AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ, PARA
TUDO FICAR COMO ESTÁ, MAS SEMPRE COM UM OLHAR EM MUDAR
No processo da vida do ser
humano, tudo parece ser às mil maravilhas, mas na realidade vivida em si mesma,
no decurso do desenvolvimento de cada um, nada é ou poderá ser como imaginávamos
de início. A princípio, quando a gente sequer sabe direito de nossa existência,
imaginamos que tudo é possível de se realizar, mas quando nos peitamos diante
dos fatos reais ao nos depararmos nos descaminhos da vida, é que vamos
percebendo, não assim tão devagar, mas de uma forma tão rápida, depois de um
certo tempo, que vem ano, vai ano e mal a gente percebe que mais um ano já se
passou e vamos adiando algum projeto de vida sempre para o ano seguinte, que
pode ou não vir a ser realizado. Mas a vida é assim mesmo e o mundo encantado
que a gente imagina viver, ou aquele em que eu mesmo vivi, jamais o será para
sempre. Haverá um momento, aonde tudo começa a desandar e o pior de tudo, é que
nós ocidentais, não aprendemos a lidar bem com tantas transformações bruscas
que vão se processando em nosso organismo, novas formas de adaptações de vida,
novos males próprios dos desgastes naturais de nossas células, que vão ficando
cada vez mais visíveis e não há como mais parar essa avassaladora e tristes
modificações corpóreas que se processam em nosso organismo, e já não somos ou
poderíamos ser a mesma coisa daquilo que antes pensávamos ser, do tipo de
pessoas imodificáveis ou imbatíveis. Mas isso é a vida, assim sempre o será.
Quando criança, de uma infância difícil que vivi, não pude
dizer que foi um mundo encantado, mas dentro de minha simplicidade de vida,
também tinha dentro de mim, o meu mundo de ilusões, embora tristonho, alegres
algumas poucas vezes, mas frustrante na maioria destas, mas mesmo assim, fui à
luta, subi à montante e como disse numa frase supostamente proferida pelo
general romano Júlio César, 47 a. C., que ao vencer uma batalha, assim o disse: “Veni, vidi, vici” (em português: “Vim,
vi, venci”). Posso até dizer que não pude vencer todas as batalhas que travei
em minha vida, mesmo assim, acredito que as mais importantes as venci. Não
parto, quando a hora derradeira chegar, satisfeito não senhor, isso porque, não
cheguei a vencer algumas batalhas que sempre imaginei cruciais em minha vida,
mas de uma coisa tenho certeza de que irei com a consciência do dever cumprido,
pelo menos com relação a não ter feito o mal a ninguém, se o bem não pude fazer
e de ter educado os meus filhos da melhor maneira que um pai pode educar,
apesar dos percalços que pela frente encontrei e tive que ultrapassar tais
barreiras, mas digo com sinceridade, que as passei com bravura, caráter,
honradez e dignidade, sem precisar massacrar ou derrubar, menosprezar ou pisotear
ninguém, pois apesar de ter vindo de uma estirpe de família pobre, mas mesmo
assim, uma das maiores heranças que herdei com orgulho de meus pais me, foi
justamente o caráter, a honradez, honestidade, dignidade e respeito ao próximo,
coisa difícil de se encontrar em muitas pessoas bem próximas da gente mesma, de
nosso convívio. Não vivi em mundo de sonhos, mas de uma triste realidade de
muitas lutas. Não adquiri riquezas materiais, pois estas, no meu entender, não
são as principais coisas da vida, pois a essência desta, está no mínimo em
viver com dignidade, conseguir, além de ter educado meus filhos da melhor
maneira que pude e dentro de minha reais possibilidades, ser a pessoa honrada
que tenho orgulho em dizer que sou e sempre fui. Não criei ou preparei os meus
filhos para serem pústulas, desordeiros ou daquele tipo que só imagina em tirar
vantagens de tudo e de todos, mas sim, homens e mulher de bens de verdade, para
que tenham pelo menos o mínimo do pai que sempre procurei ser para eles, o suprassumo
daquilo de bem que procurei trilhar em toda minha vida. Na verdade, isso é uma
qualidade inerente à vida de uma linhagem familiar, que vem passando de pai
para filho. O DNA do bem, não é uma característica que é transmitida lá de atrás
de um caractere hereditário que já vem de uma árvore de frutos envenenados,
pois esta jamais dará bons frutos e isso é uma realidade do que na vida cada um
é de verdade. Árvores de boas raízes, sempre dão bons frutos, como regra geral.
Riquezas, patrimônios, isso minha gente, se vai, se vem, desaparece como
fumaça, como já pude ver e presenciar no decurso de minha vida. O importante
mesmo, é a vida com honradez, honestidade e dignidade, valores estes, que são
inegociáveis, isso porque, sabedoria e conhecimento, ninguém tira de quem quer
que seja, valores estes, que vão com cada pessoa para o seu sono derradeiro.
Já desembocando na fase da terceira idade, coisa que não por
que queira, mas porque estou sendo empurrado na marra pelas intempéries do
tempo, mas estou indo à contragosto. Não estou aceitando essa condição de muito
bom grado não senhor, mas a aceitação é imperiosa e se a gente não for degolado
ainda jovem, na verdade, tem que um dia chegar a essas carcaças tenebrosas a
que inexoravelmente chegamos. Não existe ninguém neste mundo que possa parar no
tempo e não envelhecer, a não ser, repito, se fenecer num belo retrato da
juventude, caso contrário, o que era belo, virtuoso, formoso, garboso, passa a
ser esse produto que hoje estamos nos tornando ou já nos tornamos de verdade.
Voltar ao tempo? – Só se for na imaginação e chorarmos, lamentarmos do que no
passando de sonhos vivemos, deixamos de viver e o que não pudemos fazer.
Infelizmente, o que posso dizer, é que lamentavelmente, quando desta partir
para outra, embaixo de sete palmos ou na casa sepulcral onde está sendo morada
de meus antepassados queridos, só tenho a lamentar pelo que quis fazer, ou por
algum fator de minha estada, que não pude fazer. Por isso mesmo, é que jamais
irei satisfeito desta para outra. E aí eu pergunto, será que os demais, que
também estão com a sua passagem marcada, será que irão satisfeitos? – Acredito
que não! – Mesmo aqueles que tem certeza de que um Céu os espera, não irão
satisfeitos, porque se tivessem essa certeza de verdade, procurariam abreviar à
vida, apressar à morte, e sem pestanejar, partir mais cedo para uma suposta viagem
para viverem as benesses do Paraíso por eles esperadas, mas na verdade, ninguém
no Ocidente, ainda aprendeu a conviver com o fator fenomênico da vida, que é a
morte. Na verdade, esse suposto Paraíso do Éden, não é lá muito confiável não
senhor, senão muitos que vivem no sofrimento e na dor, com certeza iriam querer
buscar viver nesse Paraíso de um mundo maravilho, como acreditam muitos
fanáticos do mundo islâmico.
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