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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A VEZ DO BLOG ENTREVISTA DE HOJE, QUINTA-FEIRA, É DA MULHER. POR ISSO MESMO, NOSSA ENTREVISTADA DE HOJE NA SÉRIE DO BLOG ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO, É A ESCRITORA, POETISA E CORDELISTA, NOSSA QUERIDA AMIGA ROSA RAMOS, QUE DIANTE DAS INDAGAÇÕES FORMULADAS ELA NOS DEU RESPOSTAS FIRMES, CONCISAS E ESCLARECEDORAS. LEIA E CONFIRA.

PASSANDO a LIMPO – ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO

SÉRIE BLOG DE ENTREVISTAS

ROSA RAMOS POR MANOEL MODESTO

Invertendo a ordem dos fatores, dando sequência à SÉRIE DO BLOG ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO, de todas às quintas-feiras, hoje será a vez da mulher e, nossa primeira entrevistada é a querida conterrânea buiquense da gema, ROSA MARIA RAMOS DE MELO (RR), que é uma de nossas poetisas, escritora, cordelista e autora de alguns livros por ela escritos, aguardando tão-somente, uma oportunidade para que venha a publicar alguma de suas obras literárias. Como sempre tenho deixado bem claro, a intenção primordial deste sequencial de entrevistas, é justamente procurar mostrar nossos valores locais, regionais, que de certa forma estão ligados a interesses culturais, sociais e até mesmo políticos e que, de alguma forma, se encontram à margem do esquecimento, sem o devido reconhecimento por parte de nossa população. O objetivo então, é o de alertar nossa gente para despertar e se voltar com mais carinho, para os valores que temos, que adormecidos se encontram, para que, alguém venha a demonstrar algum interesse, como tenho feito, no sentido de aglutinar mais pessoas e firmarmos de vez um movimento cultural em Buíque, que venha cada vez mais a valorar o que temos de melhor em termos de cultura e de como tudo isto vem a ser importante para a formação de nosso povo, nossa gente, nossa juventude que tanto precisa de um norte de vida, para que assim, possamos na qualidade de formadores de opinião, vir a despertar tanto nos interesses públicos, quanto privados, da importância de se investir naquilo que temos de melhor e que ninguém percebe ou faz de conta que nada existe, se omite e, desta feita, nada se faz, como estamos procurando fazer. Então minha gente, vamos ao que disse nossa entrevistada de hoje:

P - MM– Você que é filha de um grande político buiquense, Sr. Pergentino Domingos Ramos, que já foi vereador em vários mandatos, ex-vice prefeito do Município, não quis seguir a mesma carreira política de sua pai?
R – RR – Não quis seguir, apesar de a política estar no meu sangue, mas de tanto ver o lado podre da política, não me senti até o momento atraída para esse lado ilusório, em que muitos engam, além de muitas pessoas se deixarem enganar, mas não deixo de viver neste meio, como fruto do animal político que cada cidadão ou cidadã, é na realidade.

P - MMAmiga Rosa Ramos, de onde surgiu essa veia poética e literária em você?
R – RR – Eu acredito que esse dom veio de Deus, porque minha inspiração é N’Ele. Não vou dizer que crio obras literárias, porque todas as obras por Ele foram feitas. Minha inspiração vem da realidade que está à minha volta e de meus sentimentos. O fator sentimento existe, porque sem este, nada podemos exteriorizar em profundeza daquilo que é parte das emoções humanas que a gente vive.

P – MM – Em seus escritos o que você procura mais abordar como tema principal?
R – RR – Naquilo que escrevo, procuro abordar temas relacionados ao amor. Não só do amor, mas também do sofrimento, da dor, da solidão, elementos principais que estão dentro da alma humana e que mexe nos mais profundos e belos sentimentos de cada um de nós.

P – MM – Rosa Ramos, você tem algum livro escrito, em que estilo literário e se já chegou a publicar alguma de suas obras?
R – RR -.Eu tenho escrito o livro “Vige Maria”. Trata-se de uma ficção, uma história romântica, em que através de seus personagens se fala da chamada família patriarcal, da ignorância e da brutalidade em que se educavam os filhos e, no final da história, o amor vem finalmente, a prevalecer e vencer todos os percalços dessa história rústica e dura vivida por entidades familiares. Tenho escrito também, o livro “Partículas Buiquenses”, que é um livro de cordel, retratando fatos do nosso Buíque antigo até chegar ao nosso atual Buíque. Um outro, é intitulado de “Um Pedaço de Mim”, que procuro demonstrar os meus sentimentos mais profundos com relação à minha própria vida, e dentro desta realidade por todos vivida. Também escrevi várias poesias, várias músicas e cordéis.

P – MM – Alguém já se propôs para lhe ajudar a publicar alguma de suas obras literárias?
R – RR -.Não. Nunca ninguém chegou sequer a me propor qualquer tipo de ajuda, nem do poder público, tampouco do particular. Em questões culturais na nossa terra, estamos bem atrás de outras, aonde movimentos dessa natureza vem aflorando e dignificando a cultura de sua gente. E precisamos plantar a semente aqui também em Buíque, independentemente de quem quer que seja. Uma das coisas que estou fazendo no momento, é literatura infantil, que um ramo pouco explorado por estas bandas.

P – MMQuais são essas obras literárias voltadas para à infância?
R – RR – A primeira história infantil, são “As Pequenas Sereias”, o “Pintinho Sol”, o “Burrico Manhoso”, entre outros projetos em andamento.

P – MM – Você já esteve ligada a algum movimento cultural anteriormente em Buíque?
R – RR -.Não participei, porque estes nunca existiram. Cultura em nossa terra sempre foi letra morta. No momento atual eu participo através do SESC-LER, fazendo declamações de poesias, em projetos do SESC e agora no momento, vou participar do movimento POETA NA MINHA ESCOLA, cuja minha inclusão devo a Joseane, que é uma das gestoras do SESC-LER. Então tenho muito a agradecer a essa pessoa por ter me reconhecido como uma das partícipes desses movimentos culturais promovidos por essa entidade.

P – MM– Você, apesar de tudo, do não reconhecimento de nossos conterrâneos buiquenses por seu trabalho, se sente mais uma excluída cultural?
R – RR – Não, porque me sinto realizada em estar fazendo o que mais gosto, que é escrever, externar o que penso, isso faz parte do meu dia a dia e faz parte de minha vida.

P – MM – Naquilo que você escreve, busca externar o que pensa de verdade, ou só aquilo que agrada aos poderosos de plantão?
R – RR – Não. Escrevo a verdade do que penso e imagino, dentro da realidade em que vivo. Para mim não importa se estou agradando ou desagradando quem quer que seja. O importante é a minha própria satisfação e minha liberdade de pensamento e de externar o meu livre pensar. Para mim não importa o que vem a agradar ou não. O importante é transmitir a realidade do que vejo e daquilo que vem à minha mente e não busco me esconder pelos bastidores e de uma falsa utopia só para agradar qualquer pessoa em especial.

P – MM – O poder público buiquense sempre se manteve ausente em questões de ajudar movimentos cultuais em nossa terra. Como você vê essa questão e o que você tem a dizer à nossa gente, nosso povo e qual o recado que tem para os nosso jovens?
R – RR – No quesito cultura em nossa terra, sempre houve omissão e negligência por parte tanto do poder público, quanto da iniciativa privada. Vejo tudo isso como um flagrante descaso com esses jovens talentos que temos de sobra, mas que muitos fazem de conta que nada percebem e isso é vergonhoso para o nosso povo. Quem tem seus sonhos, lutem por eles, não esperem por ninguém. Procure realizar seus sonhos com os seus próprios desforços pessoais, porque a depender de ajuda pública, em termos de cultura, a gente não vai nunca sair do lugar. O que temos que fazer é um movimento cultural, com um grupo de pessoas que tenham um foco e um objetivo de ver um Buíque mais dotado de cultura, de aproveitar os seus próprios talentos que tanto nossa terra tem produzido e que, nada tem sido feito nesse campo. É esse o recado que deixo para os nossos jovens e que buscam um sonho a realizar. A você, nobre amigo Manoel Modesto, pessoa que tenho em alto conceito, e que está procurando levantar nossa cultura, através desse movimento voltado à nossa cultura adormecida, quero dar os parabéns e, ao mesmo tempo agradecer, por ter me dado esta oportunidade de poder falar sobre a minha obra literária. Espero, pois, ter dado o meu recado.

         É isso aí minha gente, dando sequência ao que nos propusemos na SÉRIE DO BLOG DE ENTREVISTAS, a vez agora, foi de nossa querida amiga, ROSA RAMOS, filha de um grande político buiquense, falecido aos 92 anos de idade, Pergentino Domingos Ramos e de Dona Calu, também falecida, Rosa é uma pessoa que a conheço desde tenra idade e que é uma ótima escritora, que apesar de não ter publicado nenhuma de suas obras, mas talento e sabedoria é o que não lhes faltam, só mesmo, o reconhecimento de nossa gente, para que a nossa cultura possa finalmente vir a ser valorizada e reconhecida como se deve, pois como sempre tenho dito, povo que não tem um olho voltado para sua arte, sua cultura, seu patrimônio artístico e cultural, é povo sem história, é povo sem memória. Cada entrevista que venho fazendo, só vem nos enriquecendo de buscar divulgar pessoas, seus trabalhos, que à margem do desconhecimento, venham de certa forma, vir a obter o devido reconhecimento por parte de nossa gente, nosso povo e de nossa juventude, que busca um norte de vida para não se desviar para outros vetores sociais pouco recomendáveis para todos nós. Então minha gente, na próxima quinta-feira, tem mais uma ENTREVISTA SURPRESA. Até quinta e um forte abraço a todos que nos vem acompanhando nessa nossa cruzada cultural de Buíque e da Região. 

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