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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O ENTREVISTADO DE HOJE NA SÉRIE DO BLOG DE ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO - PASSANDO A LIMPO, É O NOSSO QUERIDO AMIGO, EVERTON MACIEL, POPULARMENTE CONHECIDO COMO "TOMTOM", QUE DE FORMA ATREVIDA RESOLVEU SER CINEGRAFISTA E JÁ VEM PRODUZINDO EXCELENTES TRABALHOS NA CULTURA DA SÉTIMA ARTE DA HUMANIDADE. CONFIRA A ENTREVISTA E VEJA O QUE DISSE NOSSO ENTREVISTADO DE HOJE, QUE FALOU DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS E PRINCIPALMENTE, AQUI MESMO EM NOSSA TERRA, BUÍQUE, ONDE SEMPRE TEVE APOIO NEGADO, NÃO PELA POPULAÇÃO, MAS PELO PODER PÚBLICO.

PASSANDO A LIMPO 


SÉRIE BLOG DE ENTREVISTAS COM MANOEL MODESTO

Nosso entrevistado de hoje é o nosso amigo Everton Maciel (EM), mais conhecido popularmente como “Tomtom”, filho de nossos queridos amigos Doreca e Raul, que é o nosso entrevistado de hoje na SÉRIE DO BLOG ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO, que vai nos falar de sua vertente de neófito na arte de cinegrafia, entre outros assuntos culturais que serão abordados nesta ocasião. Fala de suas dificuldades que vem encontrando para o desenvolvimento de seu trabalho, entretanto, afirma categoricamente também, que ainda vai ser um grande cineasta de reconhecido valor nos meios artísticos e culturais, porque acredita em que seus sonhos venham a se tornar realidade, porque é uma pessoa que vem lutando para que isso venha a acontecer. Fala também de seu lado poético e diz que muito em breve estará publicando o seu primeiro livro de poesias. Vamos ao que disse o nosso entrevistado de hoje:

P - MM– Você caro amigo, continua sendo servidor efetivo do município de Buíque e aonde ou em que momento de sua vida, veio a despertar esse interesse pela cultura, especialmente pelo cinema?
R – EM – Sim continuo sendo servidor do Município de Buíque, mas só vim a despertar para o lado da cultura no ano de 2012, quando veio para Buíque um projeto incentivado pela cultura, CINEMA NO INTERIOR, daí a minha opção pela produção cultural na arte de fazer cinema.

P – MM Nessa veia de cinegrafista, você já chegou a produzir algum trabalho de sua própria autoria e já tem outros em mente?
R – EM – Sim. Já cheguei a produzir alguma animação, documentário e no momento estou realizando um projeto CURTA NA ESCOLA. Por coincidência, esse projeto está sendo produzido com o apoio dos poderes públicos de Tupanatinga, Itaíba, Cupira e Lagoa dos Gatos e, por ironia do destino, o poder público de Buíque, se negou a colaborar. É aquela velha história de que santo da terra, não obra milagres, mesmo me dispondo gratuitamente, ainda assim, não quiseram minha colaboração.

P – MM – Esses trabalhos levantam questões sobre quais temas de importância e de alcance social?
R – EM -  O Projeto Curta na Escola é um projeto de formação, em que é oferecida oficinas de roteiro de cinematografia e preparação de atores. Nesse projeto, o aluno tem a oportunidade de criar um filme de ficção de curta-metragem, em que eles são os protagonistas, sendo eles mesmos, os primeiros a assistirem as suas obras por eles criadas. É um despertar no jovem, a vertente cultural para que possa ter um futuro sadio.

P – MM – Por qual razão os outros municípios se propuseram a colaborar e a nossa terra, Buíque, se negou?
R – EM Os outros se propuseram a apoiar minha iniciativa, por ver a questão de projetos culturais, como um bem maior para a formação de nossa meninada, justamente para atividades que um dia possa lhes garantir uma vida digna. Nessas cidades apoiaram financeiramente o projeto, enquanto que em Buíque, me propus a fazer o mesmo, gratuitamente, na Escola Municipal Kleisson (antiga Recreação Infantil), mesmo assim se negaram a abrir as portas para o meu projeto, o que acho uma atitude em que nosso município pouca importância tem dado para as nossas manifestações culturais, além de outras vertentes que buscam apoio no poder público local e sempre saem de mãos vazias.

P – MM– Você produziu um curta que surge da carne que a gente ingere e foi chegar até o lugar em que o animal é abatido. Como foi esse seu trabalho e como está sendo recebido no mundo cinegrafista dos curtas e na sociedade como um todo?
R – EM – Bem, na realidade, esse trabalho ainda está na fase de montagem. Mas em conversas com pessoas do mundo do cinema, tenho recebido muitos elogios pelo meu trabalho, em que mostro através de minhas lentes, todo o processo do abate até à comercialização e, posteriormente o cardápio servido à mesa, ou nos botecos. Já para uma parte das pessoas de Buíque, que não sabe a finalidade dessas filmagens, chegaram a me criticar, inclusive se intrigando de mim e até ameaças cheguei a receber, aonde quero aproveitar o espaço para dizer, que não foi a minha pessoa que denunciou o descaso do Matadouro Público, que já vem desde governantes anteriores, mas é um problema de saúde pública e de sanitarismo, que deve ter uma solução para não prejudicar os consumidores, porque não é possível se comer alimentos da origem animal da forma como são produzidos e tratados em Buíque.

P – MM – Qual a razão e o motivo desse pessoal ter criticado o seu trabalho?
R – EM – Primeiro por acharem que eu fui o denunciador dos desmandos para com à saúde pública na questão sanitária do Matadouro Público e segundo, porque pelo visto, querem continuar com àquela imundície e o povo de Buíque, o consumidor que se dane, com as doenças que poderão adquirir consumindo produtos do abate inadequado de animais para consumo humano. Espero que essas mesmas pessoas que estão me criticando e que me criticam, sejam homens e mulheres, para reconhecer e elogiar meu trabalho, quando o filme estiver rodando pelos festivais de cinema de nosso país e quem sabe, o mundo, isso por que, é um trabalho cinegrafista impactante para o telespectador que assistir ao filme.

P – MM – Fora esse trabalho que já está, por sinal, inscrito para participar de um festival, como se encontra o outro que está em andamento?
R – EM Tem um curta de desenho animado, que está publicado no facebook no próprio youtube também está disponível. O curta que já está inscrito em um festival de curta de São Paulo, em 31 de janeiro, é o GOSTO DE CARNE, filmado no Matadouro Público de Buíque. Fiz com uma equipe um filme na Vila do Carneiro e no assentamento Dois Irmãos, estando em fase de montagem e provavelmente em abril, estará finalizado e disponível para o público. Trata-se de um curta-metragem em ficção com duração de 18 minutos.


P – MM– Fora da cultura de cinema você tem alguns outros projetos em mente?
R – EM – Tenho sim. Estou facilitando oficinas de livros artesanais nas cidades de Lagoa dos Gatos, Cupira e Tupanatinga e, mais uma vez, me dispus a fazer o mesmo gratuitamente na Escola José Cursino, aqui em Buíque, e não quiseram. Estive lá duas vezes e ninguém deu o menor sinal de interesse o que nos faz crer, que nossa terra, procura, pelo menos alguns educadores e outras pessoas, manter distância regulamentar da cultura, como o diabo foge da cruz. Mesmo assim, acredito que no mês de junho vou lançar o meu primeiro livro de poesias, que tem como tema, LEMBRANÇAS, que trata de minha infância e das pessoas que acompanharam de perto o meu crescimento e à minha infância.

P – MM – Qual será a razão de nossa terra procurar se manter em distância regulamentar da cultura de seu povo?
R – EM – Acredito que nossa terra está distante em tudo, não somente da cultura, mas tudo está aos avessos. Estou tocando um projeto do tipo CINE-CLUBE em Buíque, vou ver se consigo e já estou certo que não irei receber o apoio devido, mesmo assim não vou desistir e vou tocar o meu projeto.

P – MM – Embora fundada recentemente, mas já existindo legalmente como Pessoa Jurídica de fato e de direito, o que você acha de nossa Academia Buiquense de Letras e das Artes – ABLA, da qual você é um dos membros fundadores?
R – EM – Primeiramente foi uma ideia genial, onde teremos um norte em Buíque para se discutir cultura, arte e buscar os meios necessários para o desenvolvimento das mais diversas vertentes culturais de nossa gente e de nosso povo, que por sinal, é muito rica de talentos, às vezes até desconhecidos, a nossa terra.
                            
P – MM – Qual o tema desse seu curta de ficção filmado aqui mesmo em Buíque e qual a mensagem que você procurou transmitir nesse trabalho?
R – EM – Quem dirigiu esse filme na realidade, foi Alex Soares e eu fui um dos atores, fui também diretor executivo e para produzir, foi assim na base dos trancos e barrancos, pedindo uma ajuda aqui mesmo de parte dos comerciantes e de determinadas pessoas. Contamos também com pessoas do Recife que vieram especialmente para nos ajudar e os DINOSSAUROS DE LOCA, bem como, ALCOBAÇA FILMES, bandeiras de nosso trabalho.


P – MM – O povo de Buíque, quando se vai pedir uma ajuda para iniciativas culturais, costuma ajudar com bons olhos, ou busca torcer o nariz e franzi à testa?
R – EM – No que diz respeito a essa produção MENINA FLOR, houve uma grande ajuda de nosso povo. Pouca gente se negou a ajudar. Do poder público não houve ajuda alguma, apenas alguns secretários tiveram muito boa vontade de ajudar, mas foram poucos. Assim fica difícil a gente tocar algum trabalho cultural em nossa própria terra, por falta de apoio dos poderes públicos.

P – MM – Você tem em mente algum projeto pessoal de se especializar na arte de cinema?
R – EM – Com toda certeza. A gente sabe que tem pela frente inúmeras dificuldades. Cursar uma faculdade de cinema por exemplo, mas quando se tem vontade, tudo é possível, já participei de oficinas audiovisual nas cidades de Triunfo, Serra Talhada, Garanhuns, Olinda, Arcoverde, Buíque e Recife. Daí estou me capacitando como posso e estou amadurecendo os meus projetos cinematográficos. Ainda vou me tornar num exímio profissional da sétima arte da humanidade. Não um produtor cinematográfico do tamanho de um Steven Spielberg, mas simplesmente um Everton Maciel ou “Tomtom”, mas que terei meu trabalho reconhecido, disso não tenho a menor dúvida.

P – MM – Dentro dessa inércia cultural em que vive nosso Buíque, que mensagem você teria para o nosso povo e em especial, para os mais jovens?
R – EM – Como já citei anteriormente, é correr atrás do que gosta, não desistir na primeira queda, porque sempre existem pessoas que querem ajudar ao sujeito se levantar e continuar na sua caminhada. Nem sempre os projetos tem apoio dos poderes públicos. Praticamente sou um símbolo da resistência na questão de produção de cinema. Meu primeiro projeto, teve um orçamento de 200 reais, já esse último, foi de 2,5 mil e pretendo continuar na luta. Não vou desistir de realizar o meu sonho que é o de fazer um grande filme aqui mesmo em Buíque, com a certeza do apoio do povo da nossa terra, que com certeza vai valorizar o meu trabalho, na medida em que deste for tendo conhecimento. Para os jovens alerto, para que nunca desistam de seus sonhos, que um dia, cada um de vocês, poderá realizar o que sempre sonhou na vida. Quero deixar também registrado, um forte abraço para os parceiros de todos os nossos projetos, sem os quais não seria possível realizar nenhum deles. Em especial deixo meus agradecimentos aos parceiros Álvaro Severo e Costa Júnior, que estão fazendo o trabalho de edição e produção do curta Gosto de Carne. A Trilha sonora ficou a cargo dos Dinossauros de Loca. É um filme impactante e imperdível. Vocês poderão atestar quando o assistir.

       E assim minha gente, chegamos ao final de mais uma entrevista de nossa SÉRIE BLOG DE ENTREVISTA COM MANOEL MODESTO, em que nosso entrevistado de hoje, nos surpreendeu com o trabalho que com muito esforço e garra vem desenvolvendo e o que nos deixa mais orgulhosos ainda, é que “Tomtom”, como é mais conhecido, nunca teve o valor merecido em sua própria terra, mas foi sair para outros lugares e conhecer novos horizontes, que despertou nele esse lado cultural que dantes talvez, existisse dentro dele, mas com os movimentos culturais nesses outros lugares, Cupira e Lagoa dos Gatos, onde é muito conhecido, fez com que esse seu lado cultural de cinéfilo, viesse a acordar e assim, buscar se aprimorar, mesmo enfrentando diversas dificuldades, a sua verve é de um cidadão que não se deixa levar pelo desânimo no meio do caminho e por isso mesmo, quer continuar caminhando para se aprimorar cada vez mais nos desafios que vai ter que enfrentar no mundo mágico da sétima arte da humanidade. Falou também de seu lado de poeta e de que, no mês de abril deste ano, pretende lançar seu primeiro livro de poesias que fala de sua infância vivida aqui mesmo em Buíque. Quero agradecer ao dileto amigo “Tomtom” por nos ter concedido esta entrevista, que só vem a enriquecer a nossa terra e nossa gente, por sabermos que tem mais uma pessoa com interesse voltado para o desenvolvimento de nossa vasta arte e cultura de um modo geral, de nosso querido Buíque.

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