A REVIRAVOLTA
DA POLÍTICA NA FORÇA DO MITO CRIADO PELA MORTE TRÁGICA DE EDUARDO CAMPOS
Em comentários opinativos que fiz antes da
morte de Eduardo Campos, no fatídico dia 13 de agosto do ano em curso, na
baixada santista, em que num acidente aéreo, a 53 dias das eleições
do primeiro turno e, 74 do segundo, o então candidato estava se movimentando a
todo vapor, dando tudo de si para andar por todo o Brasil e fazer a sua
pregação política, que só veio a ser interrompida nesse trágico e fatídico, 13
de agosto. Até então, a sua candidatura, não saia da tímida marca de um dígito
nas pesquisas eleitorais, mesmo assim figurava em terceira posição, mas com
chances reais de subir nas pesquisas eleitorais de intenção de voto, ou até mesmo,
na minha visão política, vir a ter chances reais de alcançar ainda mais índices mais altos nas pesquisas e, quem sabe, atingir marcas maiores ou até mesmo, de
conformidade com a absorção de sua pregação Brasil afora, com supostos novos
ideais políticos, poderia na verdade chegar a disputar de ombro à ombro, o cargo
mais cobiçado da Nação Brasileira, em pé de igualdade com os seus pares mais
cotados, Dilma Rousseff e Aécio Neves, ou então no mínimo, se transformar num
divisor de águas nessa peleja maior da nossa política, em um provável segundo
turno, em 26 de outubro destas eleições. Entretanto, com a sua trágica morte,
desapareceu a sua presença física, mas surgiu o mito, o homem que desejava um
Brasil melhor sonhado por ele, como um País do qual “não se poderia desistir
dele nunca”; um homem família, fincada e projetada na mentalidade do
inconsciente coletivo do povo brasileiro, como um exemplo a ser seguido e
copiado, pelo demostrado e desmedido apego aos filhos e à esposa, o tipo de
homem-família, coisa rara em nosso país nos dias atuais e isso, talvez fosse um
diferencial entre ele e os demais, e de muitos brasileiros que vivem em
famílias desagregadas e que não mais acreditavam em política ou nos valores da célula familiar. Pois bem, se foi à
matéria humana, mas ficou a força da onipresença, da onisciência, do mito
formado em torno de sua figura em vida, do político que ainda se podia confiar
como a última alternativa para o Brasil, apesar de figurar em minguados
terceiro lugar, mas a sua morte, lhe deu projeção ainda maior, principalmente
na antevéspera, faltando apenas menos de dois meses do primeiro turno da
eleição presidencial e isso, o transformou em um mito com um poder tal, que o
seu reflexo da onipresença, está mudando radicalmente a geografia da política
brasileira, como de fato vem acontecendo, o tipo de ser, que mesmo não estando
fisicamente, mas a sua presença será sempre sentida e sua sabedoria, um mote a
ser seguido para dar novos rumos à política brasileira.
O primeiro reflexo dessa
mudança radical, embora dantesca, já se fez sentir na pesquisa eleitoral
divulgada ontem pelo IBOPE, em que Marina Silva, que era Vice de Eduardo
Campos, na chapa da coligação encabeçada pelo PSB, em que aparece com 27%, Dilma
com 31%, tecnicamente, em estatística, pode se considerar empate técnico e
Aécio Neves, permanece no mesmo patamar de 20% de intenções de votos. Num
simulado segundo turno, Marina teria 51% e Dilma, 38%, o que viria a tornar
Marina Silva, a segunda mulher Presidente do Brasil, com uma diferença de 13%
percentuais de vantagem de votos válidos, o que viria a equivaler em termos de
números, a mais de 10 milhões de votos dos brasileiros. Como vice de Eduardo,
Marina Silva, não fora o fato catalizador de votos com aquele na cabeça de
chapa, apesar de ter obtido nas últimas eleições presidenciais, cerca de 20
milhões de votos, entretanto, em face do trágico acidente que a todos comoveu e
deixou o povo sensibilizado e com uma visão positiva da imagem fincada do “homem
renovador, revolucionário e família que deixou como legado político” e, a
reviravolta com Marina Silva na cabeça, não poderia dar em outra. O que se tem
visto é o fato de que, muitos que votavam em Dilma, estão migrando pro gravidade para Marina Silva e, o que antes de muitos a
considerarem fragilizada para e de ter pulso para ser a nossa governante, acredito que
o poder administrativo de uma máquina como o Brasil, não é nada fácil, mas com
uma boa assessoria, uma equipe como ela mesma diz e prega, que valorize à
meritocracia, poder-se-á com toda certeza, governar este país sim, por que não?
– Quanto às questões paroquias partidários de alguns prováveis insatisfeitos ou
o confronto de ideias, isso poderá vir a ser um mar de mansidão, de
conformidade com as acomodações da máquina, agora com um diferencial, que esta
venha a funcionar de forma diferente, sem o toma lá dá cá, mas com forte apoio popular, pois não é para isso
acredito, que o povo vai votar e fazer de Marina Silva, a nossa futura
Presidente da República. Os rumos terão que ser dentro da pregação eduardista,
o mito que vai ficar como o imaginário de ideias transformadoras dentro da
realidade política brasileira atual. O difícil mesmo, é se derrubar as ideias de quem se transformou num mito.
Os reflexos dessa
tragicidade do homem e político Eduardo Campos, se fez sentir também, nas
mesmas pesquisas de ontem, na candidatura de Paulo Câmara, ao Governo de seu
Estado, Pernambuco, que por ser um poste sem luz do Eduardo Campos em vida, com
a sua morte, a sua onipresença, de acordo com tais pesquisas, lhe acendeu os
reflexos de luz, colocando em risco a antes imbatível, candidatura de Armando
Monteiro, com chances reais agora, no momento atual, de vitória. Armando
Monteiro, que aparecia com uma vantajosa margem de 43% nas pesquisas de intenção de votos, mas sempre permaneceu
estacionado em tais pontos percentuais desde o início de sua campanha, ontem já
pode se sentir os estragos com a sua queda para 38% e a subida de Paulo Câmara,
que de minguados estacionários 11%, subiu 18%, e hoje conta com 29% de intenção
de votos dos pernambucanos e pelo visto, vai ultrapassar, numa próxima pesquisa
de opinião, o antes imbatível, Armando Monteiro. Enquanto isso, existe muito
político, que está usando e abusando da imagem de “Santo Eduardo Campos”, que
na verdade, pela imagem deixada em face de sua trágica morte, vai ser o fator
principal na política atual, de uma mudança geográfica radical nos rumos da
política nacional, não só aqui em Pernambuco, mas também, com reflexos por todo
o nosso País, principalmente, com a eleição da segunda mulher presidente do
Brasil, Marina Silva. Não existe na vida, a coisa mais difícil, do que se
derrotar um morto, principalmente quando de uma tragicidade em que perdeu à
vida, chega a se transformar em um mito e, dificilmente, camaradas, se derrota
um mito, assim como ninguém derrotou Jesus Cristo até hoje e vejam, que já
distam mais de 2 mil anos de sua morte, não significando em dizer, que Eduardo
é Jesus Cristo ou de que, passada à política, seu nome ficará sempre lembrado,
a não ser, como mais um que ficou na nossa história, a exemplo de Marcos
Freire, Ulisses Guimarães e tantos outros que se foram, mas só são lembrados
mesmo pela história que se perpetua no espaço e no tempo.
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