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BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

SANTO DA TERRA NÃO OBRA MILAGRES, E SE OBRAR, SE DESFAZ, E OS DE FORA EM MUITOS CASOS, AQUELES DO PAU-OCO SÃO RECONHECIDOS E VALORIZADOS, MAS ONTEM ESTIVE EM LAGO DOS GATOS PROFERINDO UMA PALESTRA-AULA, QUE VENHO ME PROPONDO A FAZER AONDE HOUVER INTERESSE EM OUVIR O QUE TENHO PARA FALAR

POR QUÊ SANTO DA TERRA NÃO OBRA MILAGRES?

   Uma das coisas que sempre vem martelando à minha memória, e isso não é coisa de hoje não senhor, é o fato de que, não só aqui em meu terreiro de nascença, mas isso são favas contadas noutros lugares também, é a questão de que os valores da terra são desprezados em detrimento de outros valores que vem de fora, ou em muitos casos, ninguém está nem aí para iniciativas importantes que só vem mesmo a engrandecer o lugar de cada um deu o primeiro suspiro e os primeiros passos. Estou falando mais em movimentos de ordem culturais, já que estou pendente mais para este lado, sem esquecer, desta feita, da mesma forma, dos demais, que da mesma forma, não existe um reconhecimento devido de quem faz, desenvolve, luta por uma causa em favor de seu torrão de nascença. Não quero dizer com isso, que estou deixando de lado o meu elo principal de vida na condição de operador do direito. A questão de cultura, não a faço simplesmente, por que queira aparecer, mas sim, por amor em primeiro lugar, à terra à qual cada um de nós está ligado umbilicalmente. Só a título de exemplo, no período em que trabalhei no Banco do Estado de Pernambuco, entre 1975 a 1991, por cerca de dez anos de minha vida, morei em Pesqueira e lá, fiz muitas ligações de amizades, principalmente por ser bancário, em vários encontros sociais com as pessoas daquela cidade e até mesmo na zona rural e fiz muitas ligações de cunho pessoal, político e cultural. Tinha um conhecimento de tal nível naquele lugar, que se quisesse poderia até ter me iniciado na política na Pesqueira Lendária e Eterna, mas não o fiz, porque sempre tive o meu olhar para minha terra natal, Buíque, que pouco, ou quase nenhum reconhecimento me dava ou sequer me deu até hoje. Morando aqui atualmente, é que se percebe a má vontade dos daqui mesmo para que venhamos a participar de um evento cultural, político ou social, que os próprios do lugar, ou por ciúmes, inveja, por se sentirem incomodados, ameaçados, ou até mesmo imaginarem em não dar asas em supostas “cobras”, não dão, certamente, por tais razões, o menor incentivo, o mínimo valor, mesmo quando queremos, não somente eu, como outros também que estão ligados a movimentos culturais, uma ajuda por mínima que seja, o que nos deixa tristes e decepcionados com a nossa própria terra, sejam quais forem os governantes. Alguns deles até já tentaram fazer algum movimento nesse sentido, outros sequer, dá um olhar, torcem até o nariz, como se cultura fedesse e fosse um lixo qualquer. Em Pesqueira também, em várias ocasiões, era convidado a dar palestras sobre Direito, em Clubes Sociais de prestação de serviços e sempre marquei presença e dei conta dos temas levantados.
   Não que queira eu, ser bajulado ou endeusado por quem quer que seja, porque como já disse por repetidas vezes, “quem muito bajula, é porque quer lhe corromper e, quem lhe critica, mesmo até pejorativamente, é porque quer lhe corrigir em algum rumo de sua vida”, isso porque, todo e qualquer ser humano é passível de erros, porque toda condição humana é vulnerável. Então como Santo Agostinho dizia, “prefiro aos que me criticam, porque me corrigem, aos que me bajulam, porque me corrompem”. O curto tempo que também morei em Arcoverde, cheguei ainda, embora meu irmão, Miltinho Modesto, hoem sério e honrado, tenha sido Presidente do Sport Club de Arcoverde por duas vezes, fui Diretor Jurídico daquela Associatividade Privada e que, misteriosamente, em nome da irresponsabilidade da velha elite falida de Arcoverde que mandava no Clube, através de seu Conselho Deliberativo, foi misteriosamente, parar nas mãos do Município de Arcoverde, no primeiro governo de Zeca Cavalcanti e uma associatividade privada, depois de mais de 30 anos de existência, se tornou uma entidade pública e então, o rubro-negro arcoverdense foi extinto de vez. Na verdade, esse tipo de associatividade no momento atual, é um tipo de instituição quer pública ou privada, em extinção, porque as formas de divertimento, adquiriram outro molde de entretenimento, que não dos saudosos bailes de clubes que tanto vivi em minha juventude, como tantos outros de minha época. Mas o ponto xis da questão que coloquei dentro do contexto desta discussão, é justamente a questão de que, em muitos caos somos mais valorizados fora, do que propriamente no nosso próprio torrão, em que estamos ligados umbilicalmente. Morei em vários lugares, a exemplo de São Paulo, Recife, Arcoverde e terminei por vir parar aqui mesmo em Buíque e não me arrependo, apesar do não ter o devido reconhecimento dos valores que acredito que tenho, mas deixa estar, enquanto isso, a gente vai percorrendo por outros lugares, que talvez após a morte, quem sabe, eu e outros colegas, venhamos a ser reconhecidos, o que não mais interessa a ninguém, pois reconhecimento post mortem, a quem mais importa, hem minha gente? – Ser nome de uma ruela qualquer ou de um logradourozinho lá nas cucuias dos judas, podem dar esse tipo de comenda a quem não teve o devido valor ou foi algum tipo de babão ou político salafrário, que é quem talvez deva merecidamente receber esse tipo de reconhecimento, o que é próprio dos lacaios que foram em vida, certo minha gente!
  Não estou querendo dizer com isto, que muitos dos nossos que conosco convivem, não nos reconheçam, disto não posso dizer, porque muitas pessoas nos reconhecem pelo trabalho crítico, sério e cultural, com um olho no social, que buscamos desenvolver, mas isso, para uma parte, não vale nada, porque pode ser que esteja ofuscando interesses escusos de outrem, esta é a verdade, daí não haver interesse nenhum em dar luz a pessoas que tem uma visão crítica de mundo e busca através de suas mensagens, como eu mesmo, demonstrar que cada um também tenha a sua própria visão de mundo e que dê a essa visão o que acha como este mundo deve ou deveria ser. E isso que busco fazer, tanto política, profissionalmente como advogado ou como escritor, é justamente uma forma de ajudar, esclarecer mais, abrir os olhos, buscar com que se veja as coisas à sua volta, com uma outra visão de mundo, para que, cada um encontre a sua própria libertação das amarras dos mandarins ocasionais que aprisionam ainda, através de métodos escusos, muitas pessoas inocentes e ignorantes. Ontem mesmo, uma parte de Buíque, intermediada por Tom Tom, esteve em Lagoa dos Gatos, um pequeno município localizado à 191 km daqui de Buíque, e se dirigindo pela BR 232, entrando à direita em Caruaru, passando por Cupira e logo após 5 km, se chega ao destino, Lagoa dos Gatos, cidadezinha pequena, mas bonita e hospitaleira. Fomos convidados para participar de um evento cultural, eu, para fazer uma Palestra-Aula, a qual já me propus a fazer aqui mesmo em Buíque e nunca ninguém me deu uma resposta, Paulo Tarciso, o nosso cordelista e escritor, para fazer uma apresentação de Literatura de Cordel e, a Banda Matutano Reegae, também de Buíque, para fazer uma apresentação. Só posso dizer, que nossas apresentações foram bem recepcionadas por àquela gente, o que nos envaideceu e contamos com as presenças da prefeita, Zeneide Soares, do Vice-Prefeito, de vereadores, do Secretário de Cultura, da Secretária de Educação e de vários populares. Foi realmente uma apresentação que nos enobreceu e nos deu um maior estímulo para que possamos continuar a nossa caminhada em nome da divulgação de nossa terra e daquilo que queremos mostrar de valores que temos aqui mesmo e que muitos, estão fechando os olhos para tais valores e deixando que as coisas aconteçam em funérea escuridão. Aí eu indago: até quando, meu Buíque barriga-preta, isso vai continuar acontecendo, hem?

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