II EXPRESSA BUÍQUE, MAIS UM
SUCESSO QUE VEM SE CONSOLIDANDO COM O GRUPO DE LEITORES CYL GALLINDO
A cultura em nossa terra,
ainda que incipiente, vem mostrando aos poucos a que veio. Nessa luta em favor
de nossa cultura, a venho travando desde os meus tenros anos de idade, quando
aqui fundei, lá por volta de meados da década de 70, estudando o Curso Ginasial,
no Ginásio Comercial do Buíque, na Escola Duque de Caxias, onde cheguei a fundar
o primeiro jornalzinho artesanal de Buíque, que o intitulei, “O PLÁ DO CGB”, datilografado na base
de máquina de datilografia e rodado à mão em máquina de papel estêncil, fato
inédito em nossa cidade, mas fundei o primeiro jornalzinho desta terra. Os
desenhos do jornalzinho eram também feitos por mim mesmo. Já naquela época
tinha o meu interesse voltado para o desenvolvimento de nossa cultura e falava
de assuntos do cotidiano dos estudantes da época, de nossa cidade, de nossas
carências e de uma série de coisas e fatos relacionadas à nossa juventude. Foi esse o
primeiro jornal verdadeiramente buiquense. Por volta do final da década de
oitenta, morando na cidade de Pesqueira, mas sem nunca deixar os olhos voltados
para minha terra, fundei o JORNAL “A VOZ
DE BUÍQUE”, em que fazia severas críticas às administrações da época, que
ainda predominava uma política na base do chumbo grosso, mesmo assim não me
intimidava e, lá de Pesqueira, na Diocese daquela cidade, editava e publicava o
jornal de Buíque, que era todo escrito por mim e editado letra por letra por um
linotipista, que compunha letra por letra para fazer cada matéria, pra depois
vir a ser rodada numa impressora de fins para início do Século XIX, doada pela
Alemanha à Diocese de Pesqueira. Depois a gráfica da Diocese que também
publicava o Jornal Nova Era, onde cheguei a escrever também, fechou e passei a
editar o meu jornal em uma gráfica de um amigo conhecido por Zé Carlos, na Rua
do Canal, que ainda hoje existe. A impressora da Diocese era antiga, mas mesmo
assim, uma vez por mês, vinha à Buíque atanazar a vida de muitos políticos e
falar também, de poesia e de cultura, que sempre foi o meu forte. Quer dizer,
cultura não é na minha vida, uma coisa tão-somente de hoje, mas dista de muitos
anos passados e sempre fez parte de minha vida.
Sempre senti que deveria fazer alguma coisa pela nossa
cultura, por isso mesmo, sempre imaginei em fundar uma entidade voltada para
esses valores, como letras e artes, daí me veio a ideia de fundar num primeiro
momento, uma espécie de associação cultural, mas no meu entender, coisa já muito
massificada, digamos assim, manjada; daí imaginei também fundar uma ONG, coisa
da moda, porém mais complexa e achei não se enquadrar bem para os objetivos
cultuais que tanto almejava, foi então, que me veio a ideia de fundar uma
Academia de Letras, mas percebi que não chegaria a ter o lastro suficiente,
então pensei, por que não juntar letras e artes, aí a ideia firmou e vim
finalmente a fundar, junto com outros companheiros, a ACADEMIA BUIQUENSE DE
LETRAS E DAS ARTES – ABLA, que veio a acontecer no dia 23.10.2014, estando
completamente regularizada, com registro em Cartório, CNPJ e todas as
formalidades legais já cumpridas, faltando tão-somente, começar a colocar em
prática ao que juntamente com o grupo nos dispomos ao fundar essa importante
entidade para o nosso Município. Quero de antemão lembrar, como fiz questão de
frisar no dia de fundação, que a entidade, além de não ter fins lucrativos,
nada tem a ver com política, independentemente de seus membros, dentro do livre
arbítrio de cada um, ter suas preferências e manifestações políticas como bem
entender, mas dentro da Academia, posso garantir que não prevalecerá o fator
política, que deve ser tratada no seu devido lugar, reservando-se à Academia,
numa Casa do Pensar, de Cultura, e não propriamente um lugar de se discutir
questões de ordem política, a não ser da própria academia, que tem como lema: “Litterae
et artes ratio vivendi” (Letras e artes, razão de viver), quer dizer,
dentro do contexto cultural para o qual foi criada a nossa Academia e para
isso, não vamos medir esforços para desenvolver e fervilhar a nossa cultura
tanto de nossa terra, que vem demonstrando ter muitos valores, quanto da região
e torna-la um fator verdadeiramente da humanidade, como bem imaterial da
inteligência e do saber humanos.
Por isso mesmo, é que o GRUPO DE LEITORES CYL GALLINDO, que
vem nessa luta há apenas cerca de dois anos ou mais, vem desenvolvendo um belo
trabalho em nossa terra, valorizando nossa cultura, nossa arte e descobrindo
novos valores, a exemplo do samba de coco, do grupo de capoeiras, grupos
formados por Quilombolas daqui mesmo de Buíque e que pouco se conhecia desses
valores, além de outras manifestações de cunho literário no campo da poesia, do
teatro, da literatura de cordel, de nossos escritores, do artesanato em barro
cru, das rendas primorosas, o que só vem mesmo a dignificar a nossa terra e
nós, como não poderíamos deixar de firmarmos o nosso apoio, só temos mesmo que
aplaudir a realização do II EXPRESSA BUÍQUE, que é uma manifestação cultural,
já em sua segunda versão, que vem sendo promovida pelo Grupo em nossa terra,
mas com muito amor, dedicação e esmero no trabalho da arte de fazer acontecer à
cultura buiquense. Por isso mesmo é que parabenizo em nome do nosso Blog e da
Academia Buiquense de Letras e das Artes - ABLA, o Grupo de Leitores Cyl
Galindo, por essa brilhante apresentação e pelo belo trabalho que vem
desenvolvendo em nome da valoração de nossas letras e artes, principalmente,
com os olhos voltados para o saudoso mestre Cyl Galindo, cuja obra, até mesmo
como uma homenagem post mortem, merece ser difundida para vir ser verdadeiramente conhecida
pelo nosso povo.
Um comentário:
Muito obrigado Manoel pela consideração e incentivo que tens dado ao Grupo de Leitores Cyl Gallindo. Esperamos que, a exemplo do Grupo de Leitores e da ABLA, surja em nossa cidade mais movimentos de apoio a cultura e melhorias sociais. E muito obrigado por sua presença no Expressa Buíque, assim como sua participação recitando poemas no evento.
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