁ QUE É DO MAR?
– Não tomo alucinógenos, tampouco drogas ilícitas, só ingeri por muito tempo, a
danada da bebida, que na pior das medidas, é uma droga perdida, só que por lei
é permitida. Isto foi uma decisão, que tomei com emoção, mas beber com devoção,
o homem fica sem noção, sem moral e sem razão, nos dias de vida vividos e
naqueles que virão, só não se sabe se desta, partir pra outra, se é melhor ou
pior não, mas como ninguém de lá veio, acredito sem aperreio, que melhor né não
senhor, mas que pior poderá ser, pois ninguém até agora, de lá veio pra dizer.
E assim nesse meu doce caminhar, que mando o mundo se danar, vou aos pouco me
tornar, viageiro do luar, sei lá se também do mar, mas deste não serei não,
pois nasci próximo de cacimbas, de água doce potável e dos barreiros não
passei, quase num deles me afundei, em águas barrentas quase me afoguei, mesmo
assim ainda voltei, pra muita gente aperriar. Mesmo assim à vaguear, não pensem
que estou perdido, mesmo estando aturdido, com os rumos deste lugar, mas um dia
vou conseguir mudar e num só barco colocar, os viageiros do luar, para no alto
mar jogar. Se não se prestam pra este mundo, só mesmo pro fundo do mar, que lá
onde todo corrupto, pra sempre deve ficar, sem mais nada poder falar.
FIGURINHAS DE
SANTINHOS DO PAU-OCO – Mas os que se dizem santinhos, não passam
mesmo de figurinhas, do “santinho-do-pau-oco, nada mais que isso, porque se um
dia eu cismar, vou botar mesmo pra lascar, boto todos num barco só para remar,
direto pro fundo do mar, para essa monstrenga corrupção de uma vez se acabar.
Tenho a dizer sem maldade, que pra ser prefeito de uma cidade, não interessa
idade, somente sinceridade, amor ao povo e a terra, torrão em se fincou, ideia
e muita ação e o voto do povão, que em qualquer “inleição”, tem sido o
bicho-papão, mas se mesmo quiserem mudar, vão ter que capar de vez, quem
vomitar muitas mentiras, fazer intrigas e futricas, não merece vencer uma “inleição”,
devendo prevalecer de vez, a vontade soberana do povão. Quem quiser um bom
prefeito, deve ouvir quem bem merece e, se quiser seguir verdades e muita
moralidade, independente de idade, com certeza e com a verdade, vai eleger um
bom alcaide. Se de outra forma agir, vai ter mesmo que engolir sem cuspir, os
mandarins de sempre, que fazem do povo bolinha feita de meia, que só serve pra
votar e jogado de lá cá, em época de “inleição” e, se eleito se transforma em
mais um “rei”, que sentando num pedestal, só quer viver na maioral, na boemia e
na farra, como se nada de mal, tivesse fazendo ao besta daquele que o seu votou
confiou. Então chega de conflito, vote certinho na época, em quem é certo, no
reto, correto e honesto, que não seja um “ernesto”, nem somente mais um
enganador, que lhe promete tirar a dor, mas o que faz é feito o condor, lhe
roubar sem sentir dor, até seu sangue chupar, como vampiro da noite e no povão
só dando açoite. Então meu camarada, se você quer dar uma parada, pense bem
nessa charada, só vote na vez chegada, na parte boa que caminha nessa estrada.
Será que fiz uma narrativa certa, ou tá a coisa enrolada, hem!
SERÁ QUE CERTO ESTOU A ESCREVER POR LINHAS TORTAS
– Não sei se por caminhos certos ou errados, mas alucinógeno ou não, escrevi
tais narrativas, se com trechos rabiscados por cordel, poema ou prosa ou verso,
só sei que escrevi o que pensei escrever. Parece que me inspirei ao contrário,
ou a inspiração veio pouca, mesmo assim veio à tona, o que escrevi pelas ondas
cerebrais que a mim foram chegando e assim meio voando, escrevi o que à cachola
me veio como num flash de repente. Não digo amém, nem oxente, mas escrevi o que
vi e imaginei em minha mente. Na verdade, sei o que escrevi, só sei que está aí,
nesse nome estrambólico que coloquei nesta coluna, para não ficar na mesmice de
sempre, em cima de textos longos, que sei pouca gente ler, mas na arte de
escrever, ninguém deve se atrever, a escrever sem saber, o que vem sem querer,
pra muita besteira dizer, se assim quem quiser entender, mas até parece que foi
um texto psicografado que veio assim como o vento, lá bem do fundo da gente,
escrevi trechos em blocos assim mais que de repente. Não se aborreçam, nem se
esmoreçam, mas vamos que vamos numa próxima “inleição”, votar em que espírito
de luta, que não quer se corromper, só pensa no bem-querer de seu pobre e usado
povão, pra de novo num milagre, seu torrão ver florescer, como previu o
profeta, que me veio nesta hora, me dizer a hora certa, pra fazer o que se
presta sem o povo enganar, num ligeiro relampejar, de mamãe quero ser eleito, o
prefeito deste torrão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário