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domingo, 17 de agosto de 2014

A VIA-CRÚCIS DA CHEGADA EM UM CAIXÃO, NÃO DE UM CORPO, MAS DE CARNES DILACERADAS DO QUE FOI O HOMEM, O ESTADISTA, EDUARDO CAMPOS, O POLÍTICO QUE PREGAVA “QUE NÃO DEVEMOS DESISTIR DO BRASIL”, CHEGA FINALMENTRE À CAPITAL PERNAMBUCANA

VIA CRÚCIS DA MORTE, DO SOFRIMENTO E DA DOR DE PERDA


     Hoje, por ser mais um dia de via-crúcis do que foi a de Eduardo Campos, pelo menos pela comoção do fim trágico que teve e pela dor incomensurável de sua família, não dá para falar de poesia ainda, mas sim, buscar descrever com palavras, o sentimento que poderia está incontido, indomado e prisioneiro do interior de cada um de nós, acaso fôssemos não simplesmente atores principais dessa chocante tragédia, mas meros coadjuvantes de uma travessia inimaginável que terminou com a perda de sete pais de famílias e terminou numa comoção não somente das famílias diretamente envolvidas, mas sim, no coração de cada brasileiro que sentiu como se sua fosse, a dor alheia. É assim que vejo hoje, com a chegada não de um corpo dentro de um jazigo frio e envolto por escuridão, mas por pedaços dilacerados do que seria a máscara mortífera de Eduardo Campos, candidato à Presidência da República do Brasil. As cenas da tragédia, encoberta por mistérios, são demasiada chocantes e, a busca desde o dia do trágico acidente, 13 do mês em curso, tem demonstrado dor, sofrimento, ansiedade, para se saber se esse ou aquele é mais um pedaço do corpo de algumas das vítimas, para, após passar por exames de DNA, se determinar, se um pedaço de carne espalhado entre tantos por uma grandiosa área, uma parte de osso, é de um ou de outro dos vitimados naquele trágico e fatídico acidente aéreo, que de todos veio a lhes ceifar às vidas, como se estas nada valessem. E aí, na vala comum, ninguém se pode dizer melhor que um ao outro, pois a triste tragédia nos nivelou num mesmo patamar da horizontalidade da vida.
      Qual não foi a emoção e comoção da família de Eduardo Campos, esposa e filhos, ao receberam por volta das 23h05 deste sábado último, não o esposo e pai família exemplar que era, sorridente, alegre, afetuoso, mas diferentemente, dentro de um caixão fúnebre, sem sequer poder lhes tocar e afagar o seu rosto, poder lhes dar um beijo de despedida, pois não estava ali um corpo sem vida, mas sim, fragmentos de pedaços daquilo que foi um corpo humano, de uma vida de vitórias, de sucessos e com sonhos de voos ainda mais altos. Acredito que tudo isso, foi de extrema tristeza, de sofrimento incontido e de dor para os familiares, e de pessoas mais chegadas ao ex-governador e candidato a Presidente da República pelo PSB. O povo também estava ali, dominado pela comoção e tristeza, esperando da mesma forma, os restos mortais em fragmentos, de seu ex-governador por duas vezes, para sentir de perto o sentimento de dor e de tristeza que irradiou não só seus conterrâneos pernambucanos, mas todo o Brasil e ganhou mundo afora, através dos meios midiáticos de comunicação e nas redes sociais. O homem se mede pelo que representa para o seu povo, não pelo que é de verdade, mas pelo visto, Eduardo Campos tinha essas duas qualidades que sempre procurou exteriorizar para a nossa gente e, como político, soube ser um dos maiores articulistas que já vi em Pernambuco, a ponto de atrair para si, toda horda da fauna política, de todos os matizes, que dantes eram por ele criticados feroz e com virulência e que, por gravidade, se tornaram seus aliados, a ponto de o ex-governador Jarbas Vasconcelos a quem derrotou por uma vantagem de mais de 2 milhões de votos, vir a ser um de seus principais aliados e candidato a deputado federal com o seu apoio, o que implica em dizer, que ele não guardava mágoa de ninguém e o que queria mesmo, era sempre somar no meio político, para poder chegar aos fins colimados, tanto é, que colocou a maioria absoluta dos municípios de Pernambuco, em seu bolso.
     Foi nesse embalo e nessa forma de fazer política, mais praxista que idealista, que chegou a fazer 5 governadores pelo PSB em outros estados brasileiros, o que o credenciou para vir a disputar à Presidência da República, fato tão sonhado pelo seu avô Miguel Arraes de Alencar e, infelizmente, assim como Leonel Brizola, não concluído, pois tanto Arraes, quanto Brizola, acalentava o mesmo sonho de um dia vir um deles a ser o nosso presidente, só que, ambos faleceram e não chegaram a realização de seus maiores sonhos na condição de grandes políticos brasileiros. Ainda aos 19 anos, Eduardo Campos, foi colocado à prova no meio da política, pelo seu avô, na qualidade de Secretário de Estado e, a partir daí, foi deputado federal por mais de uma vez, chegando a ser governador de nosso Estado por duas vezes e, nas últimas eleições, como o seu partido, PSB, cresceu eleitoralmente a nível nacional, teve uma guinada ambiciosa de desistir sem concluir o governo de seu estado, e veio a se candidatar para a disputa do cargo político mais cobiçado dos políticos brasileiros, o de Presidente da República, fato que infelizmente não poderá mais realizar, a não ser, com as suas ideias e fraseados, que irão permanecer por um longo tempo no inconsciente coletivo de nosso povo e de muita gente, o que poderá ser um mote de continuidade de campanha para quem vier a o substituir, que acredito ser a sua candidata à vice, Marina Silva, que mesmo tendo ideias diferentes, mas quando se trata de política e diante de um fato novo, embora fruto de uma tragicidade, nada mais justo e correto, que a candidatura natural passe para ela, que com certeza, poderá cumprir o seu legado político, não propriamente como ele queria, pois cada governo quer e tem que deixar a sua marca própria, para se firmar como um autêntico governante e não um mero coadjuvante de quem quer que seja, pois governo sem pulso e mambembe, não se pode dizer que é um governante de verdade. Por isso mesmo, é que nessa via-crúcis de mais um dia, com a chegada dos fragmentos mortais de Eduardo Campos e alguns de que com ele foram vítimas do trágico acidente aéreo, Pernambuco fica condoído, se encobrindo ainda com mais tristezas e comoção, mas como sempre dizia EDUARDO CAMPOS, “NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL”, o que implica em dizer, que sejam quais forem as consequências e fatores circunstanciais vividos, o povo brasileiro jamais poderá desistir de seu país, mas sempre lutar pelas melhorias que o nosso povo tanto precisa e almeja. A Eduardo Campos, que tive o privilégio de chegar a conhece-lo pessoalmente, meus sinceros pesares à família enlutada e a todo o Brasil, que se deixou dominar pela comoção da dor e da tristeza. Que nosso Criador, esteja presente sempre no coração de cada um dos que sofrem a dor maior, que àquela de grandes perdas das entranhas da gente, nos acalentando, nos conformando e nos mostrando um outro caminho a ser seguido e sonhado.

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