QUEM REALMENTE SOU

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A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

NA VIDA DA GENTE, LEMBRAMO-NOS DO QUE SE FOI, DAQUILO QUE FAZÍAMOS E DE TUDO QUE DEIXAMOS DE FAZER. ASSIM SÃO OS CAMINHOS DO SER E DO ESTAR ENQUANTO AINDA VICEJA VIDA.

O PASSADO NÃO VOLTA, O PRESENTE SE VIVE E O FUTURO NÃO PASSA DE UMA INCÓGNITA TEMPORAL


    Vivemos os momentos da vida presentemente, mas sempre com um pé nas lembranças do passado, daquilo que fomos, de como os fatos e as coisas aconteceram, de tudo que fizemos e daquilo que deixamos de fazer, dentro deste interstício temporal de vida, que na realidade, nem de tudo fomos capazes de realizar, e muitas coisas ficaram para trás, que por alguma razão, não foram concretizadas, tampouco será no momento e, quanto ao futuro, é um tiro no escuro que termina sempre em um ponto de interrogação, do qual nada podemos fazer previsões, apenas ilações no nosso imaginário. O que podemos concluir mesmo, é que fomos, fizemos ou deixamos de fazer e estamos no viver na linha do tempo, dependurados por um frágil fio quebrantável, que a qualquer momento pode se interromper numa quebradura inesperada qualquer, de forma abrupta e sem se ter mais o fio da meada do caminho de volta. E assim tudo se vai num simples assim estalar de dedos, num flash de luz de uma câmara fotográfica, que como num raio de uma estrela candente, tudo de repente se torna numa escuridão infinda. Então a questão do ser e do estar, se resume a cada momento de vida em que vivemos e, se deixamos ou não de fazer algo, já num momento qualquer de uma fase de nossas vidas, nada mais se poderá fazer, mas somente por alguns momentos, se volver lá atrás e se lembrar de tudo em sua vida, como num trailer de cenas de algum filme que você mais gostava ou que mais impressionou a cada um no decurso de suas vidas e agora, só resta mesmo encostar num muro qualquer de lamentações, e jorrar as lágrimas de dor pelo que não fez ou deixou de fazer.
  Todo e qualquer ser humano, tem sua história de vida, que fica para sempre, quer dizer, dentro do contexto de nosso liminar de vida, gravado em nossa memória, que apesar de chegar um determinado momento xis em que tudo pode vir a se acabar num raio de luz, mesmo assim, as cenas de vida vividas, nunca se apagarão jamais. Quem se esquece de sua infância ou boa ou ruim vivida lá atrás, não tão longe assim, mas que no interior de cada um de nós, àquela criança sempre existe e existirá até o último gotejar de um suspiro, ou enquanto lucidez a gente possa ter como alimento da essência de nossa consciência, ela vai sempre permanecer dentro da gente, sempre reprisando as travessuras que fizemos, as diabruras que pintamos, as irresponsabilidades que praticamos, isso não se apagará jamais de nossa placa mãe de nossa memória, que por mais imperfeita que seja a máquina humana, foi uma das que ninguém teve ainda a devida capacidade de cria-la, a não ser, como invenção de uma iniciativa que está bem além de nosso conhecimento, e de que muitos chamam de Deus, do Criador, do Ser Supremo, a depender da crendice ou da incredulidade de cada ser humano, mas na verdade, ninguém até hoje foi capaz de criar ou de manter viva indefinidamente, essa máquina que nos dá vida e, da mesma forma, nos leva à morte inequívoca, inevitável, irretratável e irrevogável. Não há neste mundo quem desta possa vir a mudar esse roteiro, ou descobrir uma fórmula, por mais estudioso e sábio que seja, para desvendar tantos mistérios a nos rondar e circular em torno de nossas efêmeras vidas, por isso mesmo, é que a máquina humana, com todas as suas imperfeições e atropelos, ainda é uma das mais perfeitas coisas vivas já criadas e surgidas neste mundo.
     A cada ano que passa, se bem que, se a gente pensar de verdade, não está ganhando um ano, isso para o apelidado de pessimista, mas para mim, esse tipo de pensar, é a de um realista, pois com mais um ano, que começa no janeiro em nosso calendário, quando menos se espera, já se está em mais um dezembro e aí você vai fazer um balanço sobre o que fez, não fez ou deixou de fazer e se chega à conclusão, que se passou mais um ano na vida de cada vivente e conclusivamente, pouco ou nada se fez. Para os otimistas, quem vive um ano mais à frente, ganhou mais um ano de vida, mas o pior, é que ninguém também, foi capaz de perceber ou de descobrir uma fórmula, que possa não nos deixar envelhecer, de impedir o surgimento de rugas, que inexoravelmente vem a aparecer, das dores nas costas, nas costelas, na cabeça, na parte torácica e, enfim, por todo o nosso corpo; doenças as mais horripilantes e danosas possíveis, vão aparecendo, muitas delas, degenerativas de tal forma, que nos deixam abilolados e transfigurados, imobilizados, chamados, em cadeiras de rodas, nos acabando com uma velocidade voraz, que nem mesmo a medicina com tantos avanços tecnológicos e tantos meios medicamentosos nas mãos, foi ainda capaz de conter que esses males venham nessa chamada terceira idade, a nos destruir de verdade até que se chegue, após uma curta odisseia de agonia, paulatinamente, a partirmos de vez desta para outra. Aí a gente chega a parar e pensar por alguns momentos e, se pensar demais, pior ainda, sobre o que realmente somos, para que foi que viemos para este mundo, e o porquê do que fomos, do ser e do estar nesta passagem de vida, se é tudo isso assim poderá ser chamada. Pior é que não vamos obter resposta alguma, mas para os otimistas, a terceira idade é uma das melhores, mas isso, acredito, ser mais um forma de conforto para quem está se preparando não mais para viver, mas sim, para morrer e chegar embaixo de sete palmos, sufocado por uma grossa camada de areia numa tumba ou crepita qualquer, se calar e dormitar para sempre o seu secular ou milenar sono eterno, até mesmo que não venha a sobrar nada de você, nem mesmo os mais de duzentos ossos do corpo humano. Então será que se valeu à pena viver e deixar incompleto o seu ser, seu estar, se nem tudo foi possível no incontroverso ponto de vida, realizar tudo que pretendia realizar? – E aqueles que tinham de tudo, que poderiam de tudo usufruir e nada disso fizeram, hem? – Deve ser bem pior ainda, porque passou por esse lapso temporal e nada soube da vida aproveitar, pois é só isso que no final de contas, a gente pode carregar conosco para o nosso silente e eterno sono profundo e perene do qual nunca mais se livrará.

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