O PASTOR E O MENDIGO
Dois membros de uma congregação religiosa evangélica
dessas tradicionais, antigas dos Estados Unidos, mas confiáveis e com vários
fiéis, em seu principal Templo de pregações religiosas numa determinada cidade
de médio porte, resolveram, de comum acordo, ambos de cidades diferentes, mas
seguidores dos mesmos fundamentos filosóficos de princípios religiosos, se
disfarçarem, para num predeterminado dia de domingo, de maior frequência de
seguidores daquele segmento religioso evangélico, para àquela ocasião em que
iria ser anunciado um novo Pastor que viria a substitui o decano daquela
Igreja, que por se encontrar velhinho e doente, e sem mais condições de
continuar pregando para as suas ovelhas, o velho Pr. John Delos, iria finalmente
se aposentar, para poder descansar em paz o final de seus dias. A Igreja
Evangélica, ficava localizada no centro de Albuquerque, cidade de médio porte, localizada
no Condado de Bernalillo, Novo México, sendo a 32ª cidade mais populosa desse Estado
americano, e, os dois pastores pertencentes à mesma Congregação Evangélica, somente
um deles fora o indicado por seus superiores hierárquicos, para a substituição
do pastor decano que viria a se aposentar, em face de sua avançada idade e por
ter sido acometidos por várias doenças, próprias da avançada idade, o qual
viria.de outra cidade do Estado de Arkansas, Hot Springs, no Condado de
Garland, com pouco mais de 50 mil habitantes, feito Buíque, em Pernambuco. Foi
aí que então, os dois pastores, o titular, Pr. Reynolds Alejandro, com pouco
mais de 50 anos de idade e, seu assistente, Pr. Ronald Springs, resolveram de
comum acordo, como não eram conhecidos para àquela Igreja e à nova cidade para
onde iriam residir e dar continuidade aos seus trabalhos evangélicos, Pr.
Reynolds, na qualidade de titular e, Pr. Ronald, de seu assistente-auxiliar.
Bem, a questão é a de que, o pastor que iria realmente assumir a nova igreja,
em comum com o outro amigo pastor assistente, resolveram, para analisar o
comportamento dos fiéis, já que eram pregadores convictos daquilo que levavam
como mensagens salvadoras às suas ovelhas, buscaram fazer um teste e assim o
fizeram, sobre o comportamento das ovelhas, em determinadas circunstâncias da
vida humana.
O pastor Alejandro, se disfarçou de mendigo, com roupas
sujas, aos trapos, com rasgões na camisa, nas calças, esmolambado mesmo, com um
saco enodoado carregado às suas costas, todo sujo, arrumou um incenso fedorento
e o banhou por todo seu corpo, puxando uma cachorrinha vira-latas e, logo no dia
de domingo predeterminado, por volta das 8 horas da manhã, se postou sentado do
lado esquerdo da proximidade da porta principal da entrada do suntuoso e grande
centro de pregação, que deveria caber em torno de umas duas mil pessoas. O Pr. Alejandro,
tinha mais de 50 anos de idade e uma cara não muito bela, pele amorenada, face
demonstrando sofrimento pelas circunstâncias vividas, meio baixo, até por que,
se tratava de um mísero mendigo. Por seu turno, o seu assistente, pastor Springs,
homem branco, cabelo bem penteado, altura de cerca de 1,80 metros, com
aparência de trinta e poucos anos de idade, se disfarçou de um homem bem
vestido, com um belo terno da marca Giorgio Armani, com cara fechada, mas
elegante, homem belo e dentro das formalidades, sai por volta das oito e trinta
da mesma manhã daquele domingo, de uma luxuosa limusine, com motorista que abre
à porta traseira do lado direito de passageiros, e se posta equidistante do
mendigo, do lado oposto da entrada da igreja, à direita, esperando os fiéis bem
vestidos, homens e mulheres, crianças, jovens, enfim, todos os que vinham
chegando aos poucos para àquele dia especial em que iria ser anunciado o novo
pastor, para ser finalmente apresentado, vir a proferir o seu primeiro sermão
aos fiéis, e ambos, o mendigo e o almofadinha, ficaram nas cercanias do belo e
suntuoso templo religioso e, vez por outra, um saia para um canto como querendo
conhecer mais o ambiente, e as pessoas iam cada vez mais chegando e se
agrupando, se acomodando dentro da Igreja e aí, todos estavam ansiosos à e
esperando para conhecer o novo pastor e o ouvir pela primeira vez. Uma das
coisas que ambos observaram, é que, os que iam entrando na Igreja,
cumprimentavam o homem que se encontrava bem vestido, lhes davam tapinhas nas
costas, enquanto que, o outro que estava situado em lado oposto, com
vestimentas aos trapos, o mendigo, a este quase ninguém o cumprimentava ou lhes
dava uma esmola, quando este a pedia, apenas uma ínfima minoria, era que
acenava para ele, mas sem pegar em sua mão e colocava em uma baciazinha que
estava próxima a ele e sua cachorrinha vira-latas, alguns centavos de dólar e,
alguns até, colocavam o dedo no nariz pelo fedor que exalava ao redor do
mendigo. Então o tempo foi passando e, na hora de início do sermão, lá por
volta das 10 horas daquela manhã, os que se encontravam ainda fora da igreja,
entraram, inclusive o homem bem vestido, vistoso e cheiroso, enquanto andava,
todos o fitavam, tanto os que estavam à esquerda, quando os da direita,
imaginando certamente, ser ele, o novo pastor e todos faziam reverências e o
fitavam com olhares radiantes. Ao adentrar na igreja, o homem bem vestido, se
sentou logo na primeira fila que ainda tinha algumas vagas reservadas,
justamente para o novo pastor e alguém que por acaso ele trouxesse como
companhia, e acomodou-se na primeira fila. Como todos já se encontravam dentro
da igreja, o mendigo, deu um jeito de amarrar a sua cachorrinha num pequeno
arvoredo e também, resolveu entrar na igreja, mas enquanto ele fazia o mesmo
trajeto do homem bem vestido e cheiroso, os fiéis o olhavam com menosprezo, com
olhares de reprovação, torcendo-lhes os narizes, e até colocando os dedos
indicadores e polegares apertando-os para não sentirem o exalar putrefato do
mendigo, que deixou a igreja completamente dominada pelo mau cheiro do incenso
do pobre esmolambado. Da mesma forma que o homem bem vestido, o mendigo buscou
se sentar também na primeira fila das cadeiras, só que, imediatamente, pelos
assistentes da congregação, foi convidado a se sentar nas cadeiras de trás, o
que sem questionar, ele pronta e humildemente o fez sem pestanejar e obediente
se acomodou numa cadeira vazia isolada de todos.
Bem todos acomodados dentro da igreja, chega ao púlpito
de pregações o decano Pr. Delos, que iria se aposentar, ajudado por seus
assistentes, foi levado ao púlpito e fez uma breve prelação aos fiéis e, logo
depois anunciou o novo pastor e, todos ansiosos e entusiasmados, procuravam
voltar os seus olhares, ficaram de pés e bateram palmas, voltados para o homem
bem vestido, belo, charmoso e cheiroso, que houvera se acomodado na primeira
fila. Só que, para surpresa dos presentes, aquele homem não saiu do lugar em
que estava sentado à primeira fila, e para estupefação geral e indignação, quem
se levantou de sua cadeira, isolada de todos, foi justamente o pastor mendigo
que estava sentado e abandonado lá nos fundos da igreja. Levantou-se o mendigo,
e começou lentamente a andar e, sem nada entenderem os presentes, pararam de
bater palmas e, boquiabertos, com olhos arregalados de surpresa, se voltaram
para o mendigo, que ao chegar ao púlpito, o pastor decano, John Delos, lhe
entregou o microfone e este, com as mesmas vestes, deu uma lição de vida para
àqueles fiéis, que nas suas crendices que juravam ter ao seu Salvador, se
portaram completamente em desacordo com as pregações da Bíblia Sagrada e fez
várias citações bíblicas, apresentou uma bela e inesquecível pregação, chamou a
atenção de que nesta vida efêmera, aqueles que se dizem filhos de Deus, devem
olhar o seu próximo, não por sua aparência, sua forma de se vestir ou de se
comportar ou pela ostentação de riqueza ou grandeza que aparenta ter, mas sim,
se voltarem para àqueles que tem a bondade dentro do coração de cada um e da
humildade que a todos os fiéis deveriam ter. Esta foi uma grande lição de vida
que naquela ocasião, os fiéis daquela congregação evangélica receberam para
nunca mais em suas vidas, esquecerem e muitos deles, começaram a chorar e
lágrimas a jorrar pelos pecados que quase todos cometeram. Então a lição que
fica, é a de que, ninguém deve se deixar levar pelas aparências, mas sim, pelo
coração de cada um, dentro daquilo que cada um de nós somos na realidade.
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