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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

HOJE É DIA DA COLUNA DA SÉRIE DO BLOG DE ENTREVISTAS - PASSANDO A LIMPO - O BLOG ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO

PASSANDO A LIMPO – O BLOG ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO

SÉRIE BLOG DE ENTREVISTAS

O nosso entrevistado de hoje, é um jovem buiquense, que vem representando a música reggae, de origem jamaicana, em Buíque, o MATUTANO REGGAE, na pessoa de CÉSAR ANDRADE (CA), que vem despontando no meio artístico e musical dessa nossa região, com uma mistura de ritmos os mais variados possíveis, aonde se fundem o reggae jamaicano de Bob Marley, com a música nordestina, a sertaneja e maracatu, um movimento que condensando o reggae verdadeiro, com outros ritmos de nossa região, resultando no primeiro movimento “underground” de Buíque. A notícia que temos, é de que, esse jovem a frente desse novo movimento musical, está conseguindo se sobressair nos meios artísticos da cultura diferenciada de aparecimento de novos talentos, ao ter a iniciativa própria e encabeçar esse inovador movimento numa cidade do porte da nossa Buíque, então é importante sabermos e dizermos ao nosso povo, quem são e faz parte dos nossos valores culturais. Daí, nesta oportunidade, a entrevista por ele gentilmente concedida, para que a nossa gente saiba mais quem é o denominado MATUTANO REGGAE, e que já com um primeiro CD gravado, já está de olho num segundo, que está em fase de gestação e que será lançado no final deste ano. Então, camaradas, vamos à entrevista com o seu criador, César Andrade, que nos respondeu de forma tranquila as indagações feitas, com relação ao novo movimento de cultura popular de nossa cidade, ou talvez o único existente, apesar de tantos valores que temos, mas que, poucos estão sendo incentivados para ganharem voos próprios. Então veja o que disse o nosso entrevistado de hoje:

P – MM – Caro jovem regueiro “barriga-preta”, o que foi que deu motivação a você para criar em Buíque, esse tipo de gênero musical que nada tem a ver com a nossa cultura de nossa terra e de nossa gente?

R – CA – O que me moveu, foi a vontade incontida que nasceu de dentro de mim, para fazer uma coisa, um movimento diferente em termos de arte musical. Como já vinha de cidade grande, pois fui criado em capital, Salvador, no Estado da Bahia e, desde pequeno tive oportunidade de conhecer diferentes ritmos musicais, dos quais o que mais me agradam são o rock and roll e o reggae. Minha intenção é a de dar novas oportunidades aos jovens de Buíque, com a criação de um novo gênero musical, com uma mistura de ritmos autenticamente nordestinos.

P – MM Qual o seu principal objetivo com essa ideia de criação desse novo gênero, que você acha genuinamente buiquense, com esse título de “MATUTANO REGGAE”?

R – CA – O principal objetivo do MATUTANO REGGAE é divulgar a cidade de Buíque, que fala de nossa realidade, de nossas veias abertas, que vem do sentimento de mundo, de dentro do fundo da alma. Nossas letras falam de uma visão do nosso Sertão, e são todas elas de autoria de minha pessoa em parceria com os integrantes da Banda, Alex Soares e Biel Silva. Todos nós somos buiquenses “barrigas-pretas” da gema. A musicalidade também é de autoria dos membros integrantes do conjunto. Quer dizer, fazemos as letras e a adequamos à musicalidade.

P – MM – O conjunto liderado por você, já alcançou projeção noutras cidades? – Com isso já chegaram a ganhar algum prêmio de mérito, fora de Buíque?

R – CA – Sim. O MATUTANO REGGAE já andou pelas principais cidades do Estado de Pernambuco, como Serra Talhada, Arcoverde, Caruaru, Recife e, recentemente, ganhamos o prêmio de melhor trilha sonora do Cinema do Interior, com a música Manto Sagrado, título do primeiro CD, de autoria do grupo. Esse reconhecimento aconteceu num Festival de Cinema de Serra Talhada, acontecido recentemente, que teve muita repercussão em nosso Estado. O filme foi rodado no Parque Arqueológico Vale do Catimbau, em Buíque, cujo nome é PARAÍSO SELVAGEM, que foi apresentado em Triunfo e durante este mês está percorrendo a França, com o produtor Marcos Carvalho. Inclusive o filme teve o seu roteiro escrito por um dos integrantes da Banda, Alex Soares.

P – MM – Qual o maior sonho de você e de sua banda, com esse novo gênero musical com foco no reggae com essa apimentada mistura musical?

R – CB - Conquistar em primeiro lugar o nosso Estado, divulgando nosso trabalho, nossa cidade e o cotidiano de nossa gente, inclusive fiz uma música em homenagem ao “Meu Rei”, além de outra em homenagem a Buíque, “Terra do Sal”, de autoria de Alex Soares, além de outras músicas, que falam muito dos problemas enfrentados pelo sertanejo, “Suas Preces”, “Manto Sagrado”. É essa a linha do novo, que queremos inserir dentro da cultura do reggae, vamos dizer, uma espécie de cultura “barriga-preta”.

P – MM– Você e seu grupo já tem muitas letras de músicas escritas, com tão pouco tempo de existência?

R – CB – Sim, já temos uma série de músicas escritas. Daqui para o final do ano, estamos com um projeto de lançar o nosso segundo CD, com mais 12 músicas inéditas. Aproveitando a oportunidade e visibilidade que a Banda está tendo neste momento, lançar novas músicas e sentir até que ponto haverá a aceitação popular e de nossos jovens, que tanto clamam pelo surgimento de algum movimento que venha a fervilhar à nossa cultura popular.

P – MMVocê acredita que o nosso povo buiquense está sendo receptivo com esse gênero musical e a sua Banda MATUTANO REGGAE?

R – CA – Sim, pois com cinco meses de banda, a gente já estava com as músicas do primeiro CD, sendo executadas nas rádios, principalmente na BUÍQUE – FM e sete meses de formação, tocamos no último carnaval de Buíque e, até agora em todas as festas da cidade de Buíque estamos sendo convidados a participar, e estamos conseguindo conquistar o público por onde passamos. Nossa esperança é sempre crescer e ter o nosso trabalho reconhecido cada vez mais.

P – MM – Você tem conhecimento de algum outro tipo de movimento cultural em nossa cidade, pode citar algum deles?

R – CA – Do meu conhecimento, só conheço mesmo um único grupo de artesões do Catimbau, mas não tenho conhecimento de outro movimento, além da Tribo Indígena, que na verdade, é mais um tipo de cultura mesclada do que propriamente uma autêntica cultura de origem indígena, tipo do índio da Amazônia, dos grotões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

P – MM– Como você está vendo em nosso Buíque, a questão do apoio à cultura e a movimentos dessa natureza, além de outros movimentos culturais?

R – CA - Rapaz! – Acho que está faltando muita coisa, principalmente um maior entrosamento, uma parceria, entre à Secretaria de Cultura do Município, à FUNDARPE, que é um órgão do Estado e que traga para a nossa cidade, gratuitamente, aulas de dança, artes plásticas, música, coisa que acontece aqui perto da gente mesmo, como em Arcoverde. Então, acredito que há muito o que se fazer pelo, e para o nosso povo de Buíque. Na verdade, qualquer pessoa é artista, desde que haja incentivo e venha a ser incentivada. Se as crianças daqui não receberem incentivos algum, como poderemos ter futuro em termos culturais e de uma formação artístico-cultural de nossa gente?

P - MM– Como é que você vê a política de nossa terra, de nossa gente e de nosso Município?

R – CA – Acredito que em tudo que se faz, deveria haver uma maior transparência, maior cuidado com os nossos jovens, porque se assim não o for, eles migrarão para vícios em drogas as mais variadas possíveis, bebidas alcoólicas, e até mesmo, para à marginalidade, caminho em que na maioria dos casos, não se tem mais volta. Então os nossos políticos, deverão cuidar com mais atenção do nosso povo e da nossa gente, afinal de contas, são eleitos com essa finalidade a ganham do povo para servi-lo. Político que se preza, não se elege para ser servido, mas sim, para servir ao seu povo.

P – MM – Qual a mensagem que você deixaria para os jovens, o nosso povo e a nossa gente?

R – CA – Na condição de jovem que sonha com a vida, e com o poder de criatividade, mandaria um recado para os jovens, o nosso povo e nossa gente, que cada um seja o que é de verdade; que lute pelo que acredita na vida, se dedique mais aos seus objetivos de vida, que no futuro com certeza, das sementes boas que se plantou, bons frutos nascerão para que se tenha um mundo cada vez melhor. Muita paz e que Deus abençoe a todos. Meus agradecimentos à Rádio Buíque-FM, aos que nos ajudam com alguma coisa de certa forma; aos amigos blogueiros que tem nos divulgado; nosso amigo Mutuca, nosso fã número um, segundo ele mesmo afirma e ao amigo Dr. Manoel Modesto, pela oportunidade que nos deu em seu Blog, para que pudéssemos falar um pouco de nossa história. É isso aí Buíque da Gente!

MANOEL MODESTO COMENTA: -  
Não tinha conhecimento desse tipo de movimento que está aflorando por gravidade em Buíque, sem a ajuda de quem quer que seja. Por isso mesmo, como uma das pessoas, entre uma pequena parcela, que vivem preocupadas com o futuro de nosso povo, de nossa gente e com os seus destinos, é meu dever, não uma obrigação, mas sim, por vontade própria, na medida do possível, abrir espaços para essa juventude que acredita em nossa terra, em nossa gente e no poder de criatividade de muitos jovens de nossa terra, que não despertam para nada na vida, porque sequer tem um empurrãozinho dos poderes constituídos e por isso mesmo, muitos se debandam daqui para outros lugares estranhos, onde sequer vão saber ou ter um devido lugar na vida, ou de que venham a concretizar o sonho de cada um, e grande parte, via de consequência, termina por enveredar pelo caminho das drogas, da decepção e da marginalidade, isso porque, quase ninguém de nossa terra, está olhando para os nossos jovens como se deveria olhar. Por isso mesmo, é que, a minha iniciativa em meu Blog, é justamente, a de procurar mostrar, alertar, de que temos valores em nossa própria terra, faltando apenas, um pequeno empurrão para que a nossa gente, nossos jovens venham a ter um futuro de vida e não caiam na mesma vala comum, na qual muitos brasileiros estão caindo, isso porque, não tiveram uma oportunidade na vida. Então minha gente, por isso mesmo, é que conclamo a todos, para que abracem alguma ideia que venha a beneficiar e enriquecer a nossa terra de alguma forma, afinal de contas, se nos omitirmos, fecharmos os olhos e nos calarmos de vez, que futuro poderemos ter para os que vão nos substituir no futuro, hem minha gente? – Todos nos buiquenses “barrigas-pretas” de verdade, temos o compromisso de exigir o que nos é devido, pois afinal de contas, a sociedade, a coletividade, é da mesma forma responsável por tudo que acontece em nosso Município, então devemos com responsabilidade ter o devido senso crítico, filosofar e não meramente fazer de conta, mas sim, agirmos de verdade, para o bem de nossa gente, de nosso povo e, em especial, de nossa juventude. Semana que vem, tem mais um entrevista surpresa, que vem da nossa cultura “subterrânea”, certo caros leitores!


NOTA: Por cultura “underground”, do inglês, “subterrâneo”. É uma expressão usada para designar um ambiente cultural que foge dos padrões comercias, dos modismos e que está fora da mídia. Também conhecido como Cultura Underground ou Movimento underground, para designar toda produção cultural com estas características, ou Cena Underground, usado para nomear a produção de cultura underground em um determinado período ou local. A Cultura Underground pode estar relacionada à produção musical, as artes plásticas, a literatura, ou qualquer forma de expressão artística da cultura urbana contemporânea. A expressão “deixou o underground”, ou “saiu do underground”, refere-se a artistas ou movimentos que se tornaram populares e adquiriram notoriedade do grande público, entrando para o chamado Mainstream. Já esse último termo, inclui tudo que diz respeito à cultura popular, e é disseminado principalmente pelos meios de comunicação em massa. Muitas vezes é também usado como termo pejorativo de algo que “está na moda”. 

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