DEBATE INSOSSO DA
TV RECORD DEIXA AINDA MAIS INTERROGAÇÕES NO AR
Vi os primeiros blocos do
debate de ontem na TV Record, deixando de ver somente o último, por ter ciência
própria que a cantilena seria a mesma coisa e que nada mais restaria para me
trazer algo de novo sobre o que pensa cada uma das candidaturas postas. Uma das
coisas que de certa forma atrapalhou os candidatos, na questão de maiores
esclarecimentos em suas respostas tanto nas réplicas quanto nas tréplicas,
principalmente das três principais candidaturas com chances reais de vencer,
foi o formato do programa, com 0,30 s para pergunta, 1.5 min. para responder e
mais 0,30 s para a réplica e outro tanto para a tréplica, o que não foi
suficientemente para que cada um dos candidatos externasse as linhas de cartas
de intenções, sendo bruscamente interrompidos antes de concluírem suas ideias.
Dilma sempre com as mesmas explicações com relação aos tantos escândalos de
práticas corruptivas em seu governo e sempre insistindo de que o país avançou e
de que em seu governo foi aonde mais se apurou denúncias de corrupção através
do aparato policial da PF, o que não é bem verdadeiro, pois esta sempre esteve
a investigar outros vários casos desde bem antes de o PT se colocar no poder de
mando há cerca de 12 anos. Marina Silva, sempre com a mesma postura um tanto
acanhada em face de tantos bombardeiros sofridos ultimamente pelo rolo
compressor do PT, mas mostrando que teria pulso sim para governar e de que, as
decisões caberiam à própria sociedade e de que, ninguém governa mais este país,
a não ser com as forças representativas da sociedade e não com o dilema de “esquerdismo”
ou “direitismo”, pois a sociedade é fruto de muitas contradições em sua forma
de agir e pensar, pelo menos foi isso que consegui entender. Aécio Neves, com
praticamente a mesma postura das duas demais candidaturas, não disse lá muita
coisa, a não ser, se reportar em vários momentos, ao Céu de Brigadeiro que o
governo de FHC deixou o Brasil, com a estabilização da moeda, para que Lula
pudesse dar continuidade ao que o antecessor lhe deixou e falou da viagem de
Dilma à ONU para se promover eleitoralmente. No resto, foi a mesma conversa do
feijão com arroz de sempre. Nada de novo.
Quanto às candidaturas do Pr. Everaldo e Levy Fidelix,
declararam suas posições de direitistas assumidos, defensores da família
tradicional brasileira, o que no meu entender, apesar de a cada dia que passa,
esse modelo familiar vem sendo cada vez mais desestrutura e destruído, em nome
de uma sociedade completamente distorcida de valores dantes tidos como
politicamente corretos, o que não vem ao caso na atual conjuntura social em que
se vive, mas que, em muitos casos, a gente tem que colocar a família
tradicional, ou a célula mater como
principal elo formador da própria sociedade, sem deixar de lado da mesma forma,
situações e circunstâncias que não se pode esconder como pano de fundo, que
estão inseridos dentro de um novo modelo social e do qual ninguém pode se
afastar e também, se dar uma solução política a um problema que vem explodindo
do ponto de vista sociológico, por todo o Planeta. Esse tipo de questão não é
só brasileiro, mas também, mundial e que necessita sim, de uma solução. Então
dentro desse contexto, se tem que respeitar posições, mas também por outro
lado, existem problemas que clamam por uma solução, não tanto ao vento,
tampouco ao mar, mas uma solução tem que aparecer para resolver essa questão
para que haja a chamada pacificação social. Nesse quesito, as candidaturas mais
claras, embora a de Luciana Genro do PSOL, com posições radicais e inaplicáveis
do ponto de vista de uma conjuntura econômica e social montada a nível mundial,
jamais terão chances de vir a ser implantadas como políticas de governo em
nosso país, da mesma forma, como bem se declarou que não era de nem de direita
ou de esquerda, mas sim, que abraçava as ideias ecológicas, o que o elimina de
uma posição política, o candidato Eduardo Jorge, em que pese suas posições em
favor da descriminalização do uso de drogas, especialmente a maconha, com o
que, de acordo com as suas explicações se pode até concordar, de outra forma,
na condição da sociedade brasileira, não é a questão principal ainda a ser
resolvida, mas que, no mais, foram as duas candidaturas com propostas nítidas e
firmes, apesar da discordância da maioria absoluta dos demais candidatos e
acredito que de grande maioria da sociedade brasileira, mas que também tem que
ser foco de discussão, bem como a questão de segurança pública e do sistema prisional,
que foi ligeiramente focada e do sistema presidiário, sequer se tocou.
No mais, segundo algumas avaliações, não tão imparciais assim,
Dilma e Marina, se igualaram em termos de atuação no debate de ontem e, Aécio
Neves, pelo visto, meio nervoso, mas foi o que melhor se saiu, principalmente
nos ataques mais incisos contra a Presidente Dilma Roussef, inclusive
levantando a questão da viagem promocional que ela fez à ONU e de ter se
disposta a intermediar negociações entre os xiitas radicais responsáveis por
degolas executadas ao vivo, de pessoas indefesas, pelo que no Oriente Médio se
achou por bem de se chamar de “Estado Islâmico”, para resolver essa questão,
que está afeta mais aos EUA, mas que de certa forma, preocupa todo mundo, mas
não é um problema do momento, que venha a ser um dos principais a ser resolvido
pelo Brasil, nem como intermediário. O problema de debates televisivos é a
questão do formato de cada um, em que os candidatos tem pouco espaço de tempo
para se explicarem melhor no tocante ao que pensam e imaginam colocar em
práticas, mas a situação pior é de quem se esconde em vidraças, a exemplo da
atual presidente Dilma e candidata à reeleição, que sempre tem sido a mais
torpedeada por todos os lados e nem sempre sabe como se explicar diante dos
fatos colocados em discussão, a ponto de desconversar e sair sempre pela
tangente. Na verdade, a gente só vai saber mesmo como vai ficar o Brasil, é
quando quem ganhar mesmo, vir a montar a sua equipe e colocar a casa em ordem,
domá-la e seguir em frente com uma nova administração, que seja lá quem for,
não vai ser em nada diferente do que está sendo, até porque, o país não suporta
mudanças bruscas, incisivas e radicais, porque se mexer demais no tabuleiro, é
arriscado a base ruir e tudo desmoronar, mas quem tiver a capacidade de pelo
menos moralizar alguma coisa em termos de diminuiu à corrupção, submeter o país
a uma reforma política séria, acabando com a obrigatoriedade do voto,
implantação do voto distrital e criar a candidatura independente, já terá sido
um bom começo, coisa que o atual governo e os anteriores de Lula se propuseram
e nada saiu da papel ou das intenções. Outra coisa em que ninguém debateu no
encontro de ontem, como sempre tem acontecido, foi a questão do sistema
prisional de nosso Brasil que está um verdadeiro caos e que ninguém até agora
tocou no assunto de como poderia vir a resolver essa questão. Falou-se um pouco
da questão de segurança pública, mas as conversas ou desconversas, ficaram na
mesmice de sempre e pelo visto, ninguém será capaz ou tem em mãos, uma solução
mágica para nenhum dos problemas enfrentados pelo Brasil contemporâneo e, dos
três possíveis com chances de chegar lá no ápice do poder político de mando,
não terá as mínimas condições de fazer mais por nosso país, é essa a conclusão que
sempre tive e que só vem a se confirmar com mais um debate dos presidenciáveis.
Como afirmei anteriormente, se por exemplo, Marina Silva, tiver o poder de
mudar a cara deste País para torna-lo menos corrupto, já é de se esperar alguma
melhora em termos de eficientização da administração da máquina pública federal,
quanto à Dilma e Aécio, a segunda seria a implantação de uma ditadura do PT e,
o terceiro, seria a continuidade do pensamento do neoliberalismo de FHC, que
nosso país não suportaria mais uma vez. Então a melhor fórmula será sim, a
alternância do poder, para que se tente inovar mais uma vez, não como fez o PT,
que apesar dos avanços, as torneiras dos cofres públicos foram escancarados e
nosso dinheiro roubado desavergonhada e escancaradamente por muitos que
estiveram no círculo do poder, mesmo com as desculpas esfarrapadas da Chefia
desse Governo, de que nada sabia, sobretudo por parte de quem tinha por dever e
obrigação de saber de tudo.
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