Falando ainda da vida, como sempre tenho levantado assuntos variados que comento, hoje vou também falar mais uma vez sobre esse inesgotável assunto. Não que seja um tema entediante, mas se somos seres viventes, há sempre interesse dentro de cada um de nós de se comentar sobre o viver, de onde viemos e o que somos, se é que sabemos realmente sequer de fatos elementares que nos dê essa capacidade de se chegar a tanto. Por mais que queiramos, mesmo em acaloradas discussões, jamais vamos chegar a um denominador comum, isso por que, ninguém na verdade, sabe de fato o que é e para que veio a esta porra de mundo. Não estou querendo me vingar do mundo, mas questionando em determinado momento a minha própria existência, o porquê e para que, mas alguma explicação para tudo isso, com certeza deve existir, senão para que a proliferação da humanidade através de gerações e gerações sempre ficando de sobra os nossos pósteros e indo de vez a massa humana sucateada, inservível, que a bem da verdade, é nisso que nos tornamos. Pessoas extremamente inservíveis e sempre a mais dentro do contexto da vida, daí a reciclagem obrigatória de que uns nascem e outros se vão. É o que se convencionou chamar de lei da vida ou de ciclo vital. Tanto dos seres humanos, os ditos racionais ou até mesmo não propriamente nessa categoria e, os animais irracionais, que talvez, algumas de tais espécies, sejam ainda melhores do que os próprios humanos. Humanos, em muitos casos, são maus, fazem e praticam barbaridades, erram muito em suas vidas desvirtuadas e, a bem da verdade, quem pode se arvorar como o mais correto em retidão e dizer que na vida nunca errou, hem? - Quem pode se arvorar do Criador do Universo e dizer uma tolice dessas, hem minha gente? - Nem mesmo alguns vivaldinos que conseguem arrematar milhares de fiéis a lhes seguirem como obedientes cordeirinhos, podem assim se comportarem, por que são ainda piores do que qualquer ser humano rastejando. Desses, sou mais o último, pois o último nada tem a perder e é sincero no seu modesto viver, enquanto que, o primeiro, vive numa redoma de vidro, banhado pelo ouro vil conseguido com facilidades e não merece sequer o chamado Reino dos Céus, por que se é que a Bíblia pode ser levada à sério, mais vale "um pobre entrar no Reino de Deus, do que um rico e esbanjador de riquezas". Deve ser mais ou menos por aí. Então a ninguém é dado o direito de se dizer cem por cento certinho, que nunca foi, não o é e jamais será o perfeitinho da mamãe.
Na vida somos o que somos. Diferentes ninguém pode ser. Ou se é uma coisa ou outra, mas não podemos jamais mudar os rumos daquilo que realmente nascemos para ser. Pode-se até chegarmos ao ponto de tentar modificar o nosso mode de agir e pensar, mas jamais seremos diferentes da essência do que existe dentro de cada um de nós. Não é o fato de que ninguém pode mudar, que nasceu desse ou daquele jeito, que no mundo jurídica e socialmente organizado, não possa agir de forma diferente, disso ninguém pode duvidar. Mas o que não se perde nesta vida, em nosso viver, é a essência daquilo que realmente somos. Modificações comportamentais em nossas vidas, isso pode perfeitamente ocorrer, isso porque, somos espécies em ligeiras ou até mesmo imperceptíveis transformações, tanto organicamente, quanto psiquicamente, mas que somos e estamos em imperceptíveis transformações disso ninguém pode ter a menor dúvida. Se em algum momento de nossas vidas somos passíveis de cometer erros crassos, a nossa sapiência existe para que realmente, cientes dos nossos erros cometidos possamos mudar e modificar a nossa maneira de ser e de agir, afinal de contas, a vida é uma constante na arte do aprender e assim que vivemos na condição que nos foi dada de seres humanos em construção. Agora se a construção não der certa, com toda certeza, ruirá a nossa alma e o nosso espírito de vida, que são justamente a sustentação do supra-sumo do nosso viver. Sem que exista essa consciência, nada poderemos ser.
Como animais sociais que somos, uma das grandes e penosas tarefas destinadas aos seres humanos, foi justamente ter os devidos cuidados para a manutenção de a nossa perpetuação no mundo, com a criação da célula mater da sociedade, que é a família. Criar família não é coisa fácil e não foi fácil também, para quem nos criou. Por melhor que tentemos ser na criação de nossos pósteros, nunca vamos ser os melhores ou podemos estar inseridos no modelo desejado por cada um daqueles que vão nos suceder. Sempre haveremos de ouvir queixas, sejam de uma forma ou de outra, afinal de contas, nos queixávamos também dos nossos anteriores, por isso mesmo, somos cobrados pelo que fizemos ou deixamos de fazer, mas na verdade, cada ser um humano que a outro vai suceder, é quem vai ter que firmar o seu próprio caráter, a sua própria personalidade personificada num ser vivente e inspirado nas qualidades de quem dele primeiramente ficou próximo, afinal de contas, ninguém nasceu não para ser um monstrengo social, por mais que tenha sofrido na vida dentro de seu próprio lar familiar, que na verdade é o lastro básico de formação de caráter de cada um de nós. Para quem nunca teve família, é muito fácil falar de assuntos dos quais não se tem domínio e experiência própria, mas a certeza inconteste que posso dar como exemplo, é a de que, "ninguém pode criticar um pai de família, se não sentiu na pele, o que é realmente criar uma família, dentro de padrões os mais bem intencionados possíveis, para depois ser criticado com reprovação de não ter sido o pai desejado". Tendo dito e repetido, ninguém na verdade, sem conhecimento de causa, ou mesmo até com conhecimento superficial de quem quer que seja, pode fazer um juízo de valor sobre ninguém, nem mesmo o homem na sua vã vulnerabilidade, mesmo togado, tem a certeza de que está julgando alguém com a consciência dos justos. Por isso mesmo, é que, na verdade, somos o que sempre fomos e de que, na verdade, estamos sempre em constantes transformações e adaptações sociais, agora que, os mais fortes, nunca perdem a sua essência de caráter de formação de vida. De resto o que sabemos mesmo, é que estamos nesta grande embarcação navegando como se estivéssemos numa grande embarcação, agora se à deriva ou no rumo certo da bússola, disso ninguém sabe..
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