QUEM REALMENTE SOU

Minha foto
BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

ENTREVISTANDO EM SÉRIE - PASSANDO À LIMPO COM O BLOGUEIRO MANOEL MODESTO


PASSANDO À LIMPO – ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO

SÉRIE BLOG DE ENTREVISTAS

       A partir de hoje, o BLOG DO MANOEL MODESTO, inserindo mais uma espécie de informação de interesse de nosso povo, vai passar a fazer uma série de entrevistas com vários segmentos populares de nossa região, especialmente com o nosso povo, sobre assuntos englobando cultura, artes, política, e quaisquer temas de interesse local e social, aonde se vai buscar PASSAR À LIMPO, muitos fatos e acontecimentos de nossa terra e da região.
       O Primeiro entrevistado de hoje, é o caro e dileto amigo, EUDES FRANÇA, o popular MUTUCA, que desde criança aprendeu a tocar vários instrumentos musicais, além de ler partituras de música, sendo um profissional qualificado para ser aproveitado pelos poderes públicos, para ensinar música à meninada de nossa terra, aos adolescentes e até mesmo adultos com interesse na arte musical. Mutuca, que já tocou em vários conjuntos, entre eles OARA e SOM BLÉSS SET, nos concedeu esta entrevista em sua residência, à Rua Félix Paes de Azevedo, na data de ontem, por volta das 17h00, o qual perguntado pelo entrevistador, este blogueiro, nos falou de nossa cultura, do abandono desta pela falta de apoio das pessoas do nosso lugar, de política e do futuro que nos reserva. Eis, pois, a nossa entrevista:

P - Manoel Modesto – Amigo Mutuca, com quantos anos você aprendeu a arte da música?
R – Mutuca Aprendi música aos 11 anos de idade, através de velhos mestres que eram ligados a esse tipo de ofício e, com o passar dos anos desenvolvi minha arte e hoje toco vários instrumentos musicais, leio partituras e estou preparado para ensinar a quem tiver interesse pela música.

P – Manoel Modesto Diga-me uma coisa, quais foram os maiores mestre no ensinamento da música em Buíque?
R – Mutuca Foi o velho Antônio Sampaio, Zé Quidite, Sr. Praxedes, que praticamente ensinaram grande parte de seus familiares a se tornarem músicos, muitos dos quais, vivem da música, que embora não se tenha o valor merecido em nossa terra, mesmo assim, se vai tocando o barco. Além de pessoas das famílias desses profissionais, muitas outras pessoas também aprenderam a arte da música com esses grandes e inesquecíveis mestres.

P – Manoel Modesto – Em Buíque já teve alguma escola de música bancada pelo poder público e quais dos gestores públicos, chegaram a prestigiar à arte da cultura musical?
R – Mutuca – Nas épocas dos ex-prefeitos João de Godoy Neiva e do Professor Blésman Modesto, sempre houve movimentos culturais no sentido de valorizar e manter uma escola de música para justamente, ensinar os jovens a aprender uma profissão e, como consequência, tirá-los da marginalidade e aprenderem a ter uma vida profissional como músicos e viver com dignidade. Isto só ocorreu mesmo, na época desses dois ex-prefeitos, por que os demais, por questões políticas, não deram a menor importância à manutenção de uma escola de música, de uma Banda Pública Municipal, isso porque, sempre levaram à coisa pelo lado político, pouco se importando pelo desenvolvimento do povo e dos valores culturais do nosso lugar, da nossa gente. Outro ex-prefeito que deu na sua época grande valor à cultura, foi Dr. José Cursino Galvão, isso me foi passado na época de João Godoy Neiva.

P – Manoel Modesto – Bem Mutuca, em termos culturais, seria possível a gente fazer um movimento para formar uma associatividade de cunho cultural, não só para à música, mas também para outros setores da arte de um modo geral?
R – Mutuca – Olha, dá para a gente fazer sim. Certa feita, já cheguei a procurar o pessoal do comércio, os fazendeiros, para ajudar nesse sentido e se fazer um movimento de ordem cultural, só que, não obtemos nenhum aceno nesse sentido. “...Interrompendo, Manoel Modesto”: Bem Mutuca, você sabe, que nesse sentido, quando de movimentos de ordem culturais, de festejos típicos, o nosso comércio, as pessoas de posses, sempre estiveram meio arredias e nunca demonstraram nenhum interesse para ajudar iniciativas desse porte, nem mesmo por parte do setor público, mas de certa forma, foi este setor que sempre manteve com parcos recursos os festejos de épocas.

P – Manoel Modesto – Você acha que a gente tem condições de fazer uma festa junina com um formato adequado às nossas condições financeiras, mesmo bancada pelo poder público, a exemplo das festas juninas e de final de ano, pelo menos de uma semana, cada uma delas, sem essa festa de calçadão?
R – Mutuca – Bem Dr., o Sr. está tocando num assunto, que me faz lembrar os tempos em que as festas eram no Mercado Público, nas escolas ou até mesmo no prédio da Prefeitura, mesmo assim, se faziam boas festas. Alguns locais nas festas juninas eram alugados, para a realização de forrós pé-de-serra, com velhos sanfoneiros a exemplo de Cotinha, pai de Raul, em Zé Sotero, Louro Sanfoneiro, entre outros que não me vem à memória agora. Palhoções eram feitos e a festa apesar de simples, se tornava uma grande festa. As festas de final de ano, da mesma maneira também poderiam ser realizadas dentro de um mesmo formato, e sem muito gasto e assim, não só agradava o nosso próprio povo, mas vinha até gente de fora, de Arcoverde...

P – Manoel Modesto – É possível se fazer esses tipos de festas de épocas com pouco gasto financeiro?
R – Mutuca – Claro que sim. Bastava se organizar um formato adequado às nossas condições e se fazer em termos culturais, tanto festas juninas e de final de ano, com conjuntos musicais tipos um Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, The Fivers, além de um Alcymar Monteiro, Jorge de Altinho, entre outros grandes forrozeiros da linha pé-de-serra e que, de certa forma, ainda agrada tanto à juventude, quanto aos mais velhos e saudosistas. Quando falo de saudosistas, me vem à memória, do baile de encontro de velhos amigos, chamado de Baile da Saudade, em que era praticamente um congraçamento entre velhos amigos não vistos há muito tempo e que agradava a todo mundo. Disso ninguém lembra mais, no entanto, bem que poderia se criar novamente um NOVO BAILE DA SAUDADE, né mesmo!

P – Manoel Modesto – Bem caro e dileto amigo Mutuca, para finalizar, o que você tem a dizer como mensagem para o nosso povo e para a nossa juventude?
R – Mutuca – O que tenho a dizer aos jovens, é que ninguém se desespere, procure ter forças, se esforçar mais na luta pelo objetivo de cada um, principalmente na busca de um objetivo cultural. Muitos dos músicos que saíram daqui ou estão ainda morando em nossa cidade, aprenderam música comigo, que sempre tive uma certa preocupação na melhoria de um futuro melhor para os mais jovens. Quero dizer também, que não estou falando de A, B ou C, mas sim, procurando dar um recado claro para que os mais jovens busquem valorizar mais a nossa cultura e cada qual que lute mais para termos uma cultura mais valorizada. Não estou aqui falando de ninguém, mas somente buscando dar um recado para os que querem um futuro melhor para nossa terra. Tenho muito sentimento no coração para ajudar as pessoas e muitos músicos saíram dos meus ensinamentos e de minhas mãos. O que digo também à essa juventude, que ao invés de droga, procure um professor de música, fazer alguma ocupação voltada para à arte e ter, enfim, um futuro de vida para andar com as próprias pernas. Digo também que a nossa cultura afundou, mas devemos lutar para que possamos nos levantar cultural, profissional e economicamente.

P – Manoel Modesto – O que você tem a dizer sobre ideias novas amadurecidas ou um novo sem ideias para nos governar?

R – Mutuca – Não quero aqui, falar de político nenhum, mas existem muitos jovens com boas ideias, mas uma pessoa amadurecida que saiba das coisas e as ideias no lugar no momento certo, é claro que está bem mais preparada para nos governar, esta é a verdade. Sinto-me um perseguido político, porque sempre procuram colocar empecilhos quando procuro dar a minha contribuição para o município e, por questões políticas, em face da fofocagem política de gente dos próprios governantes, que ficam levando e trazendo coisas e fatos, que muitas vezes, nada tem a ver comigo, isso tem me deixado triste e preocupado. A cultura de Buíque precisa de gente capaz, para que venha a valorizá-la. É disto que nosso povo precisa, ter uma visão política voltada de forma democrática, para valorizar a capacidade, sem levar em consideração questões de ordem política. Por isso mesmo, é que devemos lutar, fazer um movimento no sentido de dar o devido valor e fortalecer a nossa cultura buiquense, é isso que desejo e que mais quero. Obrigado amigo Manoel Modesto, pela entrevista e oportunidade de falar em seu Blog.

Nenhum comentário: