QUEM REALMENTE SOU

Minha foto
BUÍQUE, NORDESTE/PERNAMBUCO, Brazil
A VERDADE SEMPRE FOI UMA CONSTANTE EM MINHA VIDA.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O CARNAVAL NUNCA FOI NA VERDADE UMA FESTA PÚBLICA, MAS SIM, DO POVO. ENTÃO POR QUE O PRÓPRIO POVO BUIQUENSE NÃO FAZ O SEU PRÓPRIO CARNAVAL, COMO SEMPRE O FOI NOS CARNAVAIS PASSADOS? - ACASO HOUVESSE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA, SERIA MÍNIMA, MAS HOJE EM DIA, O INTERESSE PÚBLICO, É SEMPRE UMA BRECHA PARA SE DESVIAR POLPUDAS VERBAS, OU SERÁ QUE ESTÁ SE FALANDO DE CHORUMELAS?

SEM CARNAVAL OFICIAL, ENTÃO QUE A PRÓPRIA SOCIEDADE FAÇA O SEU CARNAVAL!


     Claro que os tempos eram outros. Não precisava de toda essa parafernália para se fazer um grande carnaval aqui em Buíque, não senhor! – Nos meus tempos, não tinha axé-music baiano, o pagode paulistano, entre outros ritmos que sempre aparecem na época momesca e cositas mas... – Na verdade nosso carnaval era da brincadeira sadia, do mela-mela durante o dia, das visitações de casa à casa de amigos, em turminhas agrupadas em determinados lugares e assim por diante, para, no período noturno, aí sim, ter o tradicional carnaval de clube, em que todos adquiriam a sua mesa, pagavam a sua entrada, para poder se esbaldar de sábado às terças-feiras de nossos carnavais e, na quarta-feira, de quebra, saía Carlos de Neuda, com o seu eterno Carnaval particular, que seria o carnaval da saideira. A música era de marchinhas, frevo, samba-canção, entre outros ritmos quentes, mas só com instrumentos de sopro, nada mais que isso. Era um carnaval mais família, mais aproximado, mais amigo e todos se divertiam, mas hoje, não existe nada disso. Tem que ser uma bandoleiragem desmedida, uma verdadeira baderna com todos os excessos que se permite ou não e a farra, que a gente já encarava como um exagero, hoje não dá nem para se medir, com o diferencial, que hoje quem banca tudo é o poder público e se o faz, só se tiver alguma gorda vantagem por fora, caso contrário, que todo mundo vá para a casa do caralho brincar o seu carnaval. Infelizmente, não privatizaram o nosso carnaval, o tornaram público, quando na verdade, nos velhos carnavais, se havia uma participação do poder público, essa era a mínima possível, de resto, quem fazia mesmo era o povo, a chamada sociedade.
  Com a parafernália que se tornou o carnaval em cidades tradicionais, como se tornou à nossa, os gastos orçamentários, incluindo grande parte para os que estão nos bastidores da promoção, são astronômicos e hoje, para se fazer um grande carnaval em Buíque, os gastos são exorbitantes, acredito que supera a casa de um milhão de reais, então a coisa tá preta mesma, mas se realmente se quisesse fazer um carnaval a gosto popular, atraindo inclusive turistas de vários municípios que estão desistindo de fazer os seus carnavais, isso porque nunca tiveram tradição, só fazem mesmo por conta da comilança do dinheiro público com a contratação de bandas, o que viria a ser mais uma boa razão para Buíque fazer o seu carnaval, mas a essa altura do campeonato, a menos de quinze dias dessa tradicional festa do povo, acredito que não dá mais para fazer porra nenhuma, por que ninguém teve criatividade. Falta de água! – Claro que existe esse fator, mas por enquanto, não deixa de ter em nosso solo, pelo menos ainda, água do aquífero subterrâneo, que é realmente quem está sustentando a população buiquense, porque a depender da COMPESA ou da Adutora do Catimbau, pelo menos, ninguém está recebendo uma gota desse precioso líquido não senhor, a não ser, todo final de mês, a conta para ser paga, agora não sei a que pretexto, se não existe fornecimento de água nos canos da COMPESA, então como pagar pelo que não se é servido, hem minha gente? – A gente só pode pagar pelo que consome, agora pelo que não, nunca vi em minha vida. O que não houve em Buíque, foi falta de criatividade, porque se houvesse, a gente teria, não por causa de minha pessoa, que não tenho o menor interesse em carnavais há um certo tempo, mas sempre existem uma maioria de gente de minha faixa etária e da juventude, que quer ver a folia rolar, mesmo nesse modelo atual, se bem que, se imaginação houvesse, poderia se mesclar o passado com o presente e se promover um grande evento carnavalesco, sem a necessidade de se gastar mais de um milhão de reais dos combalidos cofres públicos.
    Mas como muitas cidades estão desistindo de seus carnavais, menos as tradicionais, a exemplo de Pesqueira, entre outras, acredito que o carnaval de Buíque deveria ser realizado, não de última hora, à toque de caixa, mas sim, junto com o povo, se houvesse em nossa terra, a mistura de povo com o poder público, porque deste, o povo vive órfão há muito tempo e mesmo se mudando as pessoas, ainda assim, continua do mesmo jeito, nada na verdade mudou, apenas as pessoas, mas os hábitos políticos nocivos, maléficos e prejudiciais à nossa população, continuam de vento em popa e, para isso, não existe rigorismo de finanças públicas, porque para à corrupção desbragada não existe tempo ruim, tampouco limites, esta é a realidade da qual todos sabem que existe, mas muitos permanecem silentes, como se nada tivesse acontecendo e como se tudo estivesse sob um reluzente Céu de Brigadeiro. Alguns até chegaram a ensaiar algumas críticas, mas de uma hora para outra, emudeceram como que misteriosamente. Ninguém sabe se houve algum puxão de orelha, conveniências familiares para não deixar de usufruir das benesses públicas, como vem acontecendo há vários anos, ou se alguma outra razão desconhecida houve. Só sei que alguns dos que começaram a botar a boca no trombone, de repente, não mais que de repente, se calaram de vez, como um mar em calmaria, quando na verdade, todo mundo sabe, que o mar de Buíque, se nunca esteve para peixe, agora é que não está mesmo de jeito nenhum. Que busquem a desculpa que quiserem para a não realização de mais um carnaval de Buíque, afinal de contas, o nosso povo é cordeiro, passivo e obediente, senão conivente, com toda sorte de coisa que lhes jogam, ou será que um dia esse mesmo povo pode acordar de vez, hem minha gente? – Um certo político sempre costumava alardear em palanques, frases de efeito, com seu vozeirão, de ACORDA MEU BUÍQUE! – Então, minha gente, por que ninguém quer ACORDAR DE VEZ, hem? – É o povo que é letárgico mesmo ou é o som do vozeirão, que não merece credibilidade alguma?

Nenhum comentário: