ANSIEDADE, ESSA INQUIETUDE
DE MOMENTOS DA VIDA QUE MEXE COM A GENTE
Não são poucas as vezes que
a gente, de uma forma ou de outra, por alguma razão qualquer, fica ansioso por
alguma coisa, algum fato, algo que pretende fazer e realizar. Tudo isto está
acontecendo comigo no momento presente. Estou vivendo numa inquietude em face
dessa ansiedade, por alguma coisa que na vida pretendo realizar e que na
verdade foi fruto de muito tempo de sonho, de pensar, de imaginar, como fazer,
de onde partir, como estruturar, como plantar a primeira semente e como lançar
a primeira pedra fundamental. É assim que a gente que tem esse poder
intelectivo da criatividade, de um modo geral, vive. Jamais se vive mansa e
pacificamente. A guerra interior é uma constante batalha entre lutas ferozes
que vivem se digladiando entre ideias imaginárias, controversas e que partem de
direções opostas, para, no final, se chegar a um denominador comum, que pode
ser o ideal ou não sintetizado do que se imaginou no pensamento, de se criar e
colocar em prática através da materialização daquilo que se buscou mentalmente
estruturar. Quando a gente está num período de maturação de uma ideia,
geralmente, sempre vem essa inquietude da vida, que gera essa intensa ansiedade
que nos deixa um pouco atônitos e até mesmo insones, mas quando a gente consegue
externar tudo que está dentro da gente, com certeza vem a calmaria da vida, se
bem que, para nós pensantes, não existe esse mar de rosas não senhor, pois
nossa mente, enquanto cada um for capaz de conduzir e gerir o seu próprio livre
pensar, é só pensar, com certeza, a força motriz criadora jamais vai parar, a
não ser por um acidente biológico e certeiro da vida.
Esses últimos dias tem sido assim para mim, de inquietude, de
ansiedade, de como fazer e não fazer as coisas, o que tem para se fazer e se
tempo é ou não suficiente, mas a questão é fazer o melhor, dar o melhor de mim,
não somente para uma satisfação pessoal, mas também, para ajudar uma legião de
pessoas que estão à margem do verdadeiro reconhecimento do que fazem, daquilo
que buscam produzir e, entretanto, estão adormecidas no esquecimento de suas
próprias criatividades, sem uma força motriz para movimentar essa roda gigante
cultural de nossa gente. Na verdade, no mundo das letras e das artes, que tive
esse dom de vida dentro de mim, não por vontade própria, mas como algo que
exsurge de dentro da própria alma, do mais profundo introspectivo e que, vem a
se exteriorizar através do que a gente escreve, do que em termos de literatura
a gente busca produzir, não como uma obrigação ou para se ter alguma espécie de
vantagem lucrativa, mas como um sacerdócio de vida que nos foi imposta pela
própria natureza de cada um de nós. Ninguém nasce escritor, artista ou detentor
de uma mentalidade criativa, ou tem o dom para desenvolver essa ou àquela veia
artística, mas isso vem basicamente vem de dentro de cada uma das pessoas,
apenas com o desenvolvimento, mas jamais de uma ajuda que nunca vem, aonde ninguém
jamais vem a ser realmente reconhecido e melhorar, se tornar eficiente cada vez
mais, naquilo que faz e produz culturalmente, mas quem faz determinada espécie
de arte, o faz daquilo que se exterioriza de dentro de seu próprio eu
ontológico e se expande para o mundo exterior. É um dom expressivo de cada
artista, de cada poeta, de cada escritor e de toda manifestação
artístico-cultural de um povo. Falar em máquina de datilografia, meu primeiro livro, foi fruto de uma arte desenhada pelo amigo pesqueirense Célio Guimarães, cartunista, poeta e um artista nato, publicado em 1988, "Modesto à Parte".
Acredito piamente, que dentro de minhas limitações e de minha
capacidade intelectiva, estou realizando e buscando fazer, o que
limitativamente está dentro daquilo que posso ou não fazer, mas o imaginário
intelectual de todo ser humano que lida com a arte, com quem está inserido
dentro desse contexto, não existe limites quando se trata de criatividade, pois
o mundo da imaginação é infinito, interminável e a cada dia que passa, a gente
vai viajando sempre mais além do que poder-se-ia imaginar. A viagem no
imaginário é o limite do poder intelectivo de criatividade e isso não tem quem
controle. A criação, a produção de algo de nosso poder intelectivo, vem assim
de repente, como esta matéria que estou escrevendo em seu momento de produção,
que flui da mente, vai às mãos, à caneta e ao papel, isso se estivéssemos há
alguns anos no passado de nossas vidas ou nas velha máquinas de datilografia, a minha era uma Olivetti Letera 88, mas hoje, fluem da mente, desce da
mesma forma para às mãos, e vai para a digitação através de um teclado,
diretamente para um computador. Acho que é uma coisa mais gélida, fria, não tão
emocionante quando a gente pegava numa caneta e a partir da fruição das ideias
do pensamento, a gente ia escrevendo manuscritamente em um papel qualquer, mas
seja qual for a forma de criatividade, não é por acaso que esta, é um mister de
uma minoria de pessoas privilegiadas, que já nasceram com um certo dom, se bem
que, a cultura de muita gente, não se herda, porque nesse campo, não existe
herança, mas apenas, conquistas. Posso até dizer que me sinto feliz por ter
esse poder de criatividade, mas essa ansiedade, essa inquietude, que vem e se
esvai como num esvoaçar ao espaço fica assim nessa inquietude momentânea de
vida, justamente quanto pretendo fazer algo que acho que está além de minha
capacidade intelectiva, mas que na realidade, me sinto sim, seguro e capaz de
realizar algo que venha a me dar uma satisfação intrinsicamente pessoal, mas
também, que venha a ajudar uma gama de pessoas, que certamente, precisa de
algum suporte de alguma forma para poder ter o seu trabalho desenvolvido e
devidamente reconhecido, por isso mesmo, é que ainda tenho muito por fazer e
criar, enquanto vida tiver.
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