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quinta-feira, 3 de julho de 2014

UMA DAS GRANDES LIDERANÇAS POLÍTICAS FOI O MITO MIGUEL ARRAES DE ALENCAR, AVÔ DE EDUARDO CAMPOS, QUE ALMEJA CHEGAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚPLICA


   Inquestionavelmente, Miguel Arraes de Alencar, quer por simpatizantes ou não, ainda é considerado uma das grandes lideranças políticas de Pernambuco, apesar de ter nascido no Crato, no Estado do Ceará. Aos dezessete anos de idade, foi aprovado no vestibular e aprovado em Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ), ao mesmo tempo em que foi aprovado em concurso público de Escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sendo lotado no Recife. Tendo assumido o cargo, conseguir a transferência para a Faculdade de Direito do Recife, tendo se formado em 1937 e, no seguine foi promovido a assistente do diretor de Fiscalização, tendo ocupado o cargo até 1941, quando passou a ser chefe de Secretaria. Em 1943 chegou a ser promovido para Delegado Regional, tendo deixado esse cargo em 1947, para assumir a Secretaria de Fazendo do Estado de Pernambuco, por indicação de Barbosa Lima Sobrinho, que foi interventor de Pernambuco e de quem foi seu colega no IAA. Em 1959, foi novamente nomeado Secretario da Fazenda no governo de Cid Sampaio e, nessa ocasião, candidatou-se a prefeito do Recife, tendo sido eleito e ocupado o cargo de 1960 a 1962, quando, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD), veio a derrotar João Cleofas, que era o candidato representante das oligarquias canavieiras dominantes de Pernambuco, pela UDN. Foi considerado de esquerda, por ter forçado os usineiros e donos de engenhos da Zona da Mata do Estado, a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais e procurou fortalecer sobremaneira, os sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas, que eram lideradas por Franscisco Julião. Dentro de visão de práticas política voltada mais ao fortalecimento dos mais pobre e oprimidos, com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Propuseram que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, tendo ele, como homem de posição que sempre foi, tido prontamente recusado e, disse em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram", sendo, via de consequência, preso na tarde de 1º de abril. Sem maiores detalhes, foi de pronto deposto e encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo depois, recambiado para a Ilha Fernando de Noronha, que à época era presídio, tendo lá permanecido por onze meses. Posteriormente, foi encarcerado nas prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Crua, no Rio de Janeiro. Miguel Arraes, não foi libertado através do sequestro do Embaixador Charles Elbrick dos Estados Unidos, liderado por Fernando Gabeira, como erroneamente alguns entendem, mas sim, através de um Habeas Corpus - HC, impetrado no Supremo Tribunal Federal, o qual foi protocolado em 19 de abril, sob o nº 42.108. Após vários anos preso e o descaso da Justiça diante do golpe militar, o seu HC veio a ser finalmente apreciado e concedida por unanimidade a sua concessão, tendo sido libertado em 25 de maio de 1965. Por orientação de seus advogados, para que não viesse a ser preso novamente, foi orientado a pedir exílio. Primeiro pediu à França, que lhe negou, depois foi para o Chile até à o golpe militar de Augusto Pinochet, tendo nessa ocasião, pedido asilo político na Argélia, que o aceitou, lá tendo ficado por cerca de dezesseis anos.
     Com a mudança dos rumos políticos do Brasil, em face dos protestos populares cada vez mais crescentes, cederam eles e promoveram a abertura política no Governo do General João Fogueiredo (o presidente militar que gostava mais do cheiro de cavalos que do povo), vindo então à anista, fato que possibilitou em 1979, a volta de Miguel Arraes para o Brasil. Quando de sua vinda, primeiramente aportou no Rio de Janeiro, depois foi para Fortaleza para ver a sua família e, depois, veio para o Recife, onde fez no Bairro de Santo Amaro, um grande comício com cerca de mais de 50 mil pessoas, ocasião em que lá eu estava também. Naquela ocasião, Jarbas Vasconcelos que era ligado à esquerda, foi uma das maiores liderança na mobilização para o recebimento e da volta de Arraes, permanecendo seu aliado incondicional até 1990, quando se tornou o seu principal adversário político e se aliou às forças políticas do estado que sempre combateu. Em 1982, com a anistia, candidato a deputado federal pelo PMDB, foi eleito e, em 1986 vence as eleições para governador de Pernambuco, também pelo PMDB, derrotando o candidato do PFL, José Múcio Monteiro. Nesse segundo governo de Miguel Arraes, ele procurou adotar programas simples, porém voltados para o pequeno agricultor, como o Vaca na Corda, que financiava a compra de uma vara e, o Chapéu de Palha, que emprega canavieiros, no período da entressafra, na construção de pequenas obras públicas. Na verdade, um de seus principais programas, foi o de levar luz para todos com a eletrificação rural, para quem nunca tinha visto um bico de luz, o que inspirou o governo de Lula, para implantação do Programa Nacional de Luz Para Todos. Em 1990, filia-se ao PSB, tornando-se o principal cacique do partido, vindo em 1994, aos 78 anos, a ser eleito novamente governador de Pernambuco, tendo sido um dos principais opositores ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, candidata-se à reeleição, sendo derrotado pelo ex-aliado Jarbas Vasconcelos, com 64% dos votos válidos. Não se dando por vencido, com 86 anos, em 2002, vence a sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do país, tendo naquela ocasião, apoiado candidatura própria à presidência da república, Anthony Garotinho, que ficou em terceira colocação, porém no segundo turno, apoia Luiz Inácio Lula da Silva, seu aliado noutras eleições presidenciais. No último mandato, fez parte junto como PSB, da base aliada do governo do Presidente Lula, tendo indicado como ministro da Ciência e Tecnologia na primeira gestão, o seu neto, Eduardo Campos, que se tornou o seu herdeiro político, além do caciquismo do qual é portador. Já com a idade avançada, foi acometido por doenças próprias da fase de vida, vindo a falecer no dia 13 de agosto de 2005, após 59 dias de internação. Seu corpo foi velado no Palácio do Campo das Princesas e, seu cortejo fúnebre foi seguido por milhares de pessoas, principalmente as mais pobres, que cantavam os jingles de  suas memoráveis campanhas políticas, tendo sido enterrado no Cemitério de Santo Amaro, no Recife.
     Miguel Arraes de Alencar, teve uma bela história de vida, só que, uma das coisas que mais almejava na vida, ele não conseguiu, que era ser presidente da república, assim como outro cacique já falecido do Sul do país, Leonel Brizola, porém foi um homem que entrou para à vida pública com seriedade e dignidade e dela saiu, pela mesma porta que entrou. Seu neto e herdeiro político, assim como seu avô, se transformou praticamente no mesmo cacique político que era o seu avô, tendo da mesma forma dominado o PSB, aonde manda e desmanda e, certamente, procurando tapar uma lacuna que seu ancestral não conseguiu, quer se tornar o próximo presidente do Brasil, só que, as coisas, pelo menos no momento, não estão muito fáceis não. Com três candidaturas postas, a reeleição da Presidente Dilma Roussef, a candidatura de Aécio Neves, neto de Tancredo Neves, que certamente quer tapar a lacuna deixada também pelo seu avô, que sequer chegou a assumir à presidência, por haver falecido antes da posse, apesar de haver sido eleito pelo Colégio Eleitoral pós período de vigência do militarismo, que tinha como candidato Paulo Salim Maluf, mas de goleada, para colocar um fim na execrável ditadura militar, os parlamentares terminaram com uma grande vantagem de votos, por eleger o mineiro Tancredo Neves. As coisas até o presente momento, não andam muito boas para à sua campanha, apesar de ter ao seu lado uma aliada de peso, Marina Silva com a sua Rede Sustentabilidade, mas não com apoio em peso, isso porque, ela não vai conseguir transferir os votos que obteve quando foi candidata à presidência de república na última eleição. Eduardo tem ainda contra si, os problemas mal resolvidos de seu próprio estado, a questão do precatórios quando foi Secretario da Fazenda no Governo de seu avô e o problema do fisiologismo de ter colocado à sua própria mãe no TCU - Tribunal de Contas da União, como Ministra-Conselheira, quando não tinha os devidos requisitos para a ocupação de cargo dessa magnitude, se bem que, não passa mesmo de cargo político. Pode ser que Eduardo, se jogar bem na política e seu discurso depois da Copa do Mundo foi realmente absorvido pela população brasileira, poderá ser a terceira via com condições de ganhar, mas que a parada é difícil, disso não se pode ter a menor dúvida.      

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