ESPAÇO POEMANDO
Manoel Modesto
SEM RUMO NA ESTRADA DA VIDA
A
gente que vive esta nossa estrada
Na
tristeza e no sofrimento fugaz
Não
vê que lá em tempos atrás
Se
tinha um amor e uma flor enternecida,
Que
no desabrochar extasiante da vida
Se
imaginou por algum instante
Que
tudo seria bem completo
Mas
ao se cair na real
Se
percebe que tudo só foi um momento banal.
E
neste inferno baixo astral
Na
vivência deste mundo a girar
Só
dá mesmo para se pensar
Em
tudo que já se foi,
Que
não volta jamais a clamar
Fazendo
versos singelos e amar.
Mas
é chegado um momento e um sentido
De
que já não se pode mais volver
E
de novo as emoções reaparecer
Como
belo mundo a embevecer
Um
gesto fruto de amor vir a renascer.
Como
tudo que em nossa estada
No
caminhar tropeçamos em muita parada
E
a vida tão desejada e sonhada
Via
ficando somente nos pensamentos da dor
E
terminamos no agonizar e no viver
Da
tristeza imensa e dolente
Sem
um berço terno e puro de amor.
Na
curta ou longa caminhada
Se
continua à cavalgada
Só
não se sabe se tão sonhada
Vamos
concretizar a vida filosofada.
Como
não estamos num conto de fada
Tampouco
existirá virada
Que
nos deixe somente uma faixada
De
que esta vida que se passou
Foi
um circo de palhaçada
Nessa
nossa curta passada.
Se
acaso valeu à pena
Viver
na vida tanto dilema
Com
tanto dor, alegrias poucas sem amor
Só
sei que da vida o que fica é o rancor
Daquilo
que fizemos e nada restou
A
não ser as cruzes e o sangue de tanta dor.
Mas
o pior que se tem para resumir
É
que tudo sempre foi assim
Sonhar
que tudo se pode
Jogar
o mundo para cima
E
imaginar um firmamento em que se explode
Luzes
de alma e que da vida
E
que em suma vem um dia
A
sempre ter o seu belo ou tristonho fim,
Se
é que o lapso temporal vivido
Pode vir a ser assim.
OBS: Ao amigo Rilke Vieira.
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